segunda-feira, novembro 19, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
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Santiago do Cacém
   
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Santiago do Cacém [A. Cabral]   

Jumento do dia
  
Pedro Passos Coelho
 
O país pode estar uma desgraça, os portugueses podem ficar cheios de fome mesmo recebendo ainda ordenado, os filhos da Jonet podem ter que passar a lavar os dentes com um copo de água, tudo pode suceder a este país, até pode ficar sem presidente porque o pobre terá desaparecido desde que esteve à tramela com as vacas da Graciosa, o que não pode é perder a boa disposição.

Houve um tornado? Ora aí está uma excelente oportunidade para gozar e nada como a formiguinha da Administração Interna para produzir um pouco de ironia à espanhola, uma excelente oportunidade para brincar com a situação, até porque o que o povo e o país precisa é de umas gargalhadas. O ministro é um bocadinho lerdo? Não faz mal, goza-se com ele e depois de esquecido o furacão e os que ficaram sem casa diz-se que foi ironia.

É a vantagem de o país ter um primeiro-ministro bem disposto e brincalhão, podemos estar com fome e sem emprego, mas temos a sensação de que passamos o tempo numa discoteca sem pagar o consumo obrigatório.

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«O primeiro-ministro lamentou hoje não ter sido "possível" ao ministro da Administração Interna fazer "uma declaração mais esclarecedora" sobre a intervenção do Governo na sequência da tempestade no Algarve. Mais tarde, veio o esclarecimento: Passos estava a ser irónico.

"Lamento que não tenha sido possível da parte do senhor ministro da Administração Interna uma declaração mais esclarecedora quanto à intervenção do Governo", afirmou Pedro Passos Coelho, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente da República, no final da XXII Cimeira Ibero-Americana, em Cádis, Espanha, sobre as declarações de Miguel Macedo sobre a atuação do Governo na sequência da tempestade no Algarve.
   
Fonte do gabinete do Primeiro Ministro disse mais tarde à agência Lusa que Pedro Passos Coelho estava a utilizar um tom irónico em resposta a uma pergunta que sugeria que o ministro da Administração Interna não tinha sido suficientemente claro na sua declaração sobre os apoios às vítimas da tempestade no Algarve, e que não dirigiu qualquer crítica a Miguel Macedo.
   
"Não houve qualquer intenção, longe disso, de fazer qualquer crítica à atuação do ministro, que tem sido exemplar neste processo", esclareceu à Lusa fonte do gabinete do PM.
   
O primeiro-ministro adiantou que o Governo conta receber "já no princípio da semana uma informação mais completa sobre os estragos materiais ocorridos", que referiu não estarem ainda quantificados, e acrescentou: "Não deixaremos de ponderar, em face dessas circunstâncias, a resposta adequada em termos de compensação pelos prejuízos".
   
Passos Coelho referiu que "não existe nenhum seguro contra todas as adversidades", mas que, "quando há lugar à declaração de estado de emergência e de calamidade, há mecanismos que são conhecidos que se destinam justamente a ajudar, nessas circunstâncias muito especiais, a reparar os estragos e a minimizar as perdas", estando por saber se isso se justifica neste caso.» [DN]
    
 Um problema de dupla personalidade

Fora do governo o Paulo Portas é o Paulinho das feiras, mas dentro do governo o líder do CDS sofre uma mutação brutal e de Paulinho das feiras transforma-se em Paulinho dos palácios. É um pouco o que acontece com os impostos, fora do governo o líder do CDS é um provedor do contribuinte, dentro do governo é a favor de todos os aumentos dos impostos. Um dia destes ainda vamos saber que o Paulo Portas foi a Londres fazer um aborto enquanto mandou a fragata assegurar que o barco do aborto não se aproximava da costa deste país da Alice.

 A América versus Portugal
 
No EUA o FBI investiga emails, descobre que o chefe da CIA tem um arranjo, o caso é tornado público e o general é demitido.

Em Portugal um assessor descuidado da Presidência da República é apanhado a conspirar contra o governo legítimo de um país democrático, o Presidente deixa correr insinuações sobre eventuais escutas de que será alvo, ameaça tomar posição mais tarde, diz que vai estudar a segurança da rede. O Presidente ainda lá está ainda que seja cada vez menos Presidente, o assessor continua a viver à conta do dinheiro dos contribuintes que foram traídos pela sua actuação e o governo caiu com a preciosa ajuda dos discursos presidenciais e, muito provavelmente, com a assessoria do assessor.

Conclusão: na América vive-se em democracia, em Portugal temos uma fantochada.
 
 Uma pequena dúvida

O PSD e o CDS vão baixar o IRS em 0,5% ou vai promover um brutal aumento por via da alteração manhosa dos escalões e por cima disso ainda vai aplicar uma sobretaxa de 3,5%?


  
 A doentia renegociação
   
«1 Não passa um dia sem que o óbvio seja afirmado pelas mais diversas personalidades e instituições: é fundamental renegociar o memorando de entendimento com a troika.
   
A renegociação é do interesse dos nossos credores, é notório que já perceberam que por este caminho jamais receberão o seu dinheiro: um devedor falido não pode pagar dívidas. E é obviamente do nosso interesse tentar corrigir erros de gerações em dois ou três anos numa conjuntura internacional adversa e tendo de suportar todos os disparates das políticas europeias recentes é absolutamente impossível.
   
O que duas entidades sérias e realistas normalmente fazem é muito simples: sentam-se à mesa e negoceiam. Só que para haver negociação é preciso que as duas partes estejam interessadas em fazê-lo e, neste caso, há uma que decididamente não quer: o Governo de Portugal.
  
Aliás, durante a visita da chanceler alemã, Passos Coelho fez questão de mais uma vez o afirmar. Disse claramente que não renegociaria e não existiria segundo resgate. Está claro que vai ter de engolir as suas próprias palavras, mas parece que o primeiro-ministro tem um certo gozo em dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário.
  
Mas há algo em que Passos Coelho tem sido constante: a sua crença no memorando de entendimento. Foi ele a dizer que mesmo que o acordo não existisse ele o implementaria. Mais: disse que queria ir, e foi, para além dele.
  
Não admira, pois, que durante a quinta avaliação não tivesse existido negociação e, para espanto da troika, o Governo português nem abrisse a boca para pedir o que quer que fosse.
  
Temos uma situação quase masoquista: é o devedor a pedir ao credor para não o ajudar.
  
Não há quem não saiba que o memorando vai ter de ser renegociado, a questão é saber quem o vai renegociar. O Governo pôs-se numa situação em que não o pode fazer. Não é pelo facto de já ter dito mil vezes que não o quer fazer, já estamos habituados aos ziguezagues governamentais. É pelo facto de ser evidente que contra ventos e marés, contra todas as evidências, contra toda a lógica, o Governo acha que o acordo é o melhor para Portugal.
  
Mais: o Governo trocou a legitimação popular pela legitimação baseado no acordo com a troika no momento em que deitou fora as promessas pré-eleitorais e fez dos 4,5% e das medidas lá constantes o seu objectivo supremo. Se o acordo cai ou é renegociado em profundidade (como será), não lhe resta fonte de legitimação.
  
De um segundo resgate nem vale a pena falar. Foi Passos Coelho a dizer que isso seria a prova do fracasso do Governo.
  
Das duas uma: ou há uma renegociação ou o País entra em colapso e alguém terá de pedir um segundo resgate. Em nenhum destes casos o actual Governo poderá fazer parte da solução. E ainda há quem acredite que este Governo está para durar.
  
2 Durante a visita de Angela Merkl, Passos Coelho qualificou o debate em torno do Orçamento do Estado para 2013 de doentio. O primeiro-ministro não entende como é possível todos os especialistas, todas as instituições independentes, todas as pessoas que já tiveram responsabilidades governativas, todos os ex-presidentes da República, o Banco de Portugal, o Conselho Económico e Social e toda a gente capaz de fazer contas numa folhinha quadriculada e viva no mundo real e não numa folha de cálculo, pensarem que o grande feiticeiro Gaspar possa estar errado. Uma gente claramente doentia, uns contra-revolucionários, uns patetas que não percebem que depois da destruição total do País surgirá o homem novo, o empreendedor, o vencedor que nos resgatará.
  
Claro que Passos Coelho entenderá que a gente não crente nas profecias de Gaspar pode pensar que doentio pode ser ouvir o primeiro-ministro de Portugal dizer que tudo fará para que a Grécia fique no euro, numa altura em que a cada dia que passa a nossa situação é mais semelhante à grega.
  
Não sei se se pode considerar doentio ver a sra. Merkel a moderar os ímpetos revolucionários de Passos Coelho. Enquanto o primeiro--ministro discorria sobre as razões da crise, exibindo uma vez mais que ainda só percebeu uma pequena parte das razões da crise portuguesa e europeia, resumindo tudo ao excessivo endividamento e às questões estruturais portuguesas, a chanceler lá foi dizendo que, pois muito bem, havia sobre-endividamento, que, sim senhor, as finanças públicas não podiam continuar desequilibradas, mas que convinha não nos esquecermos dos desequilíbrios estruturais internos da Zona Euro, do problema duma mesma moeda se aplicar a países em estádios de desenvolvimento económico diferentes. E a sra. Merkel terá considerado o discurso de Passos Coelho doentiamente seguidista? Às tantas.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.   

 Um ladrão passa e leva a toalha
   
«Esta semana, por cá, revisitou-se Gabriela e viu-se Glória, bela morena, avisar a criada para pôr o sinal porque o coronel Coriolano, que pagava a renda, anunciara que vinha. A criada pôs a habitual toalha à janela, mas o professor Josué não a viu - um ladrão, passando por ali, roubara o aviso. Desprevenido, Josué entrou na casa da amante e deu com a pistola de Coriolano... Esta semana também, o The York Times falou do mesmo - a quase impossibilidade de esconder uma traição - e nas suas páginas encimadas por "Tecnologia" escreveu este título: "Como manter os seus e-mails secretos se até o patrão da CIA não consegue?" O infeliz protagonista era o general David Petraeus, e o seu caso à luz dos dias de hoje, quando os sinais para encobrir já não são ingénuos como uma toalha à janela. São tecnológicos mas, é a tese do jornal, igualmente ineficazes. O The York Times lembra uma série de truques para manter a ilusão do segredo. Mandar e-mails encriptados, usar serviços como o 10 Minute Mail, que apaga as mensagens, ou o Tor, que mascara o IP, o endereço do computador. Tentativas vãs: "Meta na cabeça, tente esconder o que quiser, mas é sempre possível alguém descobrir", previne um especialista, ouvido pelo jornal. Que concluiu: "Há sempre um acaso que o arruína..." O The York Times podia ter-se poupado a investigação, bastava-lhe ter visto o episódio de Gabriela: há sempre um dia em que um ladrão passa e leva a toalha.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
    
     
 Passos Coelho encomendou o serviço no Porto 
   
«O líder da distrital do Porto do PSD, Virgílio Macedo, acusou hoje António José Seguro de ser "irresponsável", lamentando o "discurso demagógico e cansativamente repetitivo" do líder socialista.» [DN]
   
Parecer:
 
Andam a ficar nervosos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Recomende-se um calmante ao caniche portuense.»
      
 Freitas ajuda Cavaco a cumprir mandato com dignidade
   
«O ex-parceiro de Sá Carneiro num Governo de coligação PSD/CDS considera que Cavaco Silva vai ter que tomar uma decisão a breve prazo sobre a demissão do Executivo de Passos Coelho devido ao fracasso das políticas financeiras que estão a sacrificar os portugueses para além do aceitável e aponta os argumentos constitucionais para a intervenção do Presidente da República.» [DN]
   
Parecer:
 
Pobre Cavaco, enganou-se, queria ser presidente da Junta de Freguesia de Belém e concorreu à Presidência a República.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 As coisas que a polícia vê
   
«A polícia detectou cocktails-molotov entre os manifestantes concentrados em frente ao Parlamento, por isso, foi dada ordem para avançar.
  
Há "alguns cadastrados" entre os mais de 30 desordeiros que agora estão na mira das autoridades. E que podem ser detidos a qualquer momento.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Esperemos que na próxima manifestação a polícia não se lembre de ver bazucas, a formiguinha governamental pode lembrar-se de ordenar fogo de rajada sobre os perigosos manifestantes.

A verdade é que dos cocktails nem um fogacho e até ao momento ainda não foi identificado nenhum perigoso magistrado.

Estaremos perante manifestantes perigosos ou os verdadeiros perigosos são os polícias?

Estamos perante um incidente grave provocado pelos manifestantes ou face a uma encenação policial para poder desrespeitar as regras da democracia e dar largas à repressão?

Com um ministro como o Miguel Macedo tudo pode acontecer.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se com muito cinismo»
   
 Há mais pobres do que os das estatíticas
   
«Especialista apresenta novos cálculos que dizem que em 2010 já havia mais 160 mil pobres do que os anunciados pelas estatísticas oficiais. Hoje serão muitos mais.» [Público]
   
Parecer:
 
Sem contar os pobres de espírito do governo.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se, proteste-se e revolte-se.»
   
 O CDS está com problemas digestivos
   
«Um dia depois de terem fechado as negociações entre a maioria e o Governo para alterar a proposta de Orçamento do Estado para 2013, o CDS estava a digerir a decepção sem esconder incómodo.» [Público]
   
Parecer:
 
Manhosos combinam a encenação e ainda se fazem de vítimas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mande-se um caixote de Alka Seltzer para o grupo parlamentar do CDS.»
     

     
No Bilioso Incondescendente
 
É obrigatório ler o post "Tácticas de repressão – uma análise objectiva":
   

  1. «Indícios de premeditação – Horas antes da manifestação, a polícia visitou os comerciantes da zona, aconselhando-os a encerrarem portas e protegerem os estabelecimentos, com o seguinte comentário: «Isto hoje vai ser duro». Estes factos foram confirmados no dia seguinte junto dos próprios comerciantes. É inegável, portanto, que houve métodos e objectivos planificados por parte das chefias militares e do Governo.
  2. Agressões à polícia – É um facto, documentado por todas as televisões nacionais e estrangeiras, que um grupo bastante restrito de pessoas (6 a 12, a julgar pelas imagens) atirou pedras e bolas de fogo à polícia, durante um espaço de tempo muito prolongado, antes de esta ter ordem para molestar os manifestantes ou carregar sobre a multidão. Este grupo não é identificável, por estar mascarado, havendo sites procuram demonstrar que pelo menos alguns deles são membros da polícia, ao contrário do que afirma o ministro.
  3. Novo material utilizado – A polícia aparece com novos escudos de corpo inteiro, como se estivesse à espera de uma chuva de pedras. Verifica-se também a utilização, pela primeira vez, de megafones por parte da polícia, no sentido anunciar a ordem de dispersão e assim anular a futura defesa em tribunal contra as acusações de «desobediência» e «resistência» às ordens da polícia – este expediente não resultou, porque o megafone não conseguiu sobrepor-se ao vozear da multidão.
  4. Práticas e antecedentes e policiais – Não é a primeira vez que um grupo restrito de pessoas agride a polícia durante uma manifestação. Nuns casos essa actuação foi interrompida sem consequências de maior, noutros suscitou intervenção da polícia.


  • Nalguns casos anteriores os próprios manifestantes pediram aos elementos que atiravam objectos contra a polícia que suspendessem o acto.


  • Noutros casos tratava-se de provocadores infiltrados (polícias à paisana ou militantes de extrema direita) que foram identificados e isolados pelos próprios manifestantes.
  • Quando as agressões não foram atalhadas pelos próprios manifestantes, a polícia accionou os seus mecanismos normais: a segunda linha de polícia faz uma sortida táctica, isola e detém os seus agressores. Esta reacção demora geralmente algum tempo – o tempo necessário para analisar a situação, identificar os elementos em questão e tomar decisões tácticas, imagino eu – mas de modo algum horas. Aliás, se a polícia necessitasse de horas para reagir a uma situação de agressão, estaria técnica e militarmente desclassificada...


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 Austerity protests [Link]
   
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