terça-feira, março 05, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento

  photo Nery_zpsb4fb7188.jpg

   
Azulejos de Eduardo Nery, Campo Grande, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
 photo _Castelo-Branco_zps8610b519.jpg
   
Castelo branco [A. Cabral]   
A mentira do dia d'O Jumento
 
DD

Jumento do dia
  
Professor Marcelo
 
O comentador ainda está mo tempo do Anschluss
 
«O comentador referiu-se à derrota em eleições regionais para sustentar que Angela Merkel está numa situação desconfortável perante o seu eleitorado. Mas as eleições a que Marcelo Rebelo de Sousa fez referência tiveram lugar na Áustria, não na Alemanha.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ontem, no seu habitual comentário de domingo na TVI, que uma das razões por detrás da demora em obter da Europa melhores condições para reembolso do empréstimo da troika a Portugal prende-se com a sensibilidade que o assunto suscitará junto do eleitorado alemão.» [Jornal de Negócios]

 Contrates na Avenida da Liberdade


 photo _Aguentam_zps629dc789.jpg
   
"Ai aguentam, aguentam!", futura loja da Cartier na Av. da Liberdade, Lisboa

A esposa do senhor Ulrich deve andar feliz, com  o dinheiro dos contribuintes as coisas no banco do marido já andam melhor e até já nem precisa de ter a maçada de ir às compras a Paris, vai abrir uma loja da Cartir na Av. da Liberdade. A mesma liberdade que está a ser afogada em austeridade, a mesma avenida onde centenas de milhares de portugueses disseram que não estão dispostos a aguentar todas as experiências que o Gaspar e os amigos do BCE parecem querer fazer. 
  
Resta saber quanto tempo aguentam os Ulichs deste país de miséria até que mandem as famílias e o dinheiro para local seguro. Será que se pode dizer "ai aguentam, aguentam!"? Será que a loja da Cartier vai abrir a tempo de a dona Ulrich ainda ir à inauguração? Estes Ulrichs estão a brincar com o fogo, mas aprecem indiferentes aos riscos.

 Hino da Maria da Fonte
 
 
 Dúvida

Portugal está em auto-gestão?

 A 7 avaliação

Serve para a troika avaliar a merda que fez nas outras seis.
 
 A diferença entre Cavaco e o cardeal Ratzinger

Ratzinger é o papa emérito, Cavaco Silva é o presidente sem mérito.
 
 Isto está mesmo mal
  
 photo Altos_zps07ae4012.jpg
[via CC]

Se alguém tivesse dúvidas sobre o mau estado da sociedade portuguesa teria de chegar a tal conclusão pelas escolhas do Expresso. Alguém que é colocado em destaque porque confessa que é um liberal  num país governado por liberais, ajudado por liberais e vigiado por liberais é, sem dúvida, alguém de muita coragem. Esperemos que nenhum secretário de Estado venha a confessar que foi ladrão de automóveis ou que já roubou um pacote de margarina no Pingo Doce, ainda é promovido a herói nacional.

A outra escolha chega ao nível do ridículo, alguém com o currículo político de Marques Mendes é tratado como um puto que passa da primária à preparatória e ainda lhe dizem que agora está entre os grandes. O mais grave é que o Marques Mendes, um ex-líder do PSD, e-braço direito de Cavaco Silva e ex-candidato a primeiro-ministro se sujeita a este enxovalho a troco de uns euritos.


  
 O futuro de Portugal
   
«Há um economista que não deixa ninguém indiferente. Chama-se Hans- -Werner Sinn. Dirige o maior instituto de investigação económica germânico, sediado em Munique. Tem sido o campeão das políticas de austeridade. É um firme opositor dos planos de resgate e acusa o Governo de Merkel por não ser suficientemente duro para com a periferia. Apesar da barba lhe dar um ar de clérigo islâmico, a verdade é que a inflexibilidade de raciocínio e a teimosa indiferença face aos sinais da realidade remetem-no para o universo da Schwärmerei, uma forma germânica de fanatismo, sempre com consequências devastadoras para a Europa. Este homem liderou um estudo sobre o estado da economia europeia acessível na Internet ("The EEAG Report on the European Economy 2013"). Enquanto percorríamos as ruas em protesto nas cidades portuguesas, Sinn explicava a um jornal espanhol as teses centrais do estudo: a austeridade na periferia europeia vai durar, pelo menos, mais dez anos. Mais concretamente: "Espanha, Portugal e Grécia necessitam de uma desvalorização interna de 30%; a França, de 20%; a Itália, uma descida de preços de 10%." Mas Sinn vai mais longe, considerando que a Espanha talvez possa permanecer na Zona Euro, mas tanto a Grécia como Portugal estão condenados a sair do euro: "As atuais exigências europeias sacrificam uma geração ao desemprego maciço. Portugal está numa situação semelhante." Para nós, as palavras de Sinn têm a vantagem de colocar o debate no seu fulcro. O que está em causa não é o prolongar por mais um ano a meta do défice, mas saber se Portugal aceita continuar por esta via que faz da pobreza um objetivo de política pública, e onde, no final, acabará por perder a própria alma. Aquilo que confere a uma nação o direito de existir.» [DN]
   
Autor:
 
Viriato Soromenho-Marques.   

 Tudo se transforma
   
«Muita boa gente previu um fracasso relativo das manifestações convocadas para o passado sábado, sobretudo comparadas com as que se realizaram a 15 de Setembro do ano passado. Os argumentos foram os mais diversos. Uns disseram que a adesão da CGTP iria afastar muitas pessoas; outros invocaram a falta de um motivo, em concreto, para a mobilização, como tinha acontecido na anterior manifestação convocada pelo movimento Que se Lixe a Troika, com o anúncio do corte directo dos salários, através da TSU; os mais descrentes foram ao ponto de sustentar as suas previsões pessimistas com o frio - uma coisa é uma tarde de Verão, outra é uma tarde de Inverno, disseram. Afinal, as manifestações de 2 de Março, em todo o país, com destaque para as realizadas em Lisboa e no Porto, superaram a anterior e mereceram a cobertura dos principais jornais europeus.

Agora, passadas as manifestações que encheram as ruas das principais cidades de Portugal contra a austeridade, argumenta-se que “foi bonito de se ver, mas o resultado prático é nulo”. E não faltam argumentos que sustentem a tese: a instabilidade organizativa dos promotores, a diversidade ideológica dos manifestantes ou a incapacidade de elaborar um programa político alternativo inutilizam politicamente toda a onda de indignação e revolta. Hoje, segunda-feira, a troika e o governo continuam a aplicar as suas medidas, como se nada tivesse acontecido - dizem. Não é bem assim.

Esta desvalorização do significado e da profundidade do descontentamento expresso, nestas manifestações, contra o empobrecimento generalizado e por uma maior qualificação da democracia, conduz inevitavelmente a uma degenerescência da democracia e a surpresas que se começam a desenhar, principalmente nos países do Sul da Europa. Na Grécia, o tombo eleitoral dos socialistas do PASOK (de maioria absoluta para 13%) e a votação no Syriza - partido da esquerda radical -, que disputou voto a voto a vitória eleitoral com a direita, “salvou” a hecatombe do “sistema” por uma distorção democrática na lei eleitoral: o partido mais votado tem um “bónus” de 50 deputados no parlamento. A semana passada, nas eleições legislativas em Itália, apesar da imprevisibilidade, neste momento, do desfecho na formação de um novo governo, o “sistema” também terá sido “salvo” por uma aberrante deformação democrática: ao partido mais votado é atribuído um “bónus” de 55% dos deputados. No caso italiano, sapientíssimas almas conformadas não entendem como um “palhaço” de nome Beppe Grillo, sem programa político preciso, se pode transformar no líder do partido mais votado, ficando a escassos pontos percentuais de duas coligações de partidos. Isto aconteceu porque Beppe Grillo diz coisas simples e evidentes. Por exemplo: “Estamos esmagados pelo nosso endividamento. Quando os juros atingem 100 mil milhões de euros por ano, significa que estamos mortos. Não há alternativa à renegociação da dívida.” E avisa os credores: “Quando eu compro uma acção de uma sociedade, e esta vai à falência, não há nada a fazer. Arrisquei e perdi.”

Na sociedade, tal como na natureza, segundo Lavoisier, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. Isto significa que se os partidos do “sistema” continuarem a pretender fazer da democracia um embuste, mentindo sem vergonha durante as campanhas eleitorais, fazendo da transparência tábua rasa e não percebendo que, para o mal e para o bem, em democracia, “o povo é quem mais ordena”, pode muito bem acontecer que os descontentamentos expressos a 15 de Setembro e a 2 de Março venham a provocar algumas surpresas em futuras eleições. O problema é se surge alguma surpresa que em vez de melhorar a qualidade da democracia que temos, a diminui ou a suprime.» [i]
   
Autor:
 
Tomás Vasques.
      
 Tortura
   
«OTribunal Criminal de Lisboa condenou recentemente dois inspetores da Polícia Judiciária a uma pena de dois anos e seis meses de prisão, considerando-os coautores materiais de um crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos praticado em março de 2000 contra um trabalhador ferroviário. O Tribunal decidiu, porém, suspender a execução das respetivas penas, por períodos de tempo iguais aos da condenação, com a condição de cada um dos condenados depositar mensalmente à ordem do Tribunal oitenta euros a fim de a quantia acumulada ser no final entregue à vítima.

Este caso, em cujo processo a Ordem dos Advogados se constituiu assistente, contém vários aspetos que devem ser realçados. De acordo com os factos dados como provados em julgamento, a vítima viveu «horas de terror» durante um interrogatório policial sem a presença de advogado. Foi espancado quando estava algemado com as mãos atrás das costas, foi obrigado a permanecer de pé, «sofreu uma chapada na cara», «foi socado por diversas vezes, designadamente, na zona do estômago, rins e costelas», sofreu diversas pancadas com uma ripa de madeira nos pés, até que a mesma se partiu, e «foi pontapeado quando caiu ao chão». Com esses atos os inspetores da PJ pretendiam que o trabalhador confessasse a autoria de um crime de furto que ele sempre negou ter cometido.

Tudo isso aconteceu no dia 2 de março de 2000, tendo a vítima sido entregue no estabelecimento prisional da PJ cerca das 02.30 horas do dia 3. Aí foi observado por um enfermeiro que verificou que a vítima se queixava de dores nas costas, no peito e no abdómen e que apresentava algumas escoriações e nódoas negras provocadas por agressão na Polícia judiciária. Pelas 19.15 horas desse dia, foi levado sob detenção ao Tribunal para o primeiro interrogatório judicial, tendo sido libertado cerca de 20 horas sujeito apenas a termo de identidade e residência e conduzido a sua casa. Ao ver o seu estado de saúde, a sua mulher pediu ajuda a um colega de trabalho para o levarem ao hospital, onde entrou pelas 21.39 horas, tendo aí sido verificado que o mesmo tinha algumas costelas partidas com edema, dor e dificuldade em respirar. Esteve no hospital até às 23.10 horas e às 24 horas apresentou queixa na esquadra da PSP. Os atos de tortura tiveram lugar durante um interrogatório levado a cabo por cinco elementos da PJ, mas, mais de 12 anos depois, apenas dois deles foram condenados.

Sublinhe-se que o mínimo que se pode dizer da investigação deste caso, efetuada pelo Ministério Público, é que ela constitui uma vergonha para essa magistratura e para a nossa democracia, pois revela até que ponto alguns magistrados estão indisponíveis para combater essas degenerescências. Com efeito, os atos de tortura foram denunciados ao MP no início de março de 2000, mas só em finais de 2004 os seus autores foram constituídos arguidos para cerca de dois meses depois o processo ser arquivado porque o magistrado do MP considerou, entre outras razões, que poderia ter sido a vítima a infligir os ferimentos a si própria ou então um terceiro a seu pedido. Qualquer coisa do género: «Ó amigo, por favor, parta-me aqui umas costelas que é para eu poder acusar uns inspetores da PJ». A própria sentença lamenta a «diminuta atividade investigatória efetuada em fase de inquérito (...) que inquinou de forma irremediável o apuramento cabal de toda a verdade e a responsabilização de todos os elementos com intervenção na prática dos factos».

É inadmissível que em pleno século XXI, num estado que se diz de direito e democrático, haja polícias que torturem pessoas para que confessem a autoria de crimes. Essas práticas só são possíveis porque há uma enorme rede de proteções e outras cumplicidades, sobretudo entre os magistrados mas também por parte do Poder Político. Atente-se que as recentes alterações das leis penais continuam a permitir interrogatórios policiais sem a presença de advogado e, sobretudo, permitem que as confissões prestadas perante os acusadores possam servir de prova perante os julgadores. Com leis assim, é óbvio que vai valer tudo para obter confissões.» [JN]
   
Autor:
 
A. Marinho e Pinto.
   

 

 No melhor pano cai a nódoa
   
«A DECO encontrou ADN de cavalo em hamburgueres e almôndegas comercializados pela Auchan e pelo El Corte Inglés, mas numa visita a estas lojas efetuada depois da receção dos dados laboratoriais a associação já não encontrou estes produtos.
  
A DECO pediu análises laboratoriais a trinta amostras de hambúrgueres, canelones, almôndegas e lasanhas e encontrou ADN de cavalo em três delas. Nos hambúrgueres da Auchan e almôndegas Polegar (comecializadas pela Auchan) foram detetados vestígios inferiores a 1%, enquanto na lasanha do El Corte Inglés a presença de ADN era de 1 e 5%.» [i]
   
Parecer:

Aldrabam os clientes só para ganharem dois ou três cêntimos numa embalagem.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»


 O PCP não esperou


«O Partido Comunista Português (PCP) apresentou hoje sete “propostas para libertar Portugal do desastre” porque “o país não aguenta mais!” e considerou “urgente” pôr fim ao Governo de Passos Coelho e Paulo Portas.
  
“O país não aguenta mais a política de exploração, empobrecimento e desastre nacional”, disse o membro da comissão política dos comunistas Vasco Cardoso, numa declaraçã lida na sede lisboeta da Soeiro Pereira Gomes.
  
O PCP defende a “imediata renegociação da dívida pública, nos seus prazos, juros”, mas também nos “montantes”. O secretário-geral socialista, António José Seguro, tinha apelado à negociação com a 'troika' da dilatação no tempo e nos encargos com a dívida, face aos ministros de Estado Paulo Portas e Vitor Gaspar, respetivamente dos Negócios Estrangeiros e das Finanças.» [i]
   
Parecer:

O PCP boicotou a manifestação de Setembro, agora só esperou um dia para fazer surf no esforço alheio a que aderiu de forma oportunista. Os que tudo fizeram para ajudar a direita a chegar ao poder tentam agora liderar a oposição.


Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
     
 Mas o Gaspar não tinha salvo o país?
   
«Os juros da dívida soberana de Portugal estavam esta segunda-feira a subir face ao fecho de sexta-feira, bem como os das dívidas italiana, espanhola e grega.» [CM]
   
Parecer:
 
Andam, andam e ainda vão descobir uma crise internacional ou, pior ainda, que o Sócrates é que era mais troikista do que a troika.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   

   
   
 photo Alexander-Katyanov-5_zpsba6be760.jpg
  
 photo Alexander-Katyanov-4_zps154c394e.jpg
   
 photo Alexander-Katyanov-3_zps107592b1.jpg
   
 photo Alexander-Katyanov-2_zpsec728756.jpg
  
 photo Alexander-Katyanov-1_zps6e248c9f.jpg