quarta-feira, outubro 31, 2012

O senhor Ulrich


O senhor Ulrich, um funcionário da banca da Linha de Cascais que chamou a si o triste papel de bombeiro ideológico do homem de Massamá teve mais uma das suas brilhantes ideias, desta vez para sugerir a Passos Coelho que proponha à senhora Merkel. Depois do país libertado pelos panzers da troika a senhora vem aos territórios libertados apresentar aos indígenas o equivalente ao plano Marshall.
 
O senhor Ulrich foi dos que mais ganharam graças a uma banca sem qualquer controlo que praticava juros pornográficos, que cobrava comissões abusivas, que empresatava dinheiro a rodos aos amigos, que não estava sujeita a qualquer controlo, que enriquecia com a fuga de capitais e o branqueamento de dinheiro sujo, que fugia aos impostos.

O senhor Ulrich ganhou muito dinheiro promovendo o crédito ao consumo, pagando ninharias pelas poupanças de uns portugueses para cobrar juros abusivos no consumo dos outros, desviando dinheiro da actividade empresarial porque o crédito ao consumo proporcionava juros muito superiores.
 
O senhor Ulrich ganhou e continua a ganhar muito e bom dinheiro comprando dinheiro no BCE a juros simbólicos para depois se aproveitar da desgraça do país vendendo dinheiro a juros muito acima dos que são regra nos mercados da dívida soberana.
 
Quando o senhor Ulrich ficou à rasca porque não tinha capital para cobrir o risco dos cre´ditos que concedeu por incompetência ou em negócios de amigos do banco foi pedir capital para se recapitalizar aos portugueses, o governo amigo já lhe prometeu o perdão dos juros e são os contribuintes portugueses a pagá-los à troika.
 
O senhor Ulrich vem agora insinuar que este povo de um país com quase um milénio de uma história feita de dignidade quer que sejam os alemães a pagarem-lhes as prestações sociais? Foi mais ou menos o que este alarve disse:
 
«para apresentar uma base de negociação para o futuro [com a Europa], mas não um programa de assistência social, não um programa para que os alemães paguem as prestações sociais dos portugueses, isso eles nunca farão.»
 
Que o senhor Ulrich seja de origem alemã e se sinta na necessidade de defender os seus ancestrais de Hamburgo é uma coisa, outra é ofender toda uma nação insinuando que há quem queira mendigar o que quer que seja aos alemães, como se o país da senhora Merkel alguma fez tenha feito sacrifícios para ajudar quem quer que fosse, não só não os fez como nunca pagou os estragos que provocou em dezenas de países do mundo.
 
Se o senhor Ulrich quer lamber as botas à senhora Merkel, que o faça, que lhe lambe as botas e mais o que lhe apetecer, talvez a senhora Merkel tenha um momento de generosidade e se lembres de ajudar os portugueses com ancestrais boches. Mas que insinue que há portugueses a querer que sejam os alemães a pagarem as prestações sociais é demais.
 
O senhor Ulrich não tem autoridade moral ou política e nem sequer representa capitais lusos (representa capital estrangeiro, algum dele manchado de sangue) para falar assim deste país. O mínimo que este povo pode e deve fazer é boicotar o seu banco porque com alarves destes boicotar o BPI não é um mero gesto de protesto, começa a ser um dever de cidadania, um gesto em defesa da dignidade de uma Nação.
  
PS: Ao contrário do que sucede nas televisões onde os jornalistas bajulam o sr. Ulrich tratando-o por dr, sem que o senhor esclareça que não o é, aqui será tratado apenas por sr, a menos que um dia destes nos apareça com um diploma da Lusófona. Não é por nada, é que neste capítulo somos rigorosos como os alemães, como os avozinhos do sr. Ulrich. Senhor com letra pequena.