sexta-feira, novembro 02, 2012

Umas no cravo e outras na ferradura

 
 
   Foto Jumento
 

Orquídea do Parque Florestal de Monsanto, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Barcelos [A. Cabral]   
 
Jumento do dia
  
Marques Mendes
 
O ainda e malfadado primeiro-ministro é um homem que só funciona com tutores  tem um tutor de carreira que é o Ângelo Correia, um totor para os negócios em António Borges, um tutor para coisas que ninguém sabe que é o Dias Loureiro, o Relvas é o tutor para a sua carreira académica e agora o Ganda Nóia é o tutor para a comunicação institucional.

Passos Coelho deixou de falar ao país depois de ter ficado com o peito em pedaços por o ter dado às balas da famosa TSU, agora é o Ganda Nóia que dá as novidades e um assessor governamental confirma. O Chefe Gaspar mandou rever as funções do Estado, Passos Coelho obedeceu mas como não pode dizer que quer dar um golpe na Constituição chamou ao golpe de Estado refundação do memorando, mas quando percebeu que há tribunais, polícias e militares e que não é tempo de se darem golpes de Estado percebeu que tinha de fazer algumas reestruturações no Estado.

A palhaçada disto tudo está no facto de essas reestruturações estarem já no memorando com a troika e se não foram feitas é porque o governo assim o decidiu. É o caso, por exemplo, da reforma das autarquias de que o Relvas se esqueceu ou da cobranças das contribuições que o Marco António parece preferir que fiquem por cobrar do que sejam cobradas pelo fisco pondo fim a uma imensa máquina estatal que nada faz.

Isto não é governar, é uma palhaçada e o espectáculo até já tem bobo da corte a quem cabe alegrar o povo com umas novidades governamentais.
 
«O Governo começou há uma semana um conjunto de reuniões com alguns técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para preparar a reforma do Estado, revelou um membro do Governo, confirmando a informação revelada ontem à noite pelo ex-líder do PSD, Marques Mendes, no programa 'Política Mesmo', da TVI 24.» [CM]
 

  
 Perguntas à Pitonisa de Passos
   
«Marques Mendes é uma espécie de pitonisa do Governo (para quem não sabe, a Pitonisa era a sacerdotisa do oráculo de Delfos, na Grécia antiga, que, em êxtase, traduzia para os comuns mortais as profecias dos deuses). Foi ele a revelar que o FMI está em Portugal para ajudar o Governo na reforma do Estado, tendo já visitado dois ministérios: o da Administração Interna e o da Defesa.
  
Gostaria de perguntar a Marques Mendes que mais sabe ele, na sua direta relação com os 'deuses' que valha a pena partilhar connosco, simples mortais. Por exemplo, se a iniciativa partiu da troika? Se do FMI? Se do próprio Governo? Se foi por isso que Passos Coelho escreveu ao PS? Se o fez mandado pelo FMI? Enfim, se o Governo ainda existe...
  
É que ter um Governo que se propõe tomar medidas de fundo das quais os outros partidos, os parceiros sociais e os próprios cidadãos tomam conhecimento através de um comentador que, por mero acaso, é ex-líder do PSD, começa a ser um pouco ridículo. A seriedade de processos também se mede nestas pequenas coisas. » [Expresso]
   
Autor:
 
Henrique Monteiro.   

 Passos+Relvas+Dias Loureiro
   
«Parece que discutir o Orçamento do Estado é a coisa mais importante para o futuro do país, mas não é bem assim. Insisto num ponto: a maioria dos portugueses não saem do transe em que estão (pós TSU) por não terem confiança em quem está ao leme deste barco. Os sacrifícios não adiantam se não há um rumo e uma moral coletiva. Cada dia que passa é menos um e o ar torna-se irrespirável.
   
Por isso é relevante trazer à liça um facto que tem espantado os corredores da política em Lisboa - a de que Dias Loureiro é uma figura cada vez mais próxima e influenciadora das decisões do primeiro-ministro. Ora, com o currículo como o de Loureiro (figura atolada no escândalo BPN e na utilização de offshores como poucos), trata-se de um despudor total. Uma espécie de exibição de um poder despótico, sem controlo nem respeito pelos cidadãos.
   
Clarificando as coisas: teremos então a tríade "Relvas-Borges-Dias Loureiro" como conselheiros para as privatizações, nomeações estratégicas e alterações legislativas? Se é assim eu prefiro que o Governo caia, por muitos riscos que possam existir de imediato para o país. Porque, com estas cabeças, evidentemente a defesa do bem público não está garantida. Jorge Sampaio, com menos caos social, pôs Santana Lopes na rua, e bem.
    
Não há ilusões de que os sacrifícios estão para durar, mas é preciso acreditar em alguém - e está difícil. António Costa preferiu o conforto da tática política do que assumir-se como natural líder da Oposição, que é, desde a saída de Sócrates. Passou pouco mais de um ano e, afinal, já teria o país na mão. Mas agora não pode avançar.
   
Isto gera o maior obstáculo de todos: nem eleições salvam a situação porque Passos e Seguro parecem intransponíveis. Sem eles teríamos à frente do PSD e PS provavelmente Paulo Rangel e António Costa. Mas os dois jotas não saem da frente. Portanto, isto só parece resolver-se através de Cavaco, mas o presidente da República continua apenas a enviar sinais de fumo aos índios. E não avança - com Miguel Cadilhe, Rangel ou alguém em quem confie.
   
Daí a gravidade de misturar o problema do Orçamento de Gaspar com o caos de liderança. A questão não está apenas na austeridade mas na credibilidade. O atoleiro em que o primeiro-ministro nos meteu depois da TSU de 7 de setembro coloca os portugueses entre a espada e a parede - e eles estão a escolher a espada, a luta, o caos social.
   
As pessoas falam de desperdícios que são simbólicos mas não fazem a mínima ideia de que isto não se resolve com as pequenas coisas. Todavia, cada um daqueles elementos de "despesismo" corresponde a uma ética. Repare-se: há 26 mil carros nos serviços públicos de todo o país. Faz sentido? E as reformas eternas, cumulativas, de quem esteve na política e tem muitos outros rendimentos? E há ainda as PPP e muitas outras rubricas da despesa... Tudo coisas em que é preciso tempo para se cortar bem. Mas já não se acredita que aconteça. Não há uma visão nova, fora do quadrado. É sempre a mesma receita: impostos.
   
Claro, o risco de tudo isto transbordar de forma incontrolável é o da saída do euro. Mas é exatamente por isso que creio valer a pena lutar já, para evitá-la. Porque, com jeito e seriedade, é possível renegociar com a troika, com os credores, tentar pensar no crescimento por via de menores aumento de impostos e não tanto pela lógica de despejar dinheiro em "setores", "empresas" (como sonha o Álvaro) ou através do investimento público, como quer a Esquerda. Para isso é preciso alguém, dentro da democracia, com uma ideia. E uma moral.
   
Sábado, fim da tarde: os noticiários da rádio passam Miguel Relvas a pedir sacrifícios aos portugueses: "Precisamos, acima de tudo, de espírito patriótico, trabalho e determinação". Isto no dia em que se soube que, da sua turbolicenciatura, fazem parte disciplinas que à data nem sequer existiam. "Espírito patriótico, trabalho e determinação"!!!, diz ele. Não há moral coletiva que resista a este Governo. Nem fígado.» [JN]
   
Autor:
 
Daniel Deusdado.
     
     
 Mais uma argolada de Passos
   
«O deputado socialista Pedro Marques comparou hoje o convite para o diálogo dirigido pelo Governo ao PS a "uma farsa", manifestando "indignação" por técnicos do FMI estarem a estudar cortes, que passam pelas "funções sociais do Estado".
   
"É uma farsa com um mau guião. O Governo diz que quer convidar o PS para um diálogo sério e afinal sabemos que já estão em Portugal os técnicos do FMI e até se conhecem com detalhe áreas onde cortar a despesa, que, na grande maioria têm a ver com cortes nas funções sociais do Estado", disse Pedro Marques à Lusa.
   
O deputado socialista referiu-se à informação veiculada pelo ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes, na TVI24, na quarta-feira à noite, de que o Governo está a preparar a reforma do Estado anunciada pelo primeiro-ministro com técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) que já estão em Portugal, tendo tido reuniões nos ministérios da Administração Interna e Defesa.» [Expresso]
   
Parecer:
 
Lá se vai o pretendido consenso e mais uma vez a troika esquece o memorando foi assinado por três partidos e não apenas pelos amigalhaços da extrema-direita.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se o governo e a troika à bradamerda.»
      
 Já nem o presidente da CGD respeita o homem de Massamá
   
«O ruído em torno do Orçamento do Estado para 2013 estendeu-se a uma outra medida avançada por Passos Coelho no primeiro dia de discussão parlamentar: a criação de um banco de fomento que teria como objectivo o financiamento das pequenas e médias empresas (PME).
   
Pedro Passos Coelho disse na Assembleia da República que já tinha dado instruções à Caixa Geral de Depósitos para avançar com o processo. Ontem, Faria de Oliveira, presidente da instituição afirmou“ não ter indicação nenhuma” nesse sentido.
   
Esta atitude de Faria de Oliveira é inédita, já que “entala” o primeiro-ministro numa altura em que os históricos do PSD se distanciam cada vez mais da política orçamental e económica do actual governo e que a própria privatização do banco estatal tem sido reiteradamente discutida na praça pública.
   
Esta também não seria a primeira vez que o Estado, único accionista da CGD, dá instruções concretas para o avanço de um instrumento deste tipo que acaba por nunca sair do papel. O ex-primeiro ministro José Sócrates também quis avançar com a constituição de um instrumento semelhante para Angola, a ser criado entre a própria Caixa e a Sonangol, que acabou por não chegar ao terreno por não haver capital.» [i]
   
Parecer:
 
A coisa está a icar feia para o governo incompetente.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Governador do BdP quer reflexão profunda sobre gestão do Estado
   
«"Exige-se também uma reflexão profunda sobre o modelo de organização e gestão do sector público, que permita encontrar soluções indutoras de ganhos de eficiência na produção dos bens e serviços públicos, minimizando desta forma os impactos sobre a sociedade da redução dos recursos afectos às principais áreas de despesa", afirmou Carlos Costa, na abertura do ano lectivo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
A poucos dias de se ter sabido que gastou 40 milhões na sede do Banco de Portugal o senhor governador tinha o dever de andar caladinho e com o rabinho metido entre as perninhas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao senhor que se cale e deixe o país em paz.»