terça-feira, dezembro 25, 2012

Falar que nem uma rena


O nível intelectual de Passos Coelho é de tal forma primário e os seus princípios ideológicos são tão pouco elaborados que não é difícil de adivinhar que na sua comunicação de Natal vai repetir as banalidades e mentiras do costume. Aliás, este Passos Coelho é de tal forma vulgar que entre um discurso do Pontal e uma mensagem de Natal a única diferença está na decoração, num fala de pé, com ar esganiçado e num palco, hoje falará com ar de coelhinho de Páscoa e enquanto não for fotografado ao lado do papa o decor apresentará umas velinhas acesas nas suas costas.
  
Se o programa fosse o “Perdoa-me” Passos Coelho diria que estava ali por engano, mas como é Natal vai querer meter uma prenda no sapatinho, mas a sua imaginação não é muita, como se sabe para se ser imaginativo convém ser inteligente e  inteligência é coisa que não abunda no primeiro-ministro, a memória é escassa e a vergonha na cara é ainda menos, vai oferecer-nos este ano o mesmo que já nos ofereceu o ano passado, emprego e crescimento lá para o segundo semestre do ano que vem.
  
É evidente que Passos Coelho não vai assumir-se como um fracassado que sem ideias se tem socorrido de um economista incapaz de acertar numa única previsão, atributo que revela desde os tempos em que convenceu Braga Macedo de que Portugal era um oásis no meu da Europa. Agora está tentando convencer os portugueses de que o país é um bairro da lata e devemos viver a condizer.
  
Passos Coelho vai repetir que é um Kaulza a comandar uma nova operação Nó Górdio nesta guerra do ultramar que é a sua luta contra os turras do Estado Social. Será uma mensagem de Natal a convidar-nos à coragem para enfrentarmos os turras que andam na escola à borla, os turras que se tratam nos hospitais, os turras ricos que vivem à custa da injustiça do Estado Social. Passos vai apelar à coragem de um povo que insiste em ser piegas.
  
È evidente que Passos é muito competente, que a sua equipa é um mimo, que o Álvaro é um mimo, que a diplomacia económica do Portas só é superada pela capacidade de Miguel Relvas de estar em todo o lado onde haja alguém interessado numa empresa pública e não tenha garantias, a Cristas já convenceu metade dos portugueses a substituírem o cherne pelas cavalinhas da Caparica e o Mota depois de meter duas crianças na cama onde dormia uma e dois velhos em cada quarto vai encontrar uma solução para que com um subsídio de desemprego o Estado passe a pagar a dois desempregados.
  
Hoje O grande Passos Coelho vai renovar a esperança dos portugueses, investido nas funções de Pai Natal vai falar-nos que nem uma rena.