terça-feira, setembro 04, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura -


 
   Foto Jumento
 

O "28", Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
São Salvador, Brasil [A. Cabral] 
 
Jumento do dia

Jürgen Kröger, representante da Comissão do amigo Durão Barroso na Troika
 
Que quem governo país é o Passos Coelho todos sabemos, mas também é verdade que o primeiro-ministro tem tão grande vocação para pau mandado que consome uma boa parte dos seus parcos recursos intelectuais a tentar perceber o que pretende a troika.

É evidente que a troika ficou agradada com a substituição de Sócrates e depressa esqueceu o memorando para adoptar os papers de um dos seus, o memorando foi substituído por uma experiência de empobrecimento e reengenharia social conduzida por um modesto economista, sem grande experiência e sem provas dadas.

A troika não pode agora vir sacudir a água do capote, está enterrada no lodaçal português é é muito feio que um funcionário da Comissão Europeia se comporte como uma ratazana a bordo de um navio à beira de um naufrágio. Um programa de estabilização é muito mais do que andar a pavonear-se em palacetes, a ficar em hoteis de cinco estrelas e a viver à grande e à francesa à custa das chorudas comissões paga pelo Estado português por conta de um empréstimo digno de usurários.
 
«O representante da missão da Comissão Europeia (CE), Jürgen Kröger, disse nesta segunda-feira aos parceiros sociais que o programa de ajustamento financeiro não é da troika, mas do Governo, numa afirmação que os sindicatos e os centrais patronais entendem ser uma tentativa de responsabilização do executivo em relação à forma como está a decorrer o cumprimento do plano.» [Público]
   
 Ainda bem que temos GNR


O responsável da GNR ainda não foi demitido?

 Uma proposta ao hipermerceeiro do Pingo Doce
 
Se o Pingo Doce não aceita cartões em vendas até 20€ porque, como diz na sua propaganda, está preocupada com os consumidores, então porque razão não passa a atribuir aos que paguem contas superiores a 20€ com numerário um desconto equivalente ao que deixa de pagar em comissões à SIBS? Assim sim, os seus clientes saberiam que o Pingo Doce não quer ficar com os lucros da manobra.
 
 O BE não vai ter uma liderança

Vai tter um administração do condomínio cujos nomes foram sugeridos pelo condómino do rés-do-chão.

 Os tempos são mesmo outros
 
Vão longe os tempos em que a troika elogiava o ajustamento, o Gaspar vaticinava o momento da recuperação, Passos prometia que 2012 seria o ano da inversão e o Cavaco até prometia emprego e crescimento no segundo semestre de 2012. Tudo corria bem alimentado pela mentira  por um crescimento das exportações que nada tinham que ver com políticas governamentais.

Todos andavam felizes e o Passos até usava expressões para obter ganhos mediáticos, ficou famosa a expressão "Senhores da troika: estamos a fazer estas mudanças por nós e não por vós":
 
«O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou hoje "vital" para o futuro do país o sucesso na aposta nas reformas estruturais e defendeu haver na sociedade portuguesa um elevado consenso em relação à necessidade de mudanças para uma nova economia. 

"Estamos a fazer estas mudanças por nós e não por vós", disse o líder do Executivo, dirigindo-se aos representantes da “troika”- Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) - presentes na conferência sobre reformas estruturais, no Liceu Pedro Nunes, em Lisboa.» [RR]

Quem não se lembra do ar embevecido com que o Gaspar comentava esta expressão aos seus amigos da troika, como se a spin doctor fosse a palavra do grande líder. Para quem não se recorda isso sucedeu numa conferência sobre reformas estruturais que ficou para a história pelas fotografias que registam um primeiro-ministro que mais parecia um mendigo a pedir desculpa por dar a mão aos senhores da troika:
 
 

  
 Uma ideia à Futre
   
«Se na Grande Depressão de 1929 os milionários americanos se atiravam das janelas dos arranha-céus, agora são os chineses que nos caem em cima. Na Borgonha, região de vinhos francesa, um castelo foi comprado por um sócio de Stanley Ho, de Macau. Vários produtores locais juntaram-se para comprar dois hectares de vinha de um château em Gevrey-Chambertin mas Louis Ng Chi Sing, dono do macaense hotel Grand Lisboa, propôs irrecusáveis 8 milhões de euros. Ficou sendo o segundo chinês com propriedade na Borgonha e juntou-se aos já 20 milionários chineses que compraram marcas de vinhos na região de Bordéus. O jornal Le Monde noticiou e convidou Denis Saverot, diretor de La Revue du Vin de France, a explicar o fenómeno. Saverot diz que o tal castelo vendido produzia um vinho só razoável, o importante era o nome da aldeia vizinha, Gevrey-Chambertin, denominação de um dos mais prestigiados bourgognes. Já em Bordéus os chineses tinham comprado duas propriedades de vinho vulgar, Latour-Laguens e Lafite-Chenu, mas com nomes que contêm marcas míticas, Latour e Lafite. Como a liberal lei chinesa permite que se venda com denominações geográficas vinhos de outra ori- gem, o especialista francês receia que venham a aparecer no mercado demasiados "Gevrey-Chambertin", "Latour" e "Lafite"... Isto é uma ideia à Futre, mas quem tem terrenos baldios em Porto de Mós e Porto Salvo devia lembrar aos chineses que a palavra mítica "Porto" está lá.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.   

 Examinar os examinadores
   
«Os preconceitos são mais duros do que o diamante. Se forem de natureza ideológica, então, são praticamente invencíveis. Os resultados da execução orçamental estão a ser conhecidos em detalhe na presença dos examinadores da troika. E é difícil serem mais desanimadores. 6,9% de défice, na execução orçamental até final de julho, tornam impossível não apenas a meta dos 4,5%, como altamente incerta até a meta alternativa provável de 5,3%. A balança comercial melhorou, mas também o mesmo ocorreu no ano de guerra de 1943, quando o País exportava volfrâmio e passava fome. Tudo o mais corre mal. A dívida pública continua a subir em aceleração. O desemprego bate todos os recordes. A receita fiscal cai, desmentindo as razões que levaram ao aumento da carga fiscal em 2011. As pequenas e médias empresas estão à beira da ruptura, estioladas pela secura de um crédito bancário que nunca passa o umbral das promessas. Portugal está no caminho da Grécia, mas sem anarquistas na rua, e com um Governo fiel e obediente ao programa do directório europeu e do FMI. Um governo que resolveu abdicar de ter ideias ou vontade próprias, numa deliberada estratégia de quem assume não só a fraqueza, mas também a culpa: "fingir de morto." A Europa é hoje uma grande e dolorosa experiência de engenharia social, um gigantesco laboratório do ultraliberalismo económico com o seu cortejo de desprezo pelo sofrimento humano. Portugal é a prova veemente de que os examinadores da troika estão enganados. Na sua estratégia está a raiz do mal que devora os alicerces da União. O veredicto da realidade não tem instância superior de apelo. A troika já "chumbou" na prova de fogo da vida. Mas ainda não se deu conta disso.» [DN]
   
Autor:
 
Viriato Soromenho Marques.
         
  
     
  Porta-te bem Portas!
   
«O Diário de Notícias (DN) escreve na edição desta segunda-feira que o Ministério Público (MP) insinua que Paulo Portas é suspeito na investigação do caso dos submarinos.
   
Numa carta rogatória enviada em 2011 pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) para Inglaterra, a que o DN teve acesso, a investigação associa um depósito de um milhão de euros na conta do CDS, em 2005, ao negócio dos submarinos. Nesse documento, o MP pede acesso aos movimentos de uma conta bancária. “Foram recolhidos elementos que indiciam a existência de uma relação entre aqueles depósitos e a outorga pelo ministro da Defesa Paulo Portas dos contratos dos submarinos”, pode ler-se na carta rogatória, elaborada poucos meses antes de o líder do CDS ter assumido a pasta dos Negócios Estrangeiros no Governo de Passos Coelho.» [DN]
   
Parecer:
 
Falou-se de divergências e alguém decidiu meter o Paulo Portas na linha.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 De quem é a culpa?
   
«Os peritos internacionais deixaram hoje claro perante os parceiros sociais que o programa de ajustamento não é da 'troika' mas sim do Governo português.
   
De acordo com alguns parceiros, foi esta a mensagem que finalizou a reunião entre as instituições internacionais e patrões e sindicatos.
   
O líder da UGT, João Proença, referiu que o representante da Comissão Europeia conclui com "duas notas, louvando o diálogo político e, ao mesmo tempo, dizendo que o memorando não é da troika, é de Portugal". "De maneira que, se houve falhanços, também temos que entender que houve falhanços da nossa parte, nas previsões", continuou.» [DE]
   
Parecer:
 
parece que a coisa está preta e é hora de as ratazanas fugirem para as amuradas do navio antes que este afunde, se há bem pouco tempo a troika não se cansava de elogiar Portugal, Cavaco previa emprego e crescimento no segundo semestre de 2012 e o Sôr Álvaro não se cansava de tentar explicar o aumento das exportações através das suas grandiosas reformas, agora parece que ninguém quer chamar a si tantos sucessos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Passos Coelho que assuma o seu excesso de troikismo.»
   
 E porque não o regresso da escravatura
   
«A troika que acompanha a implementação do programa de ajustamento na Grécia sugeriu à coligação de Governo a flexibilização das relações laborais através de diversas medidas, onde se inclui o aumento da semana de trabalho de cinco para seis dias.» [Público]
   
Parecer:
 
Depois de terem ajudado a fundar a Grécia e assegurada a rendição do país os senhores da troika perderam a vergonha.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proteste-se.»