domingo, março 10, 2013

Semanada


Cavaco reapareceu para manifestar as suas preocupações, mas desiludam-se os que pensam que o homem reapareceu depois de um prolongado desaparecimento por estar preocupado com o desemprego, com a miséria ou com as consequências desta pinochetada económica a que os portugueses estão sendo sujeitos. Não, Cavaco reapareceu porque andavam por aí a questioná-lo, reapareceu por estar preocupado consigo próprio. A três anos do fim do seu mandato veio sugerir os critérios para a avaliação do seu próprio desempenho. Mas que grande Presidente da República que este pobre país tem!

Depois de ter sido mais troikista do que a troika, de ter dito que se estava borrifando para as manifestações dos portugueses e de ter tido a brilhante ideia de destruir o estado social, o governo tenta agora iludir a opinião pública, fazendo passar a mensagem de que está resistindo tanto às exigências da ‘Troika’ que os rapazolas que representam os credores foram forçados a estar mais dois dias em Lisboa. Será mesmo assim ou terá sido a troika a prolongar a estadia para tentar convencer o Gaspar de que já chega de brutalidade?
 
Passos Coelho foi para o debate quinzenal do parlamento com um argumento na manga, que o corte decidido pelo governo no estado social, de quatro mil milhões, era precisamente o mesmo que o governo francês tinha acabado de decidir. Como é óbvio Passos Coelho não tem inteligência para perceber que um corte que as consequências para os franceses desse corte serão quase imperceptíveis face às diferenças de dimensões e ao facto de o corte em Portugal acumular com as medidas brutais já adoptadas. O problema é que a inteligência de Seguro parece estar ao nível da de Passos Coelho pois foi incapaz de responder a este golpe baixo. O país está muito bem entregue.
 
Passos Coelho descobriu que se a escravatura fosse reintroduzida no país muito provavelmente o país conseguiria atingir o pleno emprego. Vai daí e com os seus escassos neurónios chegou à brilhante conclusão de que seria sensato baixar o salário mínimo para criar emprego. Portugal tem governantes que ainda não perceberam que nenhum investidor com juízo considera sensato investir num país governado por imbecis que estão conduzindo o povo para a implosão social.