sábado, fevereiro 16, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Calçada de Sant'Ana, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
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Monsanto [A. Cabral]

Jumento do dia
   
Pedro Passos Coelho
 
Um primeiro-ministro que elabora um OE prometendo crescimento e criação de emprego no segundo semestre e que um mês e meio depois admite uma espiral recessiva é um incompetente. A sua demissão mais a seita dos Relvas, Borges e Gaspares deixou de ser um problema político para passar a ser um problema de higiene pública e de sanidade mental do país.
 
«Para além dos protestos nas galerias e dos apelos implícitos de António José Seguro para que o primeiro-ministro se demita, o debate quinzenal no Parlamento foi marcado pelo anúncio de Passos Coelho de que vai aproveitar a 7ª revisão do memorando para "rever as previsões", adaptando o memorando a um dado novo que "tem de ser visto com muito cuidado": a diminuição das exportações.

"Ninguém pode afastar a hipótese de uma espiral recessiva", embora "não haja evidência" de que exista, disse o primeiro-ministro, quase no final do debate, em resposta a João Semedo (BE).» [DN]

 Curto e grosso
 
Fernando Alves decidiu transformar o Viegas num herói porque mandou o fisco "tomar no cu". Independentemente dos argumentos a favor ou contra a lei, ou os moralismos invocados por Fernando Alves a verdade é que Francisco José Viegas não é um herói desta história como pretende o comentador da TSF. É antes o vilão cobarde.
  
Pessoalmente sou contra a lei mas poderei, em limite, vir a ser obrigado a abrir um processo contra um qualquer cidadão, e isso é possível porque o actual governo estendeu ao consumidor final uma regra que já existia para as empresas. Ora, uma alteração do código do IVA só é possível no parlamento ou por iniciativa do governo mediante uma autorização parlamentar, umas e outras costumam constar na lei do orçamento.
  
Ora, Francisco José Viegas participou em todo o processo de adopção da norma que agora usa para se armar em heróis e decidir quem deve tomar ou não no cu. Ele até pode invocar como argumento em seu favor que a norma é da competência das Finanças, mas isso só lhe ficaria mal, significaria falta de solidariedade com aqueles de quem foi par no governo, além de significar igualmente incompetência e ignorância. Todas as leis antes de irem a conselho de ministros são discutidas em reunião de chefes de gabinete de secretários de Estado, isto é, se o próprio Viegas não aprovou a norma alguém o fez em seu nome.
  
Assim, se alguém deve ir tomar no cu por causa desta norma é o Francisco José Viegas e os deputados da sua maioria e não os funcionários do fisco que aplicam as leis que o próprio Viegas ajudou a serem adoptadas.
 
 Ai vou, vou!

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 Dar nas vistas

Já se percebe a atoarda do Viegas, foi para fazer fogo de artifício agora que regressa à direcção da revista Ler. Mas sera para dar nas vistas e fazer publicidade à revista não precisava de ofender tanta gente.


  
 Portugal quando?
   
«Depois da novela da candidatura gorada de Costa à liderança do PS e dos apelos à unidade e conciliação que culminaram no "documento de Coimbra" - chegou a intitular-se "Portugal primeiro", o nome dado por Passos à sua moção de 2010 (!) -, esperar-se-ia que a direção triunfante abandonasse a histeria e agressividade entrincheirada com que reagiu às críticas internas, concentrando-se no apresentar de uma alternativa credível de governo.

Mas, num artigo de opinião publicado ontem no i, o porta-voz socialista, João Ribeiro, evidencia que para si o fundamental é apresentar o seu líder não como quem pode salvar o País, mas como salvador do partido (o texto dá mesmo pelo nome de "Seguro salvou PS"). Para o efeito, o articulista decide apontar vários países da Europa em que partidos similares ao PS não ultrapassam os 30%. Ribeiro entusiasma-se tanto, aliás, com os valores das sondagens portuguesas que vê o PS a liderar "com valores idênticos ou superiores ao total dos dois partidos da maioria". Ora as últimas dão ao PS 34,1% (Eurosondagem) e 31,6% (Marktest), enquanto PSD/PP apresentam, respetivamente, 37,1% e 33,1%. Isto com um Governo há ano e meio em funções que, além de ter contraditado na prática tudo o prometido em campanha, responde pela maior carga fiscal de sempre, pelo anúncio de um corte brutal no Estado social, por previsões erradas em todos os indicadores, uma desaceleração brutal da economia e um desemprego galopante. E com um PM que repete que é assim porque sim e que a gente se habitue, porque não tenciona mudar de rumo.

Mas Ribeiro, em vez de se deter na minudência de perante tal desastre o PS não conseguir convencer, decide explicar aos partidos congéneres como "descolar nas sondagens". É, pois, não persistindo "exclusivamente na defesa dos sectores mais tradicionais do Estado social de sucesso que construíram", mas congregando "uma nova agenda de modernidade que [...] abraça uma realidade de serviço público multidimensional mais flexível aos interesses criticamente apreendidos por uma nova geração de cidadãos autónomos". Seja lá o que isto quer dizer, fica-se com a impressão de que o PS de Seguro, apesar de, contra opinião de críticos internos, ter recusado a participação do partido na comissão parlamentar para o efeito, descobriu agora ser prioritário reformar o Estado social.

Mas o porta-voz do PS tem mais surpresas para o povo. Diz ele que o grande problema são "as elites e as corporações que não se querem submeter aos políticos democraticamente legitimados". Será que o PS de Seguro quer recuperar a guerra de Sócrates aos interesses corporativos? Ou Ribeiro fala ainda e sempre para dentro do partido, vituperando os que vê como ameaça à supremacia do seu grupo, insinuando que o fazem por elitismo e interesses obscuros? A ser assim, duas conclusões: nem esta direção se sente segura, nem é estranho que o País não o esteja de um partido com tal voz.» [DN]
   
Autor:
 
Fernanda Câncio.   

 Ontem foi o dia da Disfunção Erétil
   
«Ontem, o Francisco José Viegas, no seu blogue, mandou o fisco "tomar no cu" e eu, aqui, sobre as mesmas faturas, fui mais comedido. Compreende-se a diferença: ele já foi secretário de Estado e eu, confesso, não quero inviabilizar essa remota hipótese. Apesar de ex-, o Viegas aproveitou para aumentar o nível cultural do País: hoje há mais portugueses que sabem que cu não leva acento. Eu, se levasse a discussão para aquele ponto, não falaria do ponto mas de quem por lá labora. Lembraria o médico proctologista (veem?, também sei elevar o nível cultural) de nome Dr. Jacinto Leite Aquino Rego, personagem do humorista Agamenon, que todos os domingos ataca no jornal O Globo, do Rio de Janeiro. O que eu quero dizer é que o Viegas, com a sua indignação, e eu, de cernelha, manifestámos o mesmo perante uma intromissão abusiva. O Estado quer cobrar impostos aos comerciantes e ainda bem porque também mos cobra. Mas essa relação é de casal (Estado e comerciante) e não é de ménage à trois comigo à força. Quer dizer, o Estado pode tentar conquistar-me, dando incentivos (p. ex., as faturas pedidas diminuindo os meus impostos) e eu posso, ou não, deixar-me conquistar. Não posso é ser punido por não fazer o que só incumbe ao Estado, zelando, e ao comerciante, cumprindo. Esta história de multas a clientes à porta dos cafés é um abuso inaudito. E não é por ela revelar a impotência do Estado que deixa de ser um abuso.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
   
  
     
 Cantou-se a Grândola no Parlamento
   
«O inaudito aconteceu esta sexta-feira no Parlamento. No debate quinzenal, antes que o primeiro-ministro pudesse responder, alguns elementos nas galerias levantaram-se e começaram a cantar "Grândola, Vila Morena.

Por momentos, o debate ficou suspenso. Alguns elementos que cantaram nas galerias pertencem ao movimento 'Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas', designadamente Nuno Ramos de Almeida, Miriam Zaluar, a coreógrafa Vera Mantero, o advogado Garcia Pereira, entre outros, além do cantor Carlos Mendes. O movimento convocou uma manifestação para dia 2 de março.» [CM]
   
Parecer:
 
Será que Passos não ficou com os tímpanos furados?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»
      
 PCP junta-se ao Viegas
   
«O PCP anunciou hoje a apresentação na próxima semana de uma iniciativa legislativa para eliminar a possibilidade de os consumidores serem multados por não pedirem fatura, argumentando que o ato "mesquinho e maquiavélico" interfere com a "privacidade".» [DN]
   
Parecer:
 
Isto parece uma cruzada de idiotices.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Cinismo financeiro
   
«O ministro das Finanças acredita que a recapitalização bancária serve para "assegurar os serviços de pagamento e salvaguardar os depositantes". Hoje, na Comissão de Orçamento e Finanças, Vítor Gaspar explicou ainda que "a ausência de intervenção levaria a uma redução muito acentuada do financiamento à economia".
  
Garante por isso que "as operações de capitalização têm o propósito de assegurar a estabilidade financeira". Assim, o reforço dos capitais dos bancos reforça a capacidade de prestação de crédito e "diminui o risco sistémico".» [DN]
   
Parecer:
 
O que seria dos depositantes se o Gaspar não tivesse ido em auxílio dos bancos com o dinheiro dos contribuintes.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
   
 Andava tudo a carne de cavalo
   
«O maior retalhista alimentar norueguês, o NorgesGruppen, confirmou esta sexta-feira que detectou carne de cavalo nas lasanhas congeladas vendidas nas suas lojas, o primeiro caso confirmado neste país.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Convenhamos que entre a carne de um puro sangue lusitano e  de um touro de uma corrida de Barrancos a escolha não deixa dúvidas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

   
   
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