sexta-feira, março 08, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


  
   Que se lixe a troika, os troikos  e mais as vacas entroikadas!
   
 
   Foto Jumento
 
 photo flor1_zps8681c1d6.jpg

Flores selvagens, Lisboa
   
Imagens dos visitantes d'O Jumento
 
 photo chave_zpsc1a3750d.jpg
   
Tecnologia de segurança portuguesa [A. Cabral]   

PS: se o Sôr Álvaro vê esta fotografia ainda se vai interrogar se em vez de uma multinacional do pastel de nata não faria mais sentido uma multinacional lusa das fechaduras de alta segurança.
   
Jumento do dia
  
Cavaco Silva
 
Quanddo o país já estava  aperceber que não há grande diferença entre Portugal ter ou não ter presidente sendo este Cavaco Silva, o eleito para o cargo nas últimas presidenciais veio a público falar daquilo que considera mais importante para a Presidência da República e para Portugal, de si próprio. Desta vez o senhor eu tranquilizou Portugal, os portugueses ficaram a saber que não lhes sucedeu nada de mais grave do que já está sucedendo porque Cavaco esteve trabalhando nos bastidores e só assim é que ele consegue as grandes coisas que temos mas não sabemos.

Agora veio mais uma vez educar os portugueses e depois de ter feito a competente prova de vida decidiu ressuscitar a sua página no Facebook e por ela ficámos a saber que Cavaco vai ensinar os portugueses como é que um presidente deve actuar em tempo de crise. Depois desta ficamos à espera da próxima lição onde Cavaco deverá explicar o que fazer quando o presidente é a causa, é parte ou é mesmo a própria crise.

Quando o país afunda o presidente explica-se, limita-se a tratar da sua própria imagem. Isto começa a ser ridículo demais para ser verdade.
 
«O Presidente da República anunciou no Facebook que vai revelar depois de amanhã, dia 9, o prefácio do Livro "Roteiros VII".
  
"No próximo dia 9 de Março, data em que completo o segundo ano do meu segundo mandato, divulgarei, na página da Presidência da República na Internet, o texto do Prefácio do livro "Roteiros VII", que reúne as intervenções mais significativas que produzi naquele período", escreveu esta manhã Cavaco Silva.» [DN]

 Uma pequena dúvida
 
Vítor Gaspar é ministro das Finanças de Portugal ou assessor de Olli Rehn, o extremista que é comissário dos Assuntos Monetários na Comissão Europeia? Ministro deste país não parece ser.
 
 Outra dúvida

Cavaco Silva vai receber o vencimento correspondente ao mês de Fevereiro?

 Um duplo no BPN
 
 photo testemunh_zpsfba7b5fa.jpg
 
 Quem ouve falar o Gaspar ou o Passos Coelho
 
Arrisca-se a pensar que quem pediu ajuda foi a UE e quem ajudou foi Portugal, são tão rigorosos e exigentes a penalizar quem pediu ajuda que até parece que estão sentados do lado dos credores. Será que algum deles já se imagina convidado para um alto cargo pela forma como se portou?
 
 Portugal é um país comunista?
  
Quando António Borges diz que o ideal para criar emprego seria uma redução dos salários faz-nos pensar que em Portugal vigora o comunismo e que quando um investidor cá chega recebe uma tabela salarial. A verdade é que isso não sucede e os salários são negociados.

O que António Borges pretende não é criar emprego, é uma baixa generalizada dos salários para que o seu patrão do Pingo Doce tenha um aumento dos lucros para levar para a Holanda, fugindo aos impostos. Isto é, os pobres ficam a passar fome para os ricos ganharem mais. Só há um comentário f.d.mãe!

Este palerma deve querer incendiar o país, tão inteligente e ainda não percebeu que o país está à beira de uma implosão social de dimensões descontroladas..

 Que se lixe a troika -Braga - 2 de Março



  
 O inconcebível Gaspar
   
«O ministro das Finanças acha inconcebível o desemprego a caminho dos 18%? Acha inconcebível as falências em série? Acha inconcebível o nível de impostos? O IVA galopante? A queda de investimento? O risco de motim entre os militares? A fuga dos mais novos? O desespero dos reformados? A desconfiança que se abate sobre partidos e instituições? Acha inconcebível aprovar orçamentos que falham previsões e chegam a fevereiro esmagados pela realidade?

Não. Para todos estes detalhes pueris Gaspar não guarda espanto nenhum. Já para a hipótese de Portugal, como a Irlanda, pedir a extensão, por mais 15 anos, do pagamento do empréstimo aos fundos europeus que socorreram o País... para isso o ministro escolhe palavras musculadas: inconcebível!, diz ele. Haja moderação, acrescenta. Eu nunca tinha visto uma coisa destas. A Irlanda tem menos necessidades do que Portugal - tem um empréstimo mais pequeno -, até cresce alguma coisa, mas pede mais tempo. O que faz Gaspar? Gaspar distancia--se do aliado (que gesto nobre...) e pede cinco, dez anos no máximo. Alguém compreende?

Talvez seja a vontade de ficar fora do radar de Berlim para não indispor ninguém. Talvez seja a determinação em estar sempre alinhado com o ortodoxo e fraquíssimo Olli Rehn. Há argumentos a favor desta tese: os juros já não baixaram para 3%? Não houve tolerância para a derrapagem do défice em 2012 e não pode ser adiada a meta dos 3% em 2014? Devagar - incrementalmente, como dizem os burocratas de Bruxelas - lá vão chegando algumas concessões e borlas.

É seguramente uma maneira de olhar para o problema. Podemos até imaginar que Gaspar se agiganta à porta fechada, convertendo-se num tenaz defensor dos endividados. Será? Na verdade, só saberemos quando saírem as memórias do ministro; mas sei que há aqui um grave problema de oportunidade. O Wall Sreet Journal informava ontem que a zona euro caminha para o quarto trimestre consecutivo de contração. Ou seja, a receita é má e em Portugal é pior. A estratégia de 100% pura austeridade não resolve. Para se ter uma ideia, os enviados de Bruxelas a Atenas são aconselhados pela Comissão a mentir aos taxistas para não levarem uns cascudos: jamais lhes digam quem são, inventem. É isso mesmo: a ideia é mentir. Fazer-nos crer que não há alternativa ou que a alternativa é rasgar contratos, não fazer reformas nenhumas. Oito ou oitenta. Não é verdade. Há alternativa: negociar mais, colocar limites... como faz a Irlanda (que recusou subir o IRC) e como fez Espanha, que evitou o resgate. Infelizmente, Gaspar jamais o fará. Isso, sim, é inconcebível.

P.S. No auge da crise, alguns bancos centrais da Europa disseram às suas instituições financeiras nacionais para não comprarem dívida dos países em dificuldade. Com isso, extremaram a crise. São estes os parceiros europeus a quem Gaspar se entrega com diligência.» [DN]
   
Autor:
 
André Macedo.   

 Dia de Saída de Cavaco Silva
   
«Um mês e uma semana depois de ter estado na abertura do ano judicial, a 30 de janeiro, Cavaco Silva voltou ontem a sair do Palácio de Belém e foi visitar uma fábrica de moagem. De certa forma, ele partilha com o Rei Bhumibol um recorde: o tailandês é o chefe de Estado mais duradouro, reina desde 1946; já Cavaco é o de maior ausência, o mês de fevereiro passou-se inteirinho sem ele. Apesar disso, o Presidente mostrou que o País continua a interessá-lo vivamente. Para o provar, usou uma sinédoque, figura de estilo que toma a parte pelo todo, e falou do Portugal que lhe é mais querido: "Ninguém tem a experiência que eu tenho." Referia-se aos seus dez anos de primeiro-ministro e aos sete que já vai na Presidência. Evidentemente os críticos do costume vão conferir os números e lembrar que o mês passado não conta. Também ontem, o próprio lembrou que ele trabalha "10 ou até 12 horas por dia" e "muitas horas ao sábado e ao domingo." São informações importantes e poderão ser comparadas na próxima saída de Cavaco Silva, lá para meados de abril. Saberemos, então, se o índice de horas presidenciais trabalhadas aumentou e talvez Portugal encontre aí o nicho de propaganda estatística que lhe tem sido negada nos outros sectores (esperemos que a troika aceite o índice). Por outro lado, o ministro da Economia poderia fazer uma parceria com a Presidência e criar o Dia da Saída de Cavaco Silva. A Rainha Isabel tem o Trooping the Colour, dia em que sai do Palácio de Buckingham para passar em revista os regimentos. Por cá, poder-se-ia poupar na pompa e carruagens e a saída de Cavaco seria só dedicada ao discurso em que falaria das horas que trabalha em casa. O exemplo inglês seria ótimo porque o Trooping the Colour comemora o aniversário da Rainha, e assim só teríamos uma saída anual do Palácio de Belém: segundo muitos analistas, o contributo de Cavaco nunca é tão bom como quando está ausente.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
      
 Mais troikista do que a troika
   
«Num momento em que a Troika faz a sétima avaliação a Portugal, os sinais de que a receita seguida está a ter custos económicos e sociais muito superiores aos previstos – veja-se por exemplo a evolução do desemprego - levou os técnicos que nos visitam a mostrarem maior abertura a aceitar alterações ao programa de ajustamento, nomeadamente na revisão das metas de défice e do calendário para as atingir.

A maior abertura foi também revelada no Eurogrupo, com a decisão de aceitar um alargamento do prazo dos empréstimos.

A justificação oficial para esta maior abertura decorre do facto de as condições externas se terem alterado, em particular da conjuntura europeia se ter deteriorado. 

Sendo verdade, esta não é a única motivação. Há hoje um reconhecimento de que a receita de austeridade seguida em toda a União Europeia, e de forma particularmente exigente nos países do Sul da Europa, foi responsável por criar um segundo pico de recessão (uma recessão em W), que está a dificultar o próprio processo de consolidação nos países sob assistência. 

De facto, existe a noção de que, nos programas de ajustamento, se deu apenas atenção à parte financeira, descurando a parte económica e ignorando totalmente a componente social e os riscos políticos da receita que se estava a seguir. Consciência, reforçada pelos recentes resultados eleitorais em Itália. 

Se é verdade que, em termos financeiros, a Zona Euro inspira hoje mais confiança. Também é verdade que isso resulta principalmente de Mario Draghi, que inverteu a política do BCE, contrariando a linha da Chanceler Merkel, e não dos resultados da política orçamental seguida na Zona Euro. As garantias do BCE tiveram muito mais impacto do que as reduções de défices numa Zona Euro ainda muito endividada e agora em recessão.

Nesta avaliação, a Troika também está a ser avaliada, e tem todo o interesse em dar boa nota ao aluno bem comportado, dando assim também boa nota às suas escolhas. Se Portugal falhar a Troika também falha, daí a maior abertura para rever os erros do programa e eventualmente dar melhores condições a Portugal.

Ter descurado os aspectos económicos, em particular no que diz respeito à disponibilidade de financiamento e a criar incentivos para o relançar do investimento e para apoiar as empresas exportadoras, resultou em mais recessão e desemprego do que o necessário, comprometendo as metas de redução de défice.

Não vale a pena ter ilusões, com ou sem Troika, a economia portuguesa teria sempre de reduzir o consumo e a despesa pública e aumentar os impostos. No entanto, a reestruturação da economia deveria ter incluído o aumento do investimento e das exportações. O ajustamento seguido foi longe demais na redução do consumo e no aumento de impostos e nada fez pelo aumento do investimento. Mais, é preocupante que as exportações portuguesas, depois de terem registado um dos crescimentos mais altos da Zona Euro entre 2005 e 2011, estejam agora a cair. 

Perante este quadro, pedir a revisão do ritmo de ajustamento e das condições do programa de assistência parece ser apenas uma questão de bom senso. 

Num quadro em que a Grécia obteve não só um prolongamento dos empréstimos por 15 anos, como um período de carência, sem pagamento de juros por 10 anos, e ainda uma redução da taxa de juro, cabia ao nosso Governo reivindicar condições semelhantes. 

O Governo português não o fez. 

Ficou à espera da Irlanda. E só a reboque da Irlanda pediu o prolongar dos prazos. Mesmo aqui, a Irlanda assumiu uma posição clara e reivindicou um prolongamento de 15 anos, enquanto o Governo português se mostrou disposto a aceitar uma extensão de prazos de apenas cinco anos. 

Depois da atitude de ir além da Troika, que ajudou a lançar o país numa recessão muito superior à que a Troika previa, sem conseguir os resultados de redução do défice esperados, o Governo português parece agora ter menos abertura negocial do que a própria Troika, na revisão de prazos, ou na reivindicação de melhores condições de financiamento para o país. 

A Irlanda, onde há um problema financeiro, mas não há um problema económico, de competitividade e crescimento tão acentuado como em Portugal, tem um governo que não hesitou em reivindicar melhores condições. O Governo português, reivindica apenas uma recalendarização dos pagamentos, que vai a prazo facilitar a parte financeira, e parece não querer mais do que um pequeno ajustamento do calendário da redução do défice, que deve apenas servir para cobrir o desvio que já era previsível. 

Perante um cenário externo mais desfavorável e um agravar das condições internas muito além do previsto, em resultados da política de consolidação seguida. Perante um consenso europeu que começa a reconhecer que a excessiva consolidação na Zona Euro e a penalização exagerada dos países do Sul da Europa está a dar maus resultados. Perante uma Troika mais aberta a rever o seu caminho, sabendo que também está a ser avaliada pelos erros de avaliação que fez. O Governo teima em ir além da Troika, ficando aquém do que devia estar a reivindicar na revisão do programa de ajustamento português. » [Jornal de Negócios]
   
Autor:
 
Manuel Caldeira Cabral.
     
 Populismo doméstico
   
«Depois das eleições italianas, a Europa está assustada com o “populismo”.

Infelizmente, não percebe que se trata de um contra-populismo, em resposta ao populismo que sustenta a ideologia moralista que coloca as virtuosas formigas do Norte contra as despesistas cigarras do Sul. 
Mas não vale a pena criticar os populismos da Europa do Norte e do Sul se continuarmos a ser populistas em casa. Deste ponto de vista, as recentes declarações de Freitas do Amaral sobre Sócrates são reveladoras, ao insistirem na explicação fulanizada daquilo que já devia ser visto como um problema sistémico. Afinal, tudo parece resumir-se ao ex-PM não ter querido "cortar na despesa".

2. Esta opinião só pode resultar de um desconhecimento fáctico - Freitas deve ignorar tanto as duras medidas do OE2011 como as previstas no PEC4 - e da incapacidade de compreender como a Zona Euro chegou à crise das dívidas soberanas: como a sua arquitetura institucional condicionou o desenvolvimento da periferia; como a UE acordou em 2008 com os Estados um aumento do investimento público para minorar o impacto da maior crise dos últimos 80 anos; como na ausência de soberania monetária, de um orçamento federal, e de um banco central com um papel de prestamista de último recurso os países com défices mais altos ficariam à mercê dos mercados; como cortar a eito em 2010 não resolvia nada (e teria impedido o país de crescer 1,9%), porque qualquer consolidação só fazia sentido numa ação concertada com o BCE e a Comissão, como contrapartida de estabilização dos spreads da dívida pública (o PEC4).

3. Freitas parece seguir a estratégia absurda que trata de modo assimétrico o período entre 2008 e a primeira metade de 2011 e aquele entre a segunda metade de 2011 e o presente. No primeiro, a crise internacional e a incoerência institucional da UE são irrelevantes; no segundo, a economia europeia e as decisões do BCE já são variáveis-chave para a recuperação portuguesa. Enquanto as elites nacionais não fizerem uma Revolução Copernicana e substituírem a explicação fulanizada pela análise sistémica de como a Europa chegou à crise de 2010 que ainda se prolonga, não contribuiremos para combater os populismos europeus que bloqueiam uma solução para a crise.» []
   
Autor:
 
Hugo Mendes.
   
 Grândola, vila pequena
   
«Ao longe, não se vê, não se ouve, não se percebe o que é. Uma música?, uma manifestação?, um milhão de pessoas?, muitos milhões? Sábado 02.03.2013: Portugal visto de fora da Europa é nada. (Na melhor das hipóteses, um fait-divers, uma notícia de rodapé, uma breve de jornal de elite...). Portugal na rua, farto do Governo, cansado da troika, desesperado. As páginas online nacionais mostram a força das palavras, do "Grândola", fotos esmagadoras. Gente que sofre. Um país que fala sozinho. Que enlouquece coletivamente. Que fica a ver-se ao espelho da TV como se aquela dor fosse captável por câmaras. Alguém quisesse saber, lá fora. Cá fora ninguém ouve.

O Mundo tem mais em que pensar. O dinheiro mais para onde ir. Obama está a cortar milhões de milhões no Orçamento americano e o país começa a paralisar serviços públicos. Os chineses continuam sem conseguir respirar muito bem em Pequim, em Xangai... Há cada vez mais lojas de luxo na China mas 16 das 20 cidades mais poluídas do Mundo estão lá. Têm fábricas e emprego mas escasseiam céu azul e água limpa.

Os japoneses estão a perder a cabeça e elegeram um primeiro-ministro radical. Há uma guerra cambial para tentar tirar o país da crise e o iene já se desvalorizou 35%. Claro: os americanos não vão ficar a ver. Os chineses também não. Dona Merkel: vem aí mais desemprego em cima do euro forte e nem a senhora escapa.

Depois há Roma, duplamente em ruína: o cataclismo 'Grillo Berlusconi' ressuscita a velha pergunta que nos custa os olhos da cara em juros: o euro resiste? E no Vaticano romano, pútrido, nem o Papa aguenta o nauseabundo odor do poder da Cúria, do tráfico financeiro, da testosterona. Que diria Pedro a Paulo?

Grândola, terra da fraternidade. A única no Mundo? O "Diário Económico" escrevia há dias que o contrato de privatização da ANA já deixou estipulado que o vencedor, a empresa francesa Vinci, tenha o exclusivo da construção do novo aeroporto de Lisboa sem necessidade de concurso. Magnífico. Negócios em cascata em que o fiador último é o Estado... Siga. E o Governo prepara a venda de mais um monopólio a privados: o dos Correios. Sempre a mesma estratégia - tornar o país numa placa giratória de capital sem pátria. Os portugueses pagam a conta. Sempre.

Passos Coelho aplica a cartilha dos consultores financeiros mundiais. O nosso António Goldman de Sachs Borges é um bom maestro para a coisa. Já lhe renovaram, aliás, o contrato para mais dois anos ao lado de Passos. Ele e outros primos Sachs saltitam de galé em galé para conferir se no porão os escravos remam. Se sim, mete-se o dinheiro aqui, não acolá, aqui vai dar muito e ali não. Se não, vão-se embora. E não há "criação de emprego".

A equação destes boys é a da máxima remuneração para o capital. Ensina-se em todas as escolas de "Economia" e "Gestão", dá galões aos MBA e doutorados. Istambul, Dubai, Singapura, Xangai, Tóquio, São Paulo: triliões de dólares a circular para formar investimentos que geram crescimentos súbitos. Talvez incobráveis. Pouco importa. Há que garantir, hoje, rentabilidades triunfais aos rebanhos de acionistas anónimos.

Wall Street, City de Londres, offshores variados: dinheiro que faz dinheiro. Financeiros e governantes alinhados pela frenética mistificação do "progresso". Votos dá, realmente, a curto prazo. Depois, as pessoas vivem para servir a gigantesca dívida e arrependerem-se por muitos anos.

"Portugal" visto de longe? Cada vez mais Ronaldo, Mourinho, a Seleção de longe a longe. Ou seja, uma excentricidade futebolística, sem Grândola. "Portugal" é um ponto minúsculo no mapa. Só existe para nós. Portanto: temos de cuidar de nós próprios. Sermos menos dependentes do dinheiro externo, renegociarmos com dignidade os acordos com a troika e, essencialmente, regressarmos à honradez de uma vida talvez mais pobre, talvez mais verdadeira. Estamos sozinhos e temos de sair deste ciclo "Durão, que escolheu Santana, que nos fez correr para Sócrates, que nos meteu em Passos, que nos fará escolher Seguro".

Acredito no seguinte: vamos sair daqui da forma mais inesperada possível. É sempre através de uma pequena coisa que tudo se quebra e recomeça. Uma canção já é um bom princípio.» [JN]
   
Autor:
 
Daniel Deusdado.
     
  
     
 O Senhor "Eu" também renasceu no Facebook
   
«O texto a divulgar, afirma Cavaco Silva, explica como deve um Presidente atuar em "tempos de grave crise económica e financeira".

O Presidente da República anunciou no Facebook que vai revelar depois de amanhã, dia 9, o prefácio do Livro "Roteiros VII".

"No próximo dia 9 de Março, data em que completo o segundo ano do meu segundo mandato, divulgarei, na página da Presidência da República na Internet, o texto do Prefácio do livro "Roteiros VII", que reúne as intervenções mais significativas que produzi naquele período", escreveu esta manhã Cavaco Silva.

O Presidente da República afirma que este ano "o prefácio diz respeito ao modo como deve actuar um Presidente da República em tempos de grave crise económica e financeira, como aquela em que Portugal tem estado mergulhado nos últimos anos".» [DN]
   
Parecer:
 
Este Cavaco acha que no meio desta crise o povo está muito preocupado em saber o que ele pensa ou deixa de pensar, foi ele que tudo fez para termos este governo e esta política.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo.»
         
 O guru de Passos Coelho veio em seu auxílio
   
«António Borges considerou hoje que a “única medida” aplicável é manter o salário mínimo, mas “o ideal até era que os salários descessem como solução imediata para resolver o problema do desemprego.”

“Ninguém quer um país de gente pobre, toda a gente quer um país próspero. Mas antes disso temos uma emergência nas mãos e a emergência é uma taxa de desemprego acima dos 17%. O ideal até era que os salários descessem como aconteceu noutros países como solução imediata para resolver o problema do desemprego”, salientou o consultor do governo para as privatizações, em entrevista à Rádio renascença.» [i]
   
Parecer:
 
O problema destes senhor é estar convencido de que os portugueses têm uma grande consideração pela sua pessoa, senão percebia que o melhor seria estar calado e evitar aparece em público.

Estes canalhas destruiram sectores inteiros da economia e agora usam o desemprego provocado de forma premeditada pelas suas políticas para justificarem o regresso do fascismo laboral.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao despedido do Goldman Sachs se não acha que em vez de salários baixos a solução para criar empregao não seria a escravatura.»
   
 Energias renováveis
   
«A GNR de Águeda deteve um homem, de 42 anos, que foi apanhado a conduzir uma bicicleta elétrica com uma taxa de alcoolemia de 4,41 gramas de álcool por litro de sangue, anunciou hoje aquela força policial.

A detenção aconteceu na passada quarta-feira, cerca das 21:00, na sequência de uma chamada telefónica para a GNR de Águeda a alertar para um acidente de viação, numa rotunda da estrada nacional 333, naquela cidade.» [i]
   
Parecer:
 
Digamos que o condutor também usava renováveis.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Finalmente o PSD diz uma verdade
   
«Numa declaração política no Parlamento, a deputada social-democrata Francisca Almeida enalteceu o que disse serem os méritos do Governo, mas também dos portugueses, pela sua "galhardia e coragem" perante a crise.

A deputada do PSD disse que, com a execução do memorando, o Governo "conseguiu capital de confiança e de credibilidade junto dos credores e dos mercados" e que isso criou "condições de equacionar junto dos nossos parceiros uma extensão da maturidade dos empréstimos e a flexibilização das metas do défice".

"Ninguém negará que estamos hoje mais perto de resgatar a nossa soberania financeira e de colocar o nosso País em condições de voltar a crescer e voltar a criar emprego", declarou, apontando como "evidência disso" o facto de a agência de notação financeira Standard & Poors ter retirado "o 'outlook' negativo da dívida portuguesa".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Aconteça o que acontecer, venha o crescimento quando vier, por cada dia que passa estaremos mais perto do crescimento. Obrigado PSD.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada e grite-se Ganda Chica!»
   

   
   
 photo Iurie-Belegurschi-5_zps54d09421.jpg
  
 photo Iurie-Belegurschi-4_zps7778376b.jpg
   
 photo Iurie-Belegurschi-3_zps54226561.jpg
   
 photo Iurie-Belegurschi-2_zps6cd23eca.jpg
  
 photo Iurie-Belegurschi-1_zps41991210.jpg