terça-feira, julho 31, 2012


Não seria difícil desmontar a tese de Passos Coelho em relação à Função Pública, todos os portugueses perceberam que Passos Coelho não sabe fazer uma média e que Paulo Portas faz o que Pires de Lima manda. Mas o mais grave da argumentação desta gente é que perante as dificuldades não hesitam em usar uma campanha de mentiras para atirar portugueses contra portugueses.
  
Todos sabemos que o corte dos subsídios resultou de um “desvio colossal” resultante da má gestão orçamental do anterior governo. Depois percebeu-se que o desvio orçamental encobria o BPN e o Alberto João Jardim e que mesmo assim ficava muito aquém do que se pouparia com o corte dos subsídios. Como se percebe agora o corte dos subsídios serviu apenas para que a esta hora o Vítor Gaspar ainda seja ministro, nada fez para cortar despesas, o Estado não foi reestruturado, o regime das fundações continua a proteger os amigos, os institutos são os mesmos, há um desvio colossal nas receitas fiscais e depois de tudo isto o ministro diz que está tudo bem.
  
É imoral que um primeiro-ministro encubra os mafiosos do BPN ou o bandalho da Madeira só porque são do seu partido e para cobrir os desvios provocados por esta gente corte dois meses de vencimento a funcionários públicos e pensionistas e em vez de ter a coragem de assumir a responsabilidade por esses cortes atribuindo as responsabilidades aos verdadeiros culpados minta e atire portugueses contra portugueses.
  
Um primeiro-ministro que faz isto é um irresponsável, não me admira que combine com o seu ministro da Administração Interna uma visita à PSP para exibir aos portugueses o que acontece aos manifestantes que saiam dos eixos. Lá vai dizendo que há o direito à manifestação mas pelo meio compara a exibição da polícia com as manifestações em que se protesta contra a sua política. Foi a primeira vez que vi num país democrático um primeiro-ministro usar a polícia para uma manifestação de força em que se faz o simulacro de repressão de concidadãos.
  
Estes senhores são os mesmos que se queixavam da asfixia democrática, aliás, o inventor desta tese é um rapaz de quem se diz que gosta muito de aventais e que é hoje líder parlamentar do PSD. Mas não vale a pena bater nessa pobre personagem, Passos Coelho também se opôs ao PECIV por ser austeridade a mais e essa coisa que anda por aí armada em ministro dos negócios estrangeiros apelava a que votassem nele para poder moderar os excessos de Passos Coelho.
  
Estamos lidando com um governo formado por gente que num dia diz que se vai vingar dos agricultores que não tiveram dinheiro para seguros de colheitas e depois anda uma semana a dizerem o contrário. Um governo onde o primeiro-ministro faz uma exibição de força policial para que os portugueses se contenham na sua vontade de se manifestar. Um governo onde o ministro das finanças é incapaz de controlar a despesa, nada sabe de política fiscal e para encobrir a sua incompetência inventa desvios colossais para que governe com seguranças financeiras pornográficas.
  
Entrar no jogo dos argumentos em relação aos funcionários públicos ou do sector privado é ignorar que quem ganha mais neste país são os Antónios Borges que beneficiam de contratos secretos, dos Catrogas que recebem à grande e à francesa e de muitos outros que andam a enriquecer à sombra da austeridade.

Umas no cravo e outras na ferradura



Jumento do dia
   
Filipe Pinhal, padrinho do filho do ex-presidente do BCP 
 
O antigo presidente do BCP é um homem muito corajoso, quando Sócrates era primeiro-ministro ficou calado, mas agora encheu-se de coragem e denunciou a tentativa do ex-primeiro-ministro de controlar o BCP com o objectivo de gastar o seu dinheiro em obras públicas. Ainda bem que Sócrates não conseguiu vencer o corajoso banqueiro, pois como se sabe o precioso dinheiro do BCP não foi usado em obras públicas e está sendo investido no crescimento da economia.

Agora só resta que os  magistrados decidam extrair uma certidão e mandar investgar a alegada tentativa de Sócrates de controlar o BCP para lhe gastar o dinheiro. Com um pouco de sorte até pode ser que Cavaco chame o banqueiro a Belém para que este lhe explique as maldades que o ex-governante lhe fez.
 
«Filipe Pinhal usou ainda o tempo que lhe foi dado para falar pela juíza que conduz o processo para dar ao tribunal a sua leitura de uma conjuntura política e económica. De acordo com o ex-presidente do BCP, o governo de José Sócrates "iniciava em 2007 a sua política keynesiana [de investimento público] - TGV, novo aeroporto, terceira travessia do Tejo - e precisava de bancos obedientes e dóceis".


O governo socialista contava com a Caixa Geral de Depósitos e o BES, na opinião de Filipe Pinhal, mas não com o BPI, que era dominado pelos espanhóis do La Caixa e pelo banco brasileiro Itaú, assim como também não controlava o BCP, "que tinha uma base acionista muito dispersa". "Não seria fácil abanar o BCP e foi o que foi feito", afirmou ao tribunal.» [Diário Económico]
   
 Os sacrificados da nação

quando a selecção de futebol foi alvo de críticas Humebrto Coelho, na condição de dirigente da Federação, deu uma entrevista em chamava a atenção para a dívida eterna dos portugueses em relação aos fuebolistas. Agora foi uma judoca que na hora de ir ao tapete se apressou a chamar a atenção para o muito que deu ao país.

Começa a ser tempo de acabar com esta ladainha de algumas profissões em que os profissionais ~so bem remunerados, muitos deles são subsidiados, quando têm sucesso cobram-no em patrocínios bem pagos e quando as coisas correm mal aparecem a cobrar supostas dívidas que todos os portugueses têm em relação a eles.

 Abba: "Money, Money, Money"


   
Vídeo dedicados aos novo ricos do programa de ajustamento, personagens onde se inclui gente como António Borges e Eduardo Catroga.
 

  
 Um mar de enganos e o que veio depois
   
«Com um ano de governo PSD/CDS-PP, e perante resultados tão devastadores, com mais de metade dos portugueses no limiar da pobreza, ainda há por aí vozes empenhadas em cantar loas ao governo de Passos Coelho e às medidas que, no último ano, foi “obrigado” a tomar. Algumas dessas vozes, para melhor credibilizar a “inevitabilidade” dessas medidas, admitem alguns “erros” aos nossos governantes, mas nada de relevante, comparado com a “gigantesca” tarefa de acertar deficits orçamentais e pôr cobro ao “regabofe” despesista que por aí reinava há muitos anos. Todos sabíamos – dizem – que a necessidade de recorrer à ajuda financeira externa, concretizada pelo anterior governo, e a de ajustar as despesas do Estado em função da riqueza produzida, exigidas pela troika de credores, cujas linhas mestras se fixaram em “Memorando”, não iriam produzir um “mar de rosas”, nem deixavam ao governo margem de manobra para outras soluções. Além disso, Portugal precisava desta “terapia de choque”. Daí estranharem, essas vozes, as queixas que por aí circulam, e que se avolumam.
  
Este argumentário faz tábua rasa de duas situações. A primeira decorre da campanha eleitoral que se realizou após a aceitação do “memorando” da troika de credores. Passos Coelho, então líder do principal partido da oposição, conhecedor das dificuldades, apresentou-se às eleições como aquele que iria salvar os portugueses das garras dos que nos queriam afogar em sucessivos aumentos de impostos. Opção a que o PSD não recorreria, como foi bastas vezes anunciado. A memória dessa campanha eleitoral se não é um mar de rosas, é um mar de enganos: “A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento”; “O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento; “Já ouvi o primeiro-ministro dizer que o PSD quer acabar com o 13.o mês, mas nós nunca falámos disso e é um disparate.” Estes são meros exemplos do “discurso” com que o PSD enganou os portugueses e, sobretudo, num momento em que sabia muito bem que, caso fosse governo, iria fazer tudo ao contrário. Como fez durante o último ano. A Democracia não pode ser este mar de enganos, um salve-se quem puder para chegar ao poder. 
  
A segunda situação prende-se com a “inevitabilidade” das medidas do governo. “Não há dinheiro” ou “não há outra solução” são as frases mais batidas nos panegíricos dos arautos de serviço. Metem para debaixo do tapete essa incomodidade da “repartição equilibrada dos sacrifícios” e que outros caminhos para o equilíbrio orçamental poderiam ser seguidos com menos custos para os portugueses mais desfavorecidos e, simultaneamente, com menores efeitos recessivos e melhores resultados orçamentais. Isto é sobejamente entendido quando, em tempos de miséria generalizada, as maiores fortunas continuam a aumentar sem que sobre elas recaia um qualquer imposto especial; ou quando os lucros das grandes empresas de energia sobem em flecha, caso da GALP, que subiu o lucro em 57% no primeiro semestre deste ano. No fundo, isto acontece porque a visão dos partidos que nos governam coincide com a visão da troika de credores: o mal das economias frágeis, como a nossa, reside apenas na falta de competitividade internacional. O que, descodificando, quer dizer: os trabalhadores têm direitos a mais, não se pode baixar salários, não se pode despedir, recebem indemnizações por tudo e por nada, e ainda por cima têm saúde e educação à borla. Assim, não há economia que resista. Dizem. Se rememorarmos as medidas deste governo durante o último ano facilmente as encaixaremos, uma a uma, nesta visão.
  
E ainda há, nessas vozes laudatórias, quem afaste a orientação ideológica das medidas do governo. Tal argumento é ridículo, dizem. Para escrever tal disparate precisam de esquecer que Passos Coelho, no discurso de encerramento do congresso que o entronizou, elegeu a revisão constitucional como o objectivo principal do seu partido para a transformação de Portugal. E quando, uns meses depois, em entrevista a um jornal diário, falou sobre o que propunha nessa revisão, foi claro: antecipou em mais de um ano o programa da troika de credores, nas relações laborais, na Saúde e na Educação. Ou já não se recordam?» [i]
   
Autor:
 
Tomás Vasques.
      
  
     
 Podemos ficar descansados
   
«"Não existe nenhum problema para a saúde pública. Os alimentos estão a ser analisados e a saúde dos portugueses não está em risco, apesar de ter sido reduzida a participação da ASAE" em termos de fiscalização alimentar, afirmou Assunção Cristas na comissão parlamentar de Agricultura e Mar dedicada à Politica Agrícola Comum (PAC).
  
A ministra admitiu que desde o início deste ano a ASAE deixou de recolher as amostras de alimentos, como as de carne à saída dos matadouros, antes de chegar aos pontos de venda, mas explicou que esta alteração não prejudica ou põe em causa a segurança alimentar.
  
"Não há nenhum problema para a saúde pública, nem há nada a ser descurado nesta matéria. O que ouve foi no início deste ano um entendimento entre a DGV e a ASAE para racionalizar custos, a ASAE deixou de recolher as amostras e passou a ser a DGV porque tem meios para o fazer", afirmou numa resposta aos deputados.» [CM]
   
Parecer:
 
A ASAE é que não sabia da mudança de procedimentos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e aposte-.se que a DGV está a recolher amostras à pressa para salvar a honra da tótó.»
      
 Alemanha trata zona euro como filial
   
«O primeiro-ministro luxemburguês e presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, responsabilizou em parte a Alemanha pelo agravamento da crise e defendeu que alguns dos seus políticos tratam a zona euro como seu fosse "uma filial".
  
"Porque é que na Alemanha se permite permanentemente que se faça política interna em torno do euro? Por que trata a zona euro como uma filial?", questiona Juncker em entrevista publicada hoje no jornal "Süddeutsche Zeitung".» [i]
   
Parecer:
 
Isto começa a estar mal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Durão Barroso se vai fazer papel de banana até ao fim do mandato.»
   
 O Alberto Já nem sabe a quem dá dinheiro
   
«O Governo Regional da Madeira concedeu um subsídio de 500 mil euros ao Rali Vinho da Madeira, que decorreu este fim-de-semana na ilha. A resolução que autoriza a celebração do protocolo com a entidade promotora da prova, o Club Sports Madeira, tomada em conselho de governo a 21 de Junho e publicada no Jornal Oficial, tem a assinatura do próprio presidente do executivo, Alberto João jardim.» [Público]
   
Parecer:
 
Não faz mal, se for necessário o Passos Coelho corta ,mais um mês de vencimento aos funcionários e o Alberto já tem dinheiro para continuar a financiar os negócios dos sifões de retrete.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Interne-se a pobre alma.»
      

   
   

  

   

   

  

segunda-feira, julho 30, 2012

Competititvidade e salários baixos


  
Não acredito muito que Passos Coelho esteja preocupado com o progresso ou que governe a pensar no povo português, parece-me mais que tem uma agenda ideológica que tem mais que ver com os manifestantes do Rossio dos anos 70 do que com a sigla do seu partido. Passos Coelho não tem ideias nem projectos, o seu objectivo é aproveitar-se da crise financeira e em vez de se concentrar em ajudar o país a sair da turbolência dos mercados financeiros está a acentuar a crise para melhor disfarçar a aplicação de um programa que não foi votado por ninguém.
  
Mas Passos Coelho estivesse preocupado com o país e tivesse uma capacidade intelectual ligeiramente superior ao imbecil que julgou que levava um canudo sem estudar e ninguém daria por isso, poderia aproveitar a sua passagem pela Manta Rota para reflectir sobre as virtudes e limites de um modelo de competitividade assente em salários baixos. Está num concelho, Vila Real de Santo António, que começou por apostar na inovação no tempo do Marquês de Pombal para com o desenvolvimento do capitalismo investir em salários baixos e aproveitamento re recursos naturais facilmente acessíveis.
  
Na minha infância Vila Real era uma vila industrial onde se multiplicavam as fábricas de conservas de peixe, era o Tenório (o tal das patilhas de cuja marca ainda se vendem latas, er o Ângelo Parodi, uma marca que ainda existe em Itália, o Zé Rita, do pai da esposa de Jorge Sampaio, os Cardosos, os Ramirez e outras. Havia sardinha com fartura, existir uma importante reserva de mão de obra quase escrava que eram as mulheres dos cuicos de Monte Gordo, a sede local da PIDE e uma extensa rede de informadores assegurava a paz social, trabalhavam-se seis dias por semana incluindo os feriados, não existiam direitos laborais e tudo isto existiu durante décadas.
  
Com tanta riqueza tirada do oceano onde estão as empresas e os capitalistas enriquecidos com décadas de mão de obra barata explorada sem limites e sem regras? Morreram quando o modelo morreu, apenas sobreviveram os Ramirez mas mesmo esses já eram ricos e até muito mais ricos do que são hoje.
  
A explicação é simples, a competitividade adquirida à custa de salários baixos, desregulamentação laboral, mais dias de trabalho e repressão não gera empresários competitivos, inovadores e bom gestores. Este modelo favorece a multiplicação de empresários gandulos, de maus gestores, de canalhas, gente que gastará a riqueza roubada em casinos, carros e putas, porque onde roubaram essa riqueza há mais para roubar.
  
Bastaria ao governo estudar as empresas portuguesas que têm sucessos, aquelas que de forma oportunista dizem ser bem sucedidas graças às reformas estruturais alvarinhas, para perceber que não são empresários gandulos, gestores de almoçaradas e clientes de bodeis de luxo, é gente que inovou, que estimulou os seus recursos humanos, que procurou mercados, que não pediu ao governo que lhe desse subsídios ou escravos.
A aposta no empobrecimento não visa resolver os problemas do país ou trazer progresso, tem por único objectivo manter e enriquecer um grupo social de inúteis, grupo a que pertence a gente deste governo e quem Passos Coelho deve a sua eleição.

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

Mosteiro da Batalha
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
Presuntos [A. Cabral]
 
Jumento do dia
   
Assunção Cristas
 
Parece evidente o critério de qualidade adoptado pela menina Assunção Cristas para o controlo dos produtos que os portugueses comem, o que não mata engorda, em vez de se fazerem controlos antes do consumo manda-se a SAE depois de consumidos.

«O Inspetor Geral da ASAE disse hoje que a Direção Geral de Veterinária deixou de pedir amostras para controlar os alimentos, mas que as ações de fiscalização aos produtos vendidos diretamente ao público se mantêm.
  
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) "tem vindo a desenvolver a sua atividade no corrente ano exatamente nos mesmos moldes que fez nos anos anteriores", afirmou à Lusa o inspetor geral António Nunes, lembrando que a ASAE é responsável por fiscalizar os produtos manipulados que são diretamente vendidos ao público.
  
Os inspetores daquela polícia analisam os alimentos "como hambúrgueres, chouriço, carne picada, leite ou ovos que estão nos pontos de venda", para verificar se as normas de higiene e segurança alimentar estão a ser cumpridas.
  
Já os alimentos na sua origem, como por exemplo a carne num matadouro, parecem não estar a ser controlados: "O que falta fazer é controlar alguns produtos que são colocados no mercado antes de serem comercializados", admitiu António Nunes.» [DN]
   

  
 Bom senso, um bem escasso
   
«Num artigo no Financial Times, Martin Wolf dizia que até agora não tinha compreendido o sucedido nos anos 1930. Porém, a crise que atravessamos tinha-o esclarecido: "Tudo o que era necessário eram economias frágeis, um sistema monetário rígido, um debate intenso sobre o que deveria ser feito, a crença de que o sofrimento é bom, políticos cegos, incapacidade para cooperar e incapacidade para estar à frente dos acontecimentos."
  
O artigo não é recente e já foi citado e glosado por muita gente, mas a espécie de premonição do jornalista britânico ameaça, a cada dia que passa, tornar-se realidade.
  
As autonomias espanholas e os juros da dívida (7,7% na passada terça-feira) pré-anunciam o pedido de resgate total espanhol, a Itália prepara-se para tomar o lugar de Espanha como o próximo país a necessitar de ser "ajudado", o Estado grego não tem dinheiro para pagar salários em Setembro, dezassete bancos alemães vêem o seu rating reduzido e a Moody's revê em baixa as perspectivas económicas da Alemanha. Reações? O BCE admite, repito, admite reforçar o fundo de resgate para aliviar a Espanha. Apetece perguntar que tipo de reforço se está a preparar para resgatar a Itália e os países que se seguirão, ou seja, a Europa toda. Mas, claro está, não vale a pena. Nessa altura já não existirá nada para resgatar.
  
Há mais reacções. A França e a Itália acusam a Espanha de ter emitido um comunicado falso. Os franceses e italianos não teriam, como os malandros dos espanhóis terão afirmado, pedido a imediata execução dos acordos assinados a 28 e 29 de Junho (a possibilidade de os bancos serem recapitalizados directamente através dos fundos de resgate evitando assim penalizar a dívida pública). Então não se está mesmo a ver que tempo é coisa que não falta? Para quê tanta pressa? Querem ver que a seguir vamos ter a Itália e a França a dizer que não são a Espanha?
  
E ainda há mais. Patrick Doring, secretário-geral dos liberais, partido pertencente à coligação que governa a Alemanha, aconselhou a Grécia a sair voluntariamente do euro para, nas palavras dele, "gerar mais confiança nos mercados". Ui, o que os mercados vão apreciar uma zona monetária que não consegue aguentar uma economia do tamanho da grega...
  
A loucura que está a afectar os líderes europeus torna-os cegos e surdos, mudos não, infelizmente. A meio da semana, Mario Draghi veio dizer que salvará o euro custe o que custar, pediu até para acreditarem nele. A coisa, apesar de ter acalmado os mercados por uns dias, não passou de uma vulgar bravata. Nada foi dito sobre eurobonds, que subitamente desapareceram da agenda apesar de existir um consenso entre toda a gente que reflecte sobre a crise sobre a sua necessidade (excepção feita, claro está, ao Governo português e aos comentadores económicos portugueses que transformaram jornais como o Financial Times ou o Economist em autênticos novos Pravdas). Quanto ao BCE e ao seu estatuto também nada está a ser mudado. Nem uma palavra sobre a possibilidade de o banco ser o garante final da dívida, emitindo moeda no limite. O presidente do BCE acha que se falar muito alto e fizer um ar de salvador da Europa alguma coisa mudará. Não muda.
  
O euro está a morrer e com ele muitas outras coisas correm o risco muitíssimo sério de desaparecer. O projecto europeu será o primeiro a perecer. O mais bem-sucedido projecto de cooperação internacional da história, aquele que mais bem-estar trouxe aos seus povos na história da humanidade, o que garantiu o mais longo período sem guerra na Europa, sucumbirá. Cairá pelas razões que Martin Wolf tão bem enunciou, mas resultado também da desconfiança e da falta de cooperação entre parceiros, da incapacidade de corrigir os erros na construção do euro, dos complexos alemães, da cegueira ideológica e da falta de transparência democrática na construção europeia. A democracia cairá logo a seguir: não há democracia que consiga aguentar o colapso económico e social que o fim do euro provocará.
  
Eu não pediria grandes políticos nem grandes líderes, apenas um bocadinho de bom senso, mas no momento que atravessamos é o mais escasso dos bens.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.
      
  
     
 Finalmente se percebe a política do Gaspar
   
«O número de divórcios em Portugal registou uma diminuição de mais de meio milhar de casos face a 2010, facto que quebra a tendência do constante aumento desde 2000, indica a Direcção-Geral da Estatística de Justiça (DGEJ).» [CM]
   
Parecer:
 
Como licenciado na Católica, onde uma das cadeiras que conta para a sua média é uma de relihião e moral, o Gaspar está a ser um bom cristão, lança a fome para inviabilizar os divórcios.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
      
 A culpa não era do Sócrates
   
«O estudo é da universidade suíça de St. Gallen e diz que as agências de notação financeira alimentaram o endividamento na Zona Euro ao procederem a avaliações de "rating" mais severas desde que a crise da dívida soberana começou a revelar-se em 2009. Portugal está entre os exemplos do exagero a que foi sujeito nos cortes.
  
Uma análise mais detalhada à dinâmica do efeito que os cortes de “rating” da dívida tem sobre as taxas de juro revelou que, pelo menos em relação aos países com notações soberanas fora da categoria ‘A’ (que é a mais elevada), os “downgrades” erróneos, arbitrários ou abusivos podem facilmente criar as condições propícias a que de facto se justifique esse “rating”. A conclusão é de um estudo realizado pelos investigadores Manfred Gärtner e Björn Griesbach, da universidade suíça de St. Gallen.
  
“Conjugado com a prova de que muitos dos cortes de ‘rating’ dos países da periferia da Zona Euro parecem ter sido arbitrários e não puderam ser justificados com base nos algoritmos de ‘ratings’ que explicam as notações de outros países ou as avaliações anteriores a 2009, este resultado é bastante desconfortante. É preciso que os governos olhem mais atentamente para os mercados financeiros em geral e para os mercados das obrigações soberanas em particular, bem como para as motivações, dependências e conflitos de interesse dos principais ‘players’ desses mercados”, acrescenta o estudo, que analisou a crise da dívida soberana resultante da crise financeira e imobiliária de 2007-2009.» [Jornal de Negócios]
   
Parecer:
 
A verdade é que temos um governo eleito de forma duvidosa, que governa de forma duvidosa, que é controlado pelo presidente de forma duvidosa e que vai levar o país ao conflito social e à ruína.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
   
 Pobre Macedo
   
«O Ministro da Administração Interna atribui hoje o aumento do número de ignições às condições climatéricas extremas e a mão criminosa e não à falta de meios, dado que, o número é superior ao do ano passado.
  
"Este ano, ao contrário do ano passado, temos mais equipas de intervenção e meios aéreos no terreno", garantiu Miguel Macedo, à margem da inauguração das obras de ampliação e remodelação do quartel dos bombeiros da Cruz Verde, em Vila Real.» [i]
   
Parecer:
 
É mais fácil criticar os governos do que se ministro, não é Macedo?»
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao ministro que assuma a responsabilidade, que não se declare irreponsável.»
      

   
   

  

   

   

  

domingo, julho 29, 2012

Semanada

 

Miguel Relvas está a revelar-se um verdadeiro sobrevivente e resiste à demissão, o homem que subiu a pulso (até deve ter ficado com dores no pulso depois de escrever o longo currículo convertível em canudos) está a revelar-se um resistente. É evidente que para isso deve contribuir a distracção presidencial que sabe Deus porquê é o mais dócil Presidente da República que por cá passou.
  
Nesta mesma semana em que Relvas deu menos nas vistas com o seu sorriso de ministro pimba os portugueses ficaram a saber que a família Cavaco Silva está a ter sucesso nos negócios. O genro do Presidente da República e mais uns amigos compraram o Pavilhão Atlântico ao preço de uma loja chinesa. Um dia destes ainda vamos concluir que o Pavilhão ainda vai dar uma margem maior do que deram as acções da SLN que o sogro comprou.
Os spin doctors de Passos Coelho meteram-lhe mais uma bojarda na boca, desta vez aquele rapaz com ar de meio da tabela veio descansar os portugueses dizendo-lhes que anda mais fraquinho por estar a fazer dieta, foi um momento de azar para os muitos que tinham a esperança de que estivesse doente. Não está doente mas continua parvo e só isso explica que se esteja lixando para as eleições, isto é está-se cagando para o que os eleitores pensem, isso porque se considera o único eleitor inteligente, o único que pensa em função do interesse do país. Quando um país tem governantes com má opinião do seu próprio povo as coisas estão mesmo mal.
  
O momento universitário da semana ocorreu quando o licenciado Catroga que João Duque promoveu a Catedrático 0%  não questionou o mérito da licenciatura de Relvas mas desancou na universidade que deu o canudo. Enfim, diz o roto ao nu! 

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
    
Horta do Monte, Graça, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 

   
"TGV do Lima" [A. Cabral]   
 
Jumento do dia
   
Filomena Martins
 
O politicamente correto de alguma gente da direita portuguesa obriga a falar mal da Função Pública, uns falam com ódio, outros optam pelo discurso condescendente, pretensamente científico. É o que escreve a cientista política do DN que analisa os funcionários públicos como se ocupassem uma jaula do zoo e ela fosse uma bióloga especializada na espécie.

Será que a senhora já teve de chamar os bombeiros, pedir ajuda à polícia ou recorrer a um médico do SNS? Ou será como muitos que se farta de falar mal do Estado e na hora da verdade esquecem as virtudes dos privados e optam pelo público?

De onde virá tanta sobranceria, tanta avaliação definitiva de centenas de milhares de pessoas, muitas delas bem mais competentes do que ela mesmo sem avaliação. Será que quer que lhe digam quantos médicos excelentes, competentíssimos, invejados pelos hospitais públicos há no Estado mesmo sem serem alvo da milagrosa avaliação? Quantos exemplos de incompetência quer que lhe mostre, incluindo nos jornais, de gente que sendo avaliada e sujeita às virtudes da gestão privada? Que olhe em seu redor nas redacções dos jornais e diga se não vê incompetentes, conformados, sem ambição.

Se os funcionários públicos são esses gordos, gandulos, feios e idiotas como explica que as universidades nas universidades públicas existam tantos exemplos de excelência e não hajam doutores à Relvas, como explica que Portugal seja um exemplo mundial em domínios da saúde como a pediatria, como justifica a eficácia das polícias no combate à criminalidade?

Sejamos honestos e deixemo-nos de mentiras.
 
«Foram, aliás, os salários e a progressão na carreira de acordo apenas com a antiguidade e não com o mérito que transformaram globalmente a função pública numa massa de trabalhadores indistintos, pouco ambiciosos, nivelados por baixo e cuja fama, muitas vezes injustamente, não abona a seu favor. Em relação à maioria, uma avaliação verdadeiramente rigorosa, que tarda a ser colocada em prática em vários sectores, pode resolver anos de erros sucessivos.» [DN]
   
 A coisa está mesmo mal

  
O seguro Passos dispensa os serviços de aconselhamento do licenciado em ciência política e recorre ao tio Manel.

 Coisa estranha!
 

Com Cavaco transformado num autêntico e-presidente, mandando tuo de todos consultar a sua página por tudo e por nana seria de esperar que Obama levasse uma abada, isto para não falar de Passos Coelho que só para saberem qual a receita mágica para a sua dieta milagrosa deve ter levado milhões à sua página. Há motivos para acompanhar a admiração presente no título escolhido pelos jornalistas do CM!
 
 A lição do dr. Relvas aos portugueses
 
   
     
 Uma boa notícia
   
«“Os resultados do BCP, logicamente, não são os desejados, mas são, claramente, os esperados”. Foi desta forma que Nuno Amado anunciou ontem que o BCP voltou a registar um prejuízo avultado. As perdas ascenderam a 544,4 milhões de euros no primeiro semestre, acima das estimativas dos analistas que apontavam para um prejuízo de 495 milhões. Em Junho de 2011, a perda tinha sido de 116,5 milhões.» [i]
   
Parecer:
 
Prejuízos num banco dirigido por um sacana que acha que os funcionários e pensionistas devem ser lixados em nome dos seus lucros é uma boa notícia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Festeje-se sempre que este banco canalha tiver prejuízos e mandem-se os parabéns ao Nuno Amado com desejos de ver o seu banco ir à falência porque já que é para se perder então perdemos todos.»
      
 Os atletas olímpicos são símbolos para a juventude
   
«O desporto é um investimento para o futuro e os atletas olímpicos "símbolos para a juventude", defendeu este sábado o Presidente da República numa visita à aldeia olímpica em Londres.» [DN]
   
Parecer:
 
Se Cavaco Silva fizesse uma sondagem para saber quantos jovens portugueses conhecem o nome de um dos nossos atletas olímpicos presentes em Londres percebia que não é bem assim, a não ser que algum se chame iCarlos ou iSandra.No século XX talvez tivesse sido assim e quando tivemos medalhados. Agora os símbolos são outros e se tem dúvidas pergunte ao genro.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se a sugestão.»
   
 Príncipe Carlos dá a partida a prova de ciclismo
   
«Os duques da Cornualha apareceram minutos antes do início da prova, perto do Palácio de Buckingham, e trocaram algumas palavras com os ciclistas britânicos, entre os quais Bradley Wiggins, que foi o vencedor do último Tour de França, mas também falaram com os seus adversários, como o suíço Fabian Cancellara, campeão olímpico de contra-relógio em 2008.» [DN]
   
Parecer:
 
 O risco era alguma bicicleta se assustar com a Camila e começar aos pinotes na linha de partida.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Governo insiste em ser canalha
   
«O princípio de que a austeridade deve recair mais sobre os trabalhadores do Estado é partilhado pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças, e deverá enformar o Orçamento de Estado para 2013.
  
Segundo o Expresso, a solução em que Vítor Gaspar está a trabalhar, para contornar o acórdão do Tribunal Constitucional que chumbou os cortes nos subsídios dos funcionários públicos e pensionistas (que valiam 2 milhões de euros), vai manter a discriminação entre os dois mundos. A penalização maior sobre os funcionários públicos do Estado vai repetir-se, embora de forma menos acentuada.» [DN]
   
Parecer:
 
Talvez desta vez tenham de enfrentar a Função Pública.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   
 Bolsas para vítimas de violência doméstica
   
«A secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade anunciou ontem em Pombal que está a ser ultimado um protocolo com a Associação Nacional de Municípios para criar bolsas de habitação destinadas a vítimas de violência doméstica.» [DN]
   
Parecer:
 
Concordo mas com um governo mais violento e que mata mais portugueses do que os maridos violentos também deviam ser atribuídas bolsas às vítimas da violência governamental.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»
   
 O Crato até goza com os professores
   
«O ministro da Educação desvalorizou hoje a contestação dos professores, apontando que “não é tão grande assim” e que é a normal no seio de um processo de negociação, salvaguardando estar a trabalhar para resolver os problemas.
  
Em declarações aos jornalistas, à margem do encontro nacional do programa “Novos Talentos em Matemática”, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o ministro da Educação e Ciência (MEC) começou por apontar que a reunião de sexta-feira com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional da Educação (FNE) “foi uma reunião normal”.» [i]
   
Parecer:
 
Desta vez o Crato tem razão, este Mário Nogueira não passa de um Caniche comparado com o Pitbull de outros tempos. Crato sabe muito bem que os professores estabelecidos usaram os contratados para combater a avaliação mas agora dormem muito bem se os colegas forem despedidos, o mesmo sucedendo com uma boa parte dos sindicalistas do ensino, gente que há muito que não sabem onde fica a escola onde estão colocados.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 O Alberto João teve azar
   
«Quando foi detido pela Polícia Judiciária, o suspeito de atear alguns dos mais recentes fogos na Região Autónoma da Madeira, estava na freguesia em que residia e onde há mais de dez anos se havia proposto para aspirante a bombeiro – a Calheta. O alegado incendiário, de 37 anos e com antecedentes criminais, foi surpreendido pelas autoridades durante a noite de quarta-feira, cerca de dez dias depois dos fogos terem consumido cerca de 2 500 hectares.
  
Ao i, Rui Silva, coordenador de investigação criminal da PJ, garantiu que a detenção aconteceu “após terem sido recolhidos elementos materiais e testemunhais que ligam fortemente o suspeito a alguns dos focos de incêndio que deflagraram este mês e no fim do mês de Março.”
  
Segundo um comunicado que a Judiciária colocou ontem no seu site, este homem será “o autor de dois incêndios ocorridos no fim do mês de Março na freguesia de Ponta do Pargo e que consumiram uma área florestal de 30 hectares, e ainda do incêndio de grandes dimensões que no dia 17 do corrente mês, atingiu as freguesias da Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo e Achadas da Cruz, consumindo uma área total de 2.484 hectares, e colocando em perigo diversas habitações.”» [i]
   
Parecer:
 
Depois de ter insinuado existir uma relação entre os incêndio e a sua verborreia em relação aos bombeiros a PJ prendeu o incendiário, o pobre diabo até tentou ser bombeiro mas foi rejeitado. É uma pena que o povo da Madeira não tenha rejeitado o Alberto tal como os bombeiros da Calheta tinham rejeitado o incendiário. Agora só as árvores estariam queimadas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Alberto.»