sexta-feira, novembro 02, 2012

Gaspar, o espertalhão


Desde que Vítor Gaspar chegou a ministro das Finanças que a política económica é errática, quando seria de esperar pois está balizada por um memorando de entendimento com a famosa troika. Os objectivos da política económica do Gaspar não duram um semestre e às vezes até mudam em menos de um mês, como sucedeu com a TSU. Os Orçamentos de Estado estão aldrabados pois assentam em falsas previsões que inflacionam as receitas fiscais, dando depois lugar a desvios colossais.
 
Com Vítor Gaspar como ministro das Finanças é impossível acreditar nos instrumentos financeiros do Estado, não se pode confiar nos objectivos da política económica, não se pode confiar no discurso político pois se num dia o ajustamento é um sucesso, no dia seguintes diz-se que não há alternativa a um aumento brutal de impostos. Apresenta-se um orçamento com a garantia de que no segundo semestre do ano seguinte haverá crescimento e criação de emprego, mas ainda antes do seu debate no parlamento já se diz ser necessário um plano B e a destruição de conquistas civilizacionais que levaram décadas a construir.
 
Portugal não tem uma política económica coerente em que os cidadãos e os investidores possam confiar, não tem um projecto político transparente em que o país possa acreditar. O país anda ao sabor de um projecto político de um ministro inexperiente, que aparente um total desprezo pelo sofrimento que inflige aos seus concidadãos e que até ao momento se tem revelado um falhanço.
 
O mais curioso é que a troika confia neste ministro, elogia orçamentos falhados, faz chantagem para que sejam aceites políticas desastrosas e diz que não há alternativas Às ideias erráticas. Chega mesmo ao ponto de revelar desprezo pelos partidos da oposição, incluindo um dos signatários do memorando, e ao contrário do que garantia quando o memorando foi assinado pela troika agora despreza os valores constitucionais do país. Com Vítor Gaspar como ministro parece que a troika revela o mai dos desprezos pelo país, acha que pode fazer o que quer porque tem alguém que consegue impor a sua vontade ao país.
 
Para sobreviver o ministro das Finanças conta com a má imagem e pouca credibilidade do primeiro-ministro. A ideia da TSU foi de Víotr Gaspar mas acabou por ser o Passos Coelho a levar com as culpas, depois foi o Gaspar que convocou uma conferência de imprensa para dar ares de que com a sua inteligência ia esclarecer as argoladas de Passos Coelho.
 
Vítor Gaspar tem sido exímio em fazer passar para Passos Coelho a responsabilidade pelas suas argoladas, tem tido a arte de manipular o primeiro-ministro. Não foi Vítor Gaspar que inventou o falso desvio colossal, foi Passos Coelho, coube ao ministro explicar o que o primeiro-ministro não conseguiu explicar. Tem sido assim com todos os truques, como o golpe da TSU ou o aumento brutal do IRS que serve para encobrir o falhanço colossal do OE 2012.
 
Passos Coelho é o primeiro-ministro ideal para o projecto de Vítor Gaspar, não percebe nada de política económica e engolde tudo, é manipulável e dá a cara pelos erros alheios, é vaidoso e gosta de anunciar novidades mesmo quando são brutais, tem uma imagem de fragilidade intelectual que faz dele um excelente mata-borrão para as asneiras alheias. É por isso que apesar de o país estar à beira do colapso graças às ideias e idiotices de Vítor Gaspar este continua a dar ares de grande inteligência enquanto o primeiro-ministro é um cadáver político que ninguém quer reclamar.