sábado, fevereiro 16, 2013

Que se lixe Portugal!


Qualquer economista, a não ser alguém considerado equivalente a tal pela Lusófona, sabia que as consequências do extremismo do Vítor Gaspar seriam uma recessão brutal. A invenção de de desvios colossais para fundamentar ainda mais troikismo só poderia levar ao colapso do consumo, à destruição de empresas em massa, à falência de sectores inteiros como a construção civil.

Qualquer economista honesto sabe que não é destruindo riqueza que se pagam dívidas, não é forçando os melhores quadros à emigração que se estimulam as empresas que produzem mais valor acrescentado, não é torrando miseráveis os trabalhadores que os empresários ficam mais competentes, não é com colaboradores desmotivados que as empresas são competitivas.

Qualquer economista íntegro sabia que a política económica que estava sendo adoptada não consta em qualquer manual, não foi testada em lado nenhum, não assenta em qualquer estudo prévio, não foi devidamente pensada ou reflectida, foi pensada por alguém que não sabe distinguir um ser humano do cão da vizinha e que em tempos já ajudou a levar o país a um beco sem saída ao mesmo tempo que impingia a ideia de que o país era um oásis no meio de uma Europa em desgraça.

Se assim é como se entende tanto Bento e outros a apoiar esta política?

Porque pensavam que a desgraça só bateria à porta dos mais pobres muito boa gente de direita achou que mal ou bem este governo destruir o que restava de sonhos incómodos que todo um povo ousou ter nos anos setenta. Era ao mesmo tempo uma liberalização que ia de encontro aos manuais e uma vingança, com a ajuda de uma troika de imbecis, clarinhos ou escurinhos todos eles imbecis, pensaram que podiam destruir direitos, valores constitucionais, violar a vontade da maioria sociológica de um país.

Aquilo a que Portugal tem assistido é a um golpe de Estado, só que em vez de armas o país foi invadido por um exército de bárbaros armados de dinheiro que vieram em apoio de gente de muito baixo nível. Gente como os banqueiros que durante trinta anos se encheram de dinheiro, corromperam o país, estimularam o consumo e penalizaram a actividade produtiva, ajudaram a branquear dinheiro de origem duvidosa e perante a crise foram à falência.

Não foi o país que trabalha que foi à bancarrota, foi quase toda a banca, em especial o Millennium e o BPI, bancos que neste momentos estariam a ser vendidos na Feira da Ladra se não fosse a ajuda externa, não admira que alguns senhores se tenham oferecido para fazem de pitbulls privativos do ministro das Finanças.

Quando disse que se estava lixando para as eleições Passos Coelho mentiu, o que ele estava era que se estava lixando para os portugueses. Para vender a EDP e dar umas massas ao Catroga, para se vingar do 25 de Abril fez tudo para conduzir o país à ajuda externa e agora lança a economia na desgraça para ter poderes que vão para além do que é razoável em democracia.