quarta-feira, outubro 10, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
 
Campo das Cebolas, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Campo de cebolas [A. Cabral]   

Jumento do dia
   
Vítor Gaspar
 
Vítor Gaspar parece cultivar uma dupla personalidade, o Vítor Gaspar que detesta os portugueses e o Vítor Gaspar que diz que são o melhor povo do mundo, o Vítor Gaspar que decide um aumento brutal nos impostos e o Vítor Gaspar que diz estarmitigando os impostos como se a receita não fosse dele.

Só que o problema não é o Vítor Gapar tentar salvar a sua imagem inventando um Vítor Gaspar bonzinho agora que percebeu que é detestado em Portugal e arredores e que apenas em Bona há quem o considere. O problema de Vítor Gaspar não é um problema do foro psiquiátrico ainda que os sintomas sejam cada vez mais evidentes, o problema do ministro das Finanças é de incompetência, desnorte e tentativa de salvar a sua própria imagem à custa de mais sacrifícios.

Outra interpretação possível para esta dupla personalidade do Gaspar é a de que há um Gaspar sádico e há o Gaspar responsável. O Gaspar sádico tem um complexo de inferioridade porque tudo nele e na sua vida é pequeno, zipado e feio, por isso diverte-se a gozar com os empresários, anuncia medidas brutais par lhes destruir qualquer confiança na economia e para que os consumidores guardem bem guardadinhos os euros que lhes resta, de preferência debaixo do colchão. O Gaspa bonzinho gosta de promover o crescimento económico, a criação de emprego, a alegria dos portugueses e dos consumidores, é tão bonzinho que todos os anos anuncia que no segundo semestre do ano seguinte o milagre do crescimento ocorrerá.
 
«O ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou segunda-feira à noite que o Governo está a "trabalhar para procurar mitigar o agravamento que neste momento está previsto" dos impostos e "reequilibrar esse pacote de medidas". Mas as linhas gerais do Orçamento de Estado para 2013 manter-se-ão.» [CM]

 O governo mau e o governo bom
 
Portugal tem dois governos, um bom e outro mau. O governo mau é aquele que anuncia as medidas anunciando que os portugueses vão ser lixados de um todo. O governo bom é quando as medidas são adoptadas definitivamente e os portugueses apenas são lixados.
  
Ainda bem que há um governo bom que só lixa os portugueses.
 

  
 Legendas e narrativas
   
«Ontem, lendo os online dos jornais portugueses, fiquei horrorizado com mais uma catástrofe nacional. Minto, com A catástrofe! Então não é que os filmes da Cinemateca, para poupar, estão a passar sem legendas? Tudo começou quando Vítor Gaspar (agora os filmes de terror começam sempre com ele) fez um despacho que proíbe os organismos públicos de contraírem novas despesas sem autorização do Ministério das Finanças. Eu presumo que a medida (que é da Finanças e transversal) tenha também obrigado os autotanques de bombeiros a poupar na água e os hospitais a cortar no tamanho dos esparadrapos. Mas, naturalmente, a indignação foi criteriosa e o País pasmou com os filmes sem legendas que passam nas salas da Cinemateca. Eu sei que nas sessões de ontem os filmes eram em línguas acessíveis (inglês, espanhol e italiano), mas o direito à legendagem é (e se não é, deveria ser) constitucional. Um dos filmes, aliás, chamava-se La Libertad, numa língua que a muito português, solidário com a Catalunha, repugna ser obrigado ele próprio a traduzir. Atendendo à emoção que li ontem, à Cinemateca mais valia morrer de pé, ou queimar as bobinas. A única vantagem de apagar as legendas é que me apagou uma lenda: eu estava convencido (convenci-me lendo os mais sábios dos nossos críticos de cinema) de que o essencial dos filmes era o contre-plongée e o travelling das câmaras. Afinal, isso era lenda. O parlapié dos atores também faz falta.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.   

 Genuflexões ou resistência
   
«Prisioneiro do euro e sem condições para o abandonar, pressionado por poderes externos que o esmagam, impedido de recorrer às políticas económicas mais apropriadas, Portugal encontra-se numa situação dificílima.
  
1. "Arrependa-se dos seus pecados e reze dez Ave-Marias e cinco Padre-Nossos." "Mas, senhor Padre, eu quero ir a Fátima a pé e dar vinte voltas de joelhos à Capela das Aparições ". É isto o que significa ir além da "troika".
   
2. "Não insultar os credores" foi a absurda orientação escolhida para lidar com a nossa crise financeira, suscitando a legítima suspeita de que o tão elogiado bom aluno não passa, afinal, de um manteigueiro carreirista empenhado em vender-nos o ponto de vista alemão.
  
3. Sabemos que muitas das ideias mais penalizadoras incluídas no Memorando de Entendimento foram directamente sugeridas à "troika" por Eduardo Catroga ("a negociação foi sobretudo conduzida pelo maior partido da oposição", afirmou ele em 3 de Maio de 2011). Considerando-se o ulterior percurso profissional do negociador, torna-se evidente o método subjacente a esta loucura. Quem está afinal de que lado?
   
4. Salta aos olhos do mais distraído a existência de um conflito de interesses quando Portugal é representado nas negociações com a "troika" por um ministro das Finanças que é também alto funcionário da Comissão Europeia. Resulta daí um confronto tão renhido como um desafio entre o Benfica A e o Benfica B. Uma situação em que Governo e "troika" se comportam como duas faces do mesmo euro revela por si só todo um projecto de subserviência que a ninguém deveria passar despercebido. Repito: quem está de que lado?
   
5. Nem Zapatero nem Rajoy se apressaram a pedir o resgate da Espanha. Ao contrário de Portugal, onde a embaixada estrangeira foi acolhida com foguetório e alcatifa vermelha, as oposições, os "media" e os homens de negócios espanhóis não exigiram em coro a aplicação de duras penas ao seu próprio povo. Com isso, o país criou margem de manobra negocial neste difícil transe. 
   
6. É evidente o tratamento de excepção que a Espanha tem recebido nesta crise. Vinte e quatro horas depois de conhecido o pacote de socorro à banca espanhola, já a Irlanda exigia um semelhante, posição em que foi depois imitada pela Grécia. Já o governo português permaneceu e permanece calado. Não admira que o mesmo Draghi que apenas condiciona a compra de dívida espanhola ao pedido formal de ajuda tenha tido a ousadia de declarar há dias que Portugal só beneficiará do apoio do BCE quando regressar aos mercados – ou seja, quando já não precisar dele.
  
7. Apesar de a medida ser taxativamente prevista no respectivo Memorando de Entendimento, a República da Irlanda não só se recusou a privatizar o seu sector eléctrico como nem sequer separou a produção da distribuição. Estranhou-se muito por lá a pressa com que em Portugal se despachou a EDP e a REN. É o que sucede quando governo e "troika" não estão do mesmo lado.
  
8. Quando, em Outubro de 2011, o nosso ministro dos Negócios Estrangeiros foi interrogado sobre o sentido do voto português no Conselho de Segurança da ONU sobre a possível admissão da Palestina na UNESCO, retorquiu que concertaríamos a nossa posição com os aliados europeus. Colocada a mesma questão ao seu homólogo alemão, a resposta foi pronta: "A Alemanha votará contra". A nossa margem negocial é escassa, mas existe – só que não há vontade de utilizá-la.
  
9. A participação nas missões da NATO no Afeganistão e na Bósnia custa ao país uns 75 milhões por ano, o equivalente a mais de dois meses de gastos com o tão fustigado Rendimento Social de Inserção. Mais do que para poupar recursos escassos, a retirada serviria para mostrar aos nossos aliados o desagrado português pela forma como por eles estamos a ser tratados. 
  
10. Não satisfeito com desvalorizar a importância das euro-obrigações, o nosso primeiro-ministro chegou a fantasiar em Junho que a compra de dívida pública dos países em dificuldades pelo BCE poderia conduzir a uma guerra na Europa. A sua ausência do encontro que em 21 de Setembro juntou os líderes de Itália, Espanha, Irlanda e Grécia era expectável: toda e qualquer iniciativa que vise reduzir a pressão externa sobre o país merece o desdém do governo português, decerto por embaraçar a hercúlea tarefa de empobrecimento colectivo a que meteu ombros. Não é "underacting", é mesmo má vontade.
  
11. Na política, na guerra, na economia ou na gestão, a táctica (as famosas medidas) decorre da estratégia. A margem de manobra é pois escassíssima quando nos limitamos a discutir programas de acção alternativos sem questionar a política de fundo.
  
12. Prisioneiro do euro e sem condições para o abandonar, pressionado por poderes externos que o esmagam, impedido de recorrer às políticas económicas mais apropriadas, Portugal encontra-se numa situação dificílima. Não podendo de momento ganhar deve esforçar-se por controlar os danos, preservar as forças e esperar o momento oportuno para contra-atacar. Chama-se a isso defensiva estratégica.
  
13. Negociação exige, primeiro, vontade de afirmar uma posição própria (aquilo, afinal, de que o governo desde o início abdicou). Segundo, perceber o que é possível conseguir sem jamais perder de vista o que se quer. Terceiro, fazer saber o que jamais se aceitará, invocando se necessário os poderes que não se controlam (a Constituição e a rua são excelentes argumentos). Quarto, recorrer a todas as jogadas laterais susceptíveis de reforçarem a sua posição, incluindo buscar novos aliados, fazer "bluff" ou alargar o terreno de confronto.
  
14. A estratégia até aqui seguida pelo governo português é inteiramente consistente com o propósito de operar uma alteração radical da relação de forças políticas e sociais no país. Assim, quando nos perguntam por alternativas, devemos começar por questionar o objectivo e a estratégia, e só depois atentar nas medidas que a sua reformulação implica.» [Jornal de Negócios]
   
Autor:
 
João Pinto e Castro.
     
     
 Quem tem medo compra um cão
   
«Elementos do Destacamento de Intervenção da GNR, acompanhados por guardas de patrulha daquela força de segurança, estiveram ontem posicionados junto à entrada da fábrica de automóveis da Volkswagen, a Autoeuropa, em Palmela. O dispositivo de segurança pretendia evitar eventuais desacatos populares na visita do ministro da Saúde, Paulo Macedo, àquela fábrica, tal como tem vindo a acontecer nas recentes deslocações de membros do Governo.
  
Segundo fonte da GNR ao CM, a visita decorreu "sem incidentes" e com toda a normalidade, até porque não houve a presença de populares nem protestos dos trabalhadores.» [CM]
   
Parecer:
 
Portugal nunca teve um governo tão medroso.

PS: O que vai ver um ministro da Saúde na numa fábrica de automóveis. Vai ver ou procura ser visto no quadro de uma candidatura ao lugar de ministro da Economia ou das Finanças?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 Um ministro impressionável
   
«A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) garantiu esta terça-feira que o ministro da Economia se mostrou "muito sensibilizado" e disponível para "fazer tudo ao seu alcance" para contrariar o efeito no sector do aumento do IVA para a taxa máxima.» [CM]
   
Parecer:
 
Os recursos humorísticos deste ministro são inesgotáveis. É fácil mostrar-se impressionado quando se sabe que nada manda no governo e que cada vez que abre a boca o Gaspar mete-lhe uma rolha para se calar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 É preciso ter lata
   
«A chanceler alemã chegou hoje a Atenas quando alguns manifestantes se começavam a concentrar no centro da capital grega para protestar contra a visita chanceler alemã.
   
Trata-se da primeira visita de Angela Merkel desde o início da crise da dívida em 2010 e da "cura de austeridade" imposta à Grécia. A chanceler alemã irá reunir-se com o primeiro-ministro conservador grego, Antonis Samaras. 
   
Na praça Syntagma, local de encontro dos manifestantes no centro de Atenas, podiam ver-se, entre os grupos de manifestantes, cartazes com a suástica nazi e com as palavras "Indesejável", "Fora com os imperialistas" e "Vai-te embora".» [DN]
   
Parecer:
 
Esta senhora devia ter o bom senso de ficar em Bona.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
   
 O Draghi falou
   
«Mario Draghi voltou hoje a elogiar os progressos do ajustamento da economia portuguesa, que coloca o País bem posicionado para regressar aos mercados na data prevista no acordo com os credores internacionais, ou seja, no terceiro trimestre de 2013.
  
"Sobre Portugal, o ajustamento está a decorrer de uma forma mais rápida do que o previsto. A economia está a mudar de uma estrutura assente na procura doméstica pura para uma base mais orientada para as exportações", referiu o presidente do Banco Central Europeu (BCE) que falava no Parlamento Europeu, em Bruxelas, perante os eurodeputados, citado pela Reuters.» [DE]
   
Parecer:
 
Sempre que o governo português está atrapalhado o senhor do BCE decide interferir no debate político nacional.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao senhor Draghi que se deixe de tretas pois sabe muito bem que está a mentir ou a tentar mentir aos mercados.»
   
 Até a Comissão já pede justiça social
   
«Numa altura em que o governo ultima o perfil do "enorme" aumento de impostos no OE/2013, o comissário Olli Rehn pede "justiça social".
  
Assegurar a equidade social e restaurar a competitividade são os dois objectivos que o comissário Olli Rehn elege para a nova ronda de austeridade em Portugal, em que se baseia a quinta avaliação aprovada ontem pelo Eurogrupo, reunido no Luxemburgo. Num dos corredores do conselho, o comissário respondeu a perguntas sobre Portugal, onde refere que o ajustamento "deve ser feito com justiça social e restaurando a competitividade social do país, que no fundo é essencial para a recuperação sustentável da economia".» [DE]
   
Parecer:
 
Parece que a Comissão percebeu onde os portugueses estão metidos, ainda que insistam na mentira do crescimento quando se sabe que esta vaga de austeridade se destina a compensar parcialmente o buraco fiscal a que a política do Gaspar conduziu o país.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 O FMI já admite o erro português
   
«O Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou ontem, em Tóquio, que o "multiplicador" para o efeito recessivo no PIB por parte das políticas de ajustamento orçamental é muito superior ao que os governos usam. A revisão das metas em Portugal deveu-se à "correção" desse erro de origem.
     
Uma das razões para a revisão em baixa das previsões de crescimento nos países desenvolvidos em 2012 e 2013, realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) esta semana, em Tóquio, deveu-se à avaliação dos efeitos recessivos das políticas de austeridade.
   
O efeito "multiplicador" delas é muito superior - muito mais "amplo", no dizer do FMI - ao que estimam os governos envolvidos em tais políticas e as entidades internacionais que deram luz verde aos planos de resgate (troika). Os governos consideram implicitamente, regra geral, um efeito recessivo de 0,5, quando, segundo os estudos do FMI agora divulgador no "World Economic Outlook" (WEO), o multiplicador move-se, provavelmente, num intervalo entre 0,9 e 1,7.
   
FMI penitencia-se 
   
"A investigação da equipa do FMI sugere que os cortes orçamentais tiveram efeitos multiplicadores de curto prazo no produto maiores do que se esperava", lê-se na página 1 do WEO. A explicação mais detalhada encontra-se, depois, numa caixa, nas páginas 41 a 43 ("Caixa 1.1: "Estaremos a subestimar os multiplicadores orçamentais de curto prazo?"), que é da autoria de Olivier Blanchard, conselheiro económico do FMI e Daniel Leigh. A conclusão de que houve uma "subestimação" do efeito é tirada a partir do estudo de 28 economias desenvolvidas.
   
Ou seja, por cada euro "poupado" com o ajustamento orçamental, o efeito recessivo no PIB varia entre 0,9 euros a 1,7 euros (muito acima da unidade) e não de 0,5 euros, como se julgava. Enfim, a quebra no PIB no decurso desta Grande Recessão é muito superior às previsões. A espiral recessiva é muito mais ampla.
   
A entidade que mais errou foi o FMI e depois a Comissão Europeia (CE). Por cada 1% do PIB em ajustamento orçamental (austeridade), o FMI subestimou 1 ponto percentual no efeito negativo e a CE 0,8. O erro de subestimação na previsão do desemprego foi na ordem de 0,5 pontos percentuais por cada 1% do PIB em cortes. E no investimento foi arrasador, na ordem de uma quebra de 2 pontos percentuais mais por cada 1% de PIB de corte orçamental.
   
Este disparo do efeito multiplicador recessivo das políticas de austeridade deve-se, explica o FMI, ao contexto atual de Grande Recessão e crise financeira, em que o crescimento é "frouxo", a margem de atuação da política monetária pelos bancos centrais está no limite (com taxas de juro de referência já perto de 0%) e os países resolveram proceder a ajustamentos simultâneos, ampliando o efeito negativo das políticas de austeridade.
   
Portugal foi um exemplo claro 
   
Segundo Olivier Blanchard, o conselheiro económico do Fundo, e que assina o Prólogo do WEO agora divulgado, foi o reconhecimento expresso deste facto, de que o efeito recessivo da austeridade é muito superior, que levou à revisão das metas nominais do défice orçamental no caso português e à extensão do seu plano de ajustamento. "Temos de estar prontos para ajustar as metas já que os multiplicadores orçamentais são muito amplos", disse Blanchard em Tóquio.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Mas a verdade é que são os portugueses a pagar os erros de imbecis como os economistas do FMI e do governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Exija-se à troika que assuma as responsabilidades e consequências sociais e financeiras dos seus erros.»
   
 A anedota do dia
   
«O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, reúne-se hoje com os grupos parlamentares na Assembleia da República para apresentar as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2013.
   
A delegação do Governo será composta pelo Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, pelo Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Carlos Moedas, pelo Secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e pela Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais.
   
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, estará ausente destes encontros com os partidos uma vez que se encontra na reunião do Ecofin, que decorre terça-feira no Luxemburgo, disse à Lusa fonte oficial do Ministério das Finanças.» [i]
   
Parecer:
 
Ver o Miguel Relvas a apresentar o OE é a mesma coisa que ouvir "as saudades que já tenho da minha rica casinha" tocado pelo tubo de escape de uma Berliet!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ilustre doutoríssimo se está preparando um requerimento a solicitar a euivalência a licenciado em economia pela Lusófona.»
   
 O quê?
   
«A Associação dos ex-deputados do parlamento (AEDAR) e o Grupo Desportivo (GP) receberam nos últimos cinco anos do orçamento da Assembleia da República cerca de 286 mil euros. Este ano a associação de ex-deputados recebeu 42,5 mil euros e o grupo desportivo 15,2 mil euros.
   
Segundo o parlamento, estas comparticipações são aprovadas com os seguintes objectivos: “A Associação, para o seu funcionamento regular, estando previsto esse apoio nos termos do art.o 28.o do Estatuto dos Deputados. E o GDP, para apoio às actividades de índole cultural e desportiva desenvolvidas pelo grupo.
  
Um dos eventos organizados pelo GDP este ano foi um torneio de golfe na Quinta da Marinha que decorreu de 11 a 13 de Julho.» [i]
   
Parecer:
 
Há coisas que até custam a ler!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Haja vergonha na cara!»
   
 Não me digam....
   
«Os magistrados que investigaram o chamado Caso Freeport decidiram que não havia indícos que permitissem a reabertura do processo, pelo que este foi arquivado, segundo a Procuradoria Geral da República.
   
O Tribunal do Barreiro tinha em julho absolvido os dois arguidos do processo Freeport, Manuel Pedro e Charles Smith, de tentativa de extorsão, tendo extraido na altura uma certidão para averiguar alegados pagamentos ilegais dentro do Ministério do Ambiente.
   
Na altura, o coletivo de juizes, liderado por Afonso Andrade, considerou que do julgamento resultaram fortes indícios que existiram pagamentos dentro do Ministério do Ambiente e da Administração Pública, tendo por base os depoimentos de três testemunhas que referiram que o antigo primeiro-ministro José Sócrates [na altura ministro do Ambiente] tinha recebido pagamentos em dinheiro para viabilizar o projeto do outlet de Alcochete.» [i]
   
Parecer:
 
Depois de tudo o que foi dito sobre as perguntas que os investigadores do MP não puderam faazer a Sócrates e depois das telenovelas da TVI da Manuela Moura Guedes, das idas do sindicalista a Belém e dos passeios dos investigadores a Londres já não há indícios.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao MP com base em que indícios foi feita toda a investigação do Caso Freeport.»
   
 Já temos a medalha de bronze no desemprego
   
«De acordo com os dados hoje divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a taxa de desemprego harmonizada em Portugal subiu de 15,7% em Julho para 15,9% em Agosto.
   
Nesse mês, a taxa de desemprego média nos países da OCDE manteve-se nos 7,9%, enquanto nos países da zona Euro permaneceu estável pelo segundo mês consecutivo, nos 11,4%, após 13 meses de sucessivos aumentos.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Não é só na bola que temos sucesso, o Gaspar já pode exibir a sua medalha de bronze.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao Gaspar.»
   
 Isto sim, é corrupção a sério
   
«Mais de 660.000 funcionários chineses foram punidos por corrupção nos últimos cinco anos, disse o líder da Comissão Central de Disciplina do Partido Comunista Chines (PCC), He Guoqiang, citado esta terça-feira na imprensa oficial.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
E nenhum deles é da EDP.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à Manuela Moura Guedes porque não vai para jornalista de investigação na China.»
   
 EUROSTAT não aceita contabilidade criativa do Gaspar
   
«O Eurostat transmitiu ao Governo português uma "decisão preliminar negativa" em relação à intenção de Lisboa de contabilizar a concessão da ANA na redução do défice orçamental deste ano, confirmou ao Expresso fonte governamental.
  
O Executivo português considera que o organismo estatístico da União Europeia (UE) "não tem razão" e tenciona continuar a esgrimir argumentos para viabilizar uma operação financeira que poderá gerar um encaixe correspondente a 0,7% do PIB e que é por isso indispensável para garantir o cumprimento da meta de 5% do PIB do défice em 2012.
   
Mas o Ministério das Finanças está mesmo disposto a ir mais longe e a desafiar as reservas do Eurostat: ao que o Expresso apurou, Lisboa admite avançar com a contabilização da referida concessão no défice e lidar com um eventual chumbo a posteriori. Isto porque os números do défice de cada Estado-membro têm que ser validados anualmente pelo Eurostat no âmbito do procedimento de défices excessivos, mas num processo que apenas fica concluído entre março e abril do ano seguinte.
   
Ou seja, a opinião do Eurostat sobre o défice de 2012 apenas será formalizada no início do segundo trimestre de 2013 e o processo é completamente fechado mais tarde. O que permitiria ao Governo de Passos Coelho avançar com a medida agora e lidar com as inevitáveis consequências políticas e orçamentais da nova derrapagem apenas no próximo ano.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Digamos que o Gaspar quer fintar o EUROSTAT da mesma forma que fintou o Tribunal Constitucional, enfim, talvez se lixe.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Reserve-se lugar na primeira fila do espectáculo.»