terça-feira, janeiro 22, 2013

Tudo boa gente


Quem disse que os banqueiros provocaram esta crise, que durante décadas branquearam capitais, que promoveram o consumo para conseguirem juros mais elevados, que corromperam a classe política e financiaram tudo o que lhes interessava, desde campanhas eleitorais aos congresso dos magistrados em hotéis de luxo, que usaram ao zona franca da Madeira pare evitarem impostos, que ajudaram os seus clientes ricos a esconderem o dinheiro em off-shores, que usaram o dinheiro dos clientes para financiarem os negócios duvidosos dos seus afilhados, que criaram bancos para enganarem o país e enriquecerem os amigos com negócios duvidosos de acções ou com financiamentos a negócios manhoso?
Quem disse isto estava a sonhar, tirando um outro “boi da piranha” do BCP ou do BPN tudo o resto era boa gente, só mesmo boa gente poderia, por exemplo, convidar o Guilherme d’Oliveria Martins para administrador do Banco EFISA, um banco da SLN do exemplar Dias Loureiro. Veja-se a lista das personalidades que nos últimos anos estiveram em cargos remunerados dos bancos ou do imenso universo de empresas que pertencem aos banco e ficaremos com a noção da dimensão da bondade da nossa banca.
Quem disse que os nossos empresários se borrifaram para a inovação, para o design, para a qualidade da gestão, que deixaram de ir às putas e de comprar carros de luxo para toda a família, putas e amantes incluídas, que deixaram de pagar as férias privadas e os almoços de luxo com o cartão visa da empresa, que nunca se preocuparam muito em procurar mercados no estrangeiro ou que resolviam os seus problemas de competitividade com umas luvas para o político mais próximo?
Não senhor, os nossos empresários são exemplares e se as suas empresas não são competitivas não é por culpa deles, o problemas é termos um salário mínimo excessivamente elevado,  uma carga fiscal muito alta, custos de contexto excessivos.  Acabe-se com o IRC e com a TSU financiando isso com o SNS ou com as escolas, liberalize-se totalmente os despedimentos equiparando as nossas regras às dos países geograficamente mais próximos (como a Argélia, Marrocos, a Mauritânia ou o Mali) e veremos como as nossas exportações sobem em flecha.~
Os nossos banqueiros são exemplares e boas pessoas, merecem serem ajudados, os seus bancos devem ser refinanciados pelo Estado nem que para isso se acabe com a escola pública ou se despeçam polícias, professores e médicos. O Estado só precisa de cobradores de impostos pois estes ão necessários para financiar os banqueiros.
O que seria do nosso país sem os nossos empresários, como poderemos criar empregos se não os ajudarmos a serem competitivos? Se o país tem de escolher entre baixar o IRC e a TSU e manter os subsídios de desemprego ou a ADSE alguém duvida de que a prioridade é criar emprego. Para que são necessárias escolas se os nossos licenciados emigram porque ganham melhor no estrangeiro? O que faz sentido é usar o dinheiro que se gasta em ensino inútil na competitividade das nossas empresas, de preferência as que empregam os mais pobres, para que estes custem menos ao Estado. Acabe-se com a escola pública, ajude-se quem emprega gente que ganha o ordenado mínimo.
Os banqueiros e os empresários são os melhores portugueses e são esses que devem ser ajudados, nem que isso se faça à custa de todos os outros, esses grandes malandros.