segunda-feira, agosto 27, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 
Chafariz do Largo do Mastro, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Alfaiates [A. Cabral]   

Jumento do dia
  
Governo
 
O Gaspar não aparece para dizer que aprecia o termo desvio colossal quando aplicado às consequênciafiscais da sua incompetência, o Relvas deve andar ocupado a estudar para mais uma  licenciatura e não dá a cara pela oferta da RTP aos amigos cujo anuncio encomendou ao seu assessor António Borges. Passos Coelho foi ao Aquashow e desde então mergulhou e não voltou a aparcer.

Portugal não tem governo nem presidente, uns andam a banhos, outros querem-nos dar a banhada e tudo cheira tão mal que até parece que não tomam banho. Não há actividade, logo não há Jumento do Dia galardão que será entregue ao governo desaparecido.
   
 Uma pergunta a Passos Coelho

se oferecerem a RTP mais 20 milhões de euros ao pessoal da Covina e da Ongoig o que vão ferecer para que estes grupos da comunicação social os voltem a ajudar a ganhar as próximas eleições?

 Um apelo à Quinta da Coelha
  
Algum dos vizinhos vai a casa dos Silvas para confirmar se o homem  está mesmo vivo? É que não vejo o Presidente da República há muito mais tempo do que vi a presidente da minha Junta de Freguesia.
 
 Coisas estranhas


Num momento em que o governo foi apanhado com as calças na mão por causa da RTP o CM vem em auxílio de Miguel Relvas atirando merda para a ventoinha. O pessoal da RTP que se cuide, quando a empresa for entregue à Covina passam a andar de bicicleta, passarão a ter gabinetes na Pedreira dos Húngaros e comunicarão através de sinais de fumo.
  
É fácil de perceber o que vai suceder, o gabinete do Goebelzinho do governo recolhe informação para denegrir o serviço público de televisão e os amigos envolvidos no negócio sujo da apropriação de património dos portugueses lançam uma campanha suja contra a existência da RTP.
 

  
 Depois logo se vê
   
«De muitas coisas se pode acusar este Governo, mas não de falta de criatividade ou de capacidade para surpreender.
  
Desta feita tivemos a novidade de assistir a um consultor do Governo a dar uma entrevista a um canal de televisão, em horário nobre, para nos explicar em que pé andam as privatizações. Ou seja, sobre um assunto importantíssimo para o País, convenhamos que as privatizações da TAP, ANA ou RTP não são propriamente temas de lana caprina, em vez de termos um ministro ou mesmo o próprio primeiro-ministro a informar os portugueses (e, já agora, o CDS) dos respectivos processos, aparece António Borges. Mas, tentemos compreender, até se entende a ida de António Borges à TVI para informar os cidadãos sobre os dossiers em causa: o ministro da Economia não sabe e o ministro para a Comunicação Social não pode.
  
Santos Pereira anda perdido num ministério ingovernável e só aceitou ser ministro de semelhante monstro por não ter o mínimo de experiência governativa ou empresarial. Como a sua gritante falta de capacidade para um cargo destes ficou logo à vista de toda a gente, Passos Coelho tratou de lhe tirar as suas atribuições espalhando-as por este ou aquele ministro e por um sem-numero de comissões e comités. Pode lá ele falar sobre a TAP ou privatizações e ser levado a sério por quem quer que seja.
  
Miguel Relvas não pode aparecer sem que não lhe façam perguntas incómodas sobre licenciaturas, serviços secretos, mentiras em inquéritos parlamentares e tudo mais. A sua popularidade e credibilidade junto do cidadão comum faz com que qualquer proposta vinda da sua boca seja imediatamente repudiada. Relvas é um zombie político. Pode ser essencial para Passos Coelho, e, como muito boa gente diz, o único ministro que não tem medo de tomar decisões, mas politicamente acabou. Não podia ser ele a apresentar o que quer que fosse sobre a RTP.
  
Mas, seja como for, o Governo demonstrou uma falta de respeito gritante pelos portugueses quando enviou um consultor falar sobre o destino a dar a empresas tão importantes como a RTP e a TAP. Além disso, como se fosse pouco, mostrou outro mal bem mais profundo que este Executivo vem amiúde revelando: não havia planos nenhuns para assuntos vitais da governação e foi preciso arranjar uns senhores muito inteligentes para dizer o que fazer. Havia assim umas ideias coladas a cuspo, decoradas à pressa e sem o mínimo de reflexão.
  
Não, longe disso, não é o facto de os dois ministros teoricamente responsáveis pelos dossiers não poderem aparecer e terem de mandar um consultor que, na ignorância deles, pensam ser mais credível, é sobretudo nós percebermos que afinal não havia nenhuma ideia para a privatização da TAP, ou que ninguém tinha pensado verdadeiramente o que fazer com a RTP.
  
O caso da RTP é chocante: aquela patética comissão, as notícias plantadas nos jornais sobre possíveis compradores, fica com este canal, vende o outro ou fica com este e vende o outro, e agora esta coisa que Borges conseguiu apresentar aparentemente sem um pingo de vergonha. Uma revolucionária solução em que o Estado cede uma estação de televisão e garante um lucro chorudo ao feliz contemplado que é pago com os impostos de todos nós. Genial. Não, não é bem uma PPP, é, para o investidor privado, muito melhor. Este fica com uma companhia com mais de cinquenta anos de vida, com um enorme prestígio, com um património tangível e intangível único e ainda lhe garantem uma rentabilidade que fará roer as unhas de inveja um qualquer concessionário de auto- -estradas.
  
É evidente que esta vergonha cairá no caixote do lixo das ideias, junto do fim da TSU e outras, que o Governo manda "cá para fora" para serem testadas. A comunidade ainda não está suficientemente adormecida para deixar passar uma coisa destas. Todo este processo é dum experimentalismo bacoco, duma falta de sentido de Estado, duma evidente impreparação, que assusta o mais crente nas qualidades deste Governo. Onde estão afinal as milhares de páginas de planos? As contribuições dos diversos grupos de trabalho? As ideias sólidas sobre o que fazer com a televisão pública? Eram precisos consultores para mostrar que a privatização da RTP não valia um chavo?
  
António Borges prestou-se, mais uma vez, a um triste papel: o de mostrar que afinal Passos Coelho e a sua equipa não sabiam o que fazer em questões fulcrais e mentiram dizendo que sabiam. O drama é que ainda não sabem e não é só, infelizmente, no caso da RTP.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.