quinta-feira, janeiro 03, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
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Árvore, Cidade Universitária, Lisboa
   
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Solinho de Inverno [A. Cabral] 

Jumento do dia
  
Teresa Leal Coelho
 
Alguém que usa as previsões do governo para contraria a mensagem de Cavaco Silva tem uma péssima opinião sobre a inteligência dos portugueses. Mas se alguém considera que uma precisão que apresenta uym valor que é o dobo da outra apresenta valores muito próximos deixa de ser um problema de desprezo pela inteligência dos portugueses, passam a ser estes a questionarem a inteligência da senhora, aliás, se esta dirigente do PSD falar muitas vezes em público é bem mais provável que na próxima campanha da CERCI dispare a venda do pirilampo mágico.
 
«"Não acompanhamos o Presidente da República na ideia da espiral recessiva. Discordamos em absoluta dessa ideia", afirmou Teresa Leal Coelho ao Expresso. 

A deputada e vice-presidente de Passos Coelho no PSD lembra que "as projeções do Governo (um crescimento de -1%) não são muito diferentes da expetativa dos organismos oficiais (-2%)". A referência do Presidente da República a uma "espiral recessiva" causou indisfarçável incómodo na maioria.

Quanto às dúvidas levantadas pelo Presidente sobre a constitcuionaluidade de alguns artigos do Orçamento de Estado, Teresa Leal Coelho diz que aguardarão "serenamente" que o Tribunal Constitucional responda. Mas reconhece que se a decisão for pela inconstitucionalidade, isso  "tornará o exercício orçamental ainda mais difícil para o Governo".» [Expresso]
   
 Ridículo
 
Se a mensagem de Cavaco Silva foi uma mensagem de Ano Novo, então o comentário do PSD à mensagem de Cavaco mais parecia um discurso de Fidel Castro nos tempos em que o líder cubano vendia saúde. Este PSD não tem a noção do ridículo.
 
 E se o OE for inconstitucional

Se o OE for considerado inconstitucional por causa do tratamento isso significa que toda a austeridade tem assentado na discriminação e na ilegalidade, significa que Portugal tem um governo que governa segundo uma agenda secreta, que não respeita o seu próprio programa e que não respeita o país violando sistematicamente a Constituição. Nesse caso estamos perante um governo que é ilegítimo porque governa de forma ilegítima.

 Cavaco e o sentido da coerência

EM 2012 os funcionários públicos e pensionistas ficaram sem os dois subsídios e Cavaco Calou-se. O  OE de 2013 retira um dos subsídios e Cavaco duvida da constitucionalidade. Está tudo dito sobre o Presidente que temos e que, infelizmente  vamos continuar a ter enquanto o mandato não se arrastar penosamente até ao fim. Cavaco usa o TC não para que funcionários e pensionistas recuperem um direito que lhes foi retirado, mas sim para ele próprio recuperar alguma da credibilidade que já não tem e não há TC que lha devolva.
 
 Hefner casa-se com uma coelhinha
  
è uma pena que não tenha querido um coelhinho, temos por cá um para a troca, ele levava o nosso coelhinho e em troca dava-nos a sua coelhinha.


  
 Resistir, nunca desistir
   
«Entrámos no ano de todos os perigos e de todos os medos. Ninguém ameniza as perspectivas, e o primeiro-ministro acentuou a nossa angústia afirmando que nunca as coisas, depois do 25 de Abril de 74, tinham estado tão escuras. Os seus apaniguados, contentíssimos, aplaudiram as declarações, considerando-as sinal de honrada "transparência". Esqueceram-se, evidentemente, de que, à esquerda e à direita, gente altamente qualificada e sensata já advertira da tragédia próxima. E Passos Coelho continua a não reconhecer, claramente, o que a aplicação da ideologia neoliberal nos tem feito. Nem o que essa ideologia significa de risco para a própria democracia, cada vez mais acanhada até ao ponto de constituir uma humilhação e um desespero intoleráveis para quem nela acredita.
  
O ano traz, portanto, malvados prenúncios. E, embora sabedor da nociva sorte que nos aguarda, Passos Coelho não move uma palha para inverter a funesta tendência. Não move ou não sabe mover. A representação do poder demonstra enorme desprezo pelos protestos de rua, pelos movimentos de massas (o 15 de Setembro testemunhou a recusa da apatia e da resignação, pelas razões que em si mesmo comportava), pelos depoimentos e pelas declarações veementes de economistas, sociólogos, políticos, alarmados com o caminho para o desastre a que o País é impelido. Interpelado sobre se a população aguenta o caudal de restrições, impostos e constrangimentos, o banqueiro sr. Ulrich admitiu: "Aguenta! Aguenta!", num escabroso convencimento, a roçar o insulto e o impudor. É em criaturas deste jaez e estilo que o primeiro-ministro se apoia, pois elas mesmas caracterizam um dos pilares em que assenta a ideologia que defende.
  
A ideologia. Eis a questão capital. E o novo paradigma político e social, que nos tem sido imposto, inscreve-se nessa nova experiência do capitalismo, como emergência de sair da crise por si criada.
  
A regressão a que Pedro Passos Coelho nos obrigou contém uma incerteza dramática, que o atinge, atingindo-nos cruelmente. Ele abriu a caixa de Pandora e, agora, não sabe como fechá-la. É um tonto perigosíssimo. Arruinou a pátria, não somente a pátria política, social e económica mas, sobretudo, a pátria moral. Nem daqui a duas ou três décadas o desastre será remediado, diz quem sabe. O nefasto "rotativismo" ocultará ou dissimulará os erros e os crimes cometidos. Ninguém vai parar à cadeia, porque eles protegem-se uns aos outros, com o impudor de quem se reconhece acima de deus e do diabo.
  
É pungente assistir-se às torções do PS, como aos embustes, ao vazio de sentido dos discursos do PSD. Não desejo referir-me, neste texto, ao dr. Cavaco, por nojo e estrito resguardo mental. Desejo, isso sim, demonstrar o orgulho e a vaidade que sinto por pertencer a um povo como este, sofrido, cercado, mas decente e indomável.» [DN]
   
Autor:
 
Baptista-Bastos.   

 O ando do "pode ser..."
   
«Em várias das narrativas coligidas na nossa histórica trágico-marítima percebe-se que o naufrágio poderia ter sido evitado se as naus, sobretudo as provenientes da índia, não viessem demasiado carregadas. Mas isso não impedia que ocorresse um momento em que, depois de frustrados todos os remédios terrestres, se encomendassem as almas ao socorro dos céus. Ontem, o Presidente da República, na sua Mensagem de Ano Novo, recomendou, no meio da tormenta nacional e europeia, a Nação inteira à graça de uma intervenção providencial. Depois de ter demonstrado que não há alternativa ao cumprimento do memorando, mas também que as estratégias do Governo e do diretório ameaçam mergulhar o País e os nossos parceiros da Zona Euro num "círculo vicioso" de recessão, que tornará inútil o sacrifício da austeridade, Cavaco Silva não desperdiçou palavras com alternativas políticas para o País e a Europa. O importante é evitar crises políticas internas. "Tenho esperança", é a expressão mais repetida. "Pode ser", augura o Presidente, que vários países da UE considerem que "Portugal deve e merece ser ajudado". Em 2013 reinará a incerteza. Contudo, em matéria de discurso político podemos ficar tranquilos. Com esta mensagem, a quilha já bateu no fundo.» [DN]
   
Autor:
 
Viriato Soromenho-Marques.
      
 A culpa
   
«Ao contrário do que por aí se diz, este Governo tem uma excelente estratégia de comunicação. Em pouco tempo, conseguiu impor um discurso que uma boa parte da sociedade e dos fazedores de opinião absorveu acriticamente. Como caracterizá-lo?

O seu tema central é a culpa. Tudo começou pela interiorização do chamado "discurso alemão" sobre a crise. De acordo com essa visão, os culpados pela crise do euro são, em exclusivo, os países da periferia. Por isso eles devem pagar pelos seus pecados, ainda que isso implique o sacrifício da racionalidade na própria solução da crise.

Passos Coelho e os seus amigos nunca desafiaram esta ideia, nunca pensaram a crise em termos estruturais e em função do sistema de incentivos perversos criados pelo euro. A narrativa alemã da culpa convinha-lhes porque ia ao encontro da sua própria narrativa de demonização do anterior primeiro-ministro. Para os alemães a culpa era nossa, dos portugueses no seu conjunto, mas a liderança política do Governo assumia de bom grado essa culpa porque podia, ao mesmo tempo, transferi-la para outrem.

Esta interiorização, seguida de transferência para um "bode expiatório", prosseguiu em todas as áreas da vida colectiva. Assim, para o primeiro-ministro os desempregados têm culpa do seu desemprego porque não saem da sua zona de conforto. Os beneficiários de RSI têm culpa da sua dependência porque não querem trabalhar. Os reformados têm culpa pelo descalabro orçamental porque recebem pensões pelas quais não descontaram. O Estado social tem de ser refundado porque, em suma, há muita gente a viver à custa dele e são esses os culpados.

Mas a estratégia de culpabilização acaba por abranger quase toda a sociedade. Os portugueses são culpados porque se endividaram, compraram casa e carro, quiseram comer bife em vez de batatas. Os trabalhadores por conta de outrem são especialmente culpados porque ficaram parados nos seus postos de trabalho, inamovíveis, difíceis de despedir. Os funcionários públicos são ainda mais culpados porque são eles os responsáveis pela despesa pública. Por isso é necessário tornar precário o trabalho em geral e o da função pública em particular, assim como diminuir salários e regalias.

Passos Coelho e os seus amigos, dentro e fora do Governo, vêem-se como uma espécie de sacrificadores dos "bodes expiatórios" nos quais eles próprios agruparam todos os pecados do passado. Daí terem um espírito de missão e uma linguagem moralista. O seu objectivo não é a reforma social, é a purificação. Os sacrifícios que aplicam, longe de incomodá-los, provocam neles a satisfação dos justos.

Quanto à compaixão, mesmo quando não se sente, encena-se. Basta uma mensagem no Facebook. Afinal de contas, o Pedro é um sentimental. Quem diria.» [DE]
   
Autor:
 
João Cardoso Rosas.
     
 Pedro e o Facebook
   
«O primeiro-ministro quer convencer-nos de que tem dupla personalidade. Em 7 de Setembro brindou-nos com o anúncio de uma brutal subida da TSU sobre os trabalhadores, após o que foi alegremente festejar para um concerto. No dia seguinte, o Pedro colocou uma mensagem no Facebook a dizer que afinal tinha feito “um dos discursos mais ingratos que um primeiro-ministro pode fazer”, afirmando “como cidadão e como pai” que “esta história não acaba aqui”. No dia de Natal, Passos Coelho anuncia com optimismo que estamos muito mais perto de vencer a crise. No dia seguinte lá vem o Pedro dizer no Facebook que “este não foi o Natal que merecíamos” e que “muitas famílias não puderam ter na consoada os pratos que [sic] se habituaram”.
   
Como é evidente estas mensagens de Passos Coelho em estilo de redacção infantil soam completamente a falso e só servem para provocar a ira dos destinatários, como se vê pelos múltiplos comentários insultuosos que imediatamente surgem. Já se percebeu perfeitamente que Passos é completamente insensível ao desespero e ao sofrimento que está a causar no país. Já se percebeu também que tem no parlamento uma legião de seguidores que o acompanha sem uma hesitação, mesmo que seja para lançar o país no abismo. Podiam, por isso, poupar-nos à exibição de lágrimas de crocodilo. Se este não foi o Natal que merecíamos, é porque tivemos e temos políticos que não deveríamos ter.» [i]
   
Autor:
 
Luís Menezes Leitão.
   
  
     
 Mais um BPN?
   
«O "Diário Económico" avança na sua edição de hoje que "no último dia do ano o Banif divulgou finalmente os pormenores do seu plano de recapitalização. Na prática, o banco receberá uma injecção de capital de 1,55 mil milhões de euros, dos quais 1,1 mil milhões virão do Estado português, com recurso à linha de 12 mil milhões disponibilizada para o fortalecimento da banca".

Segundo o jornal, "dos 1,1 mil milhões vindos do Estado, 700 milhões de euros referem-se à emissão de acções com direitos especiais, nomeadamente no que toca à recepção de dividendos de forma preferencial. Esta é a parte que influirá nos direitos de voto. Os restantes 400 milhões são injectados através de títulos de dívida de capital contingente (CoCo's), regime semelhante ao utilizado na recapitalização do BCP, BPI e CGD".» [DN]
   
Parecer:
 
Não há problemas, se der para o torto tira-se mais um subsídio aos portugueses, já foi um do Estado para os erros do Gaspar, outro para os excessos do Alberto João, os do privado vão contribuir agora para o banco madeirense. Nunca o Estado sacou tanto dinheiro, nem se entende porque o Gaspar quer ir aos mercados, basta cortar subsídios e depois ordenados e resolve o problema.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver se o BANIF  qu ainda há poucos meses gastava fortunas em publicidade consegue sobreviver.»
      
 Autarquias: o mau exemplo que vem de Fafe
   
«A Câmara de Fafe encerrou o ano de 2012 com contas positivas e sem dívidas a fornecedores, tendo ainda reduzido em mais de 20% a dívida bancária, informou esta quarta-feira o presidente.» [CM]
   
Parecer:
 
A autarquia de Fafe devia ser extinta para não dar maus exemplos ao país!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Miguel Relvas se já abandonou a Copacabana Palace para meter Fafe nos municípios a extinguir por venhonha e mau exemplo financeiro, ainda por cima do partido da desbunda.»
   
 Governo despreza UGT
   
«O Governo enviou para o Parlamento no último dia de 2012 a proposta de lei que reduz ainda mais as indemnizações por despedimento, de 20 para 12 dias por ano de trabalho, ignorando as reivindicações da UGT que sempre se manifestou contra esta redução que apelidou de "fraude".

De acordo com o documento na página oficial da Assembleia da República que "procede à quinta alteração ao Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, ajustando o valor da compensação devida pela cessação do contrato de trabalho", o novo esquema de cálculo para os atuais empregados que venham a ser despedidos será feito em três etapas.» [DN]
   
Parecer:
 
Mastigou e jogou fora.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Arménio Carlos como se está sentindo.»
   

   
   
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