segunda-feira, abril 29, 2013

O alienígena


Se aquilo a que assistimos no país fosse um filme o título poderia ser “A vespa alienígena”, retratava uma vespa vinda de outro mundo que tinha inoculado o seu ovo no corpo de um humano. O artista principal, o Vespa, seria o Vítor Gaspar e a figura secundária, o pobre humano em quem foi inoculado o ovo, seria Passos Coelho.
 
Durante meses tudo corria muito bem, o Gaspar era aquele rapaz com ar de sem abrigo que explicava tudo como se estivesse falando para crianças de 4 anos. Era rigoroso e quando algum ministro queria gastara mais do que podia era gozado em pleno conselho de ministros, era um ministro tão promissor que um director do jornal “i” escrevia editoriais exaltados defendendo um novo Estado Novo , era no gasparismo que estava a salvação do país. Em menos de nada o PSD rendia-se à criatura e até Cavaco Silva desistia dos prometidos serviços de economista ao país rendido à boa-nova do Gaspar, o mesmo Cavaco que reparou na espiral recessiva prometia no início de 2012 que em finais desse mesmo ano já haveria crescimento e criação de emprego.
 
Parece que a fase simpática do Vespa já passou e começa a ser evidente a transformação que ocorre dentro de Passos Coelho, o primeiro-ministro, que já se tinha percebido que não era muito dotado intelectualmente, deixou de ter vontade própria, está totalmente dominado pelo alienígena que cresce dentro dele. Os jornais já dão conta da luta travada por alguns ministros contra o Vespa e não se leu uma única linha sobre a posição de Passos Coelho. Dominado o primeiro-ministro deixou de ter pensamento próprio, há muito que a sua autoridade foi transferida para o Vespa.
 
Começa a ser evidente que o monstro está a perder o controlo e já não se alimenta das gorduras, o parasita cá colocado por seres de outro mundo prefere devora o país ao ritmo de 4 mil milhões ao ano, começou por pedir um corte de 4 mil milhões no Estado social e já vai nos dez milhões, mais ou menos o equivalente ao que falta até ao fim da legislatura, momento da sua oclusão e em que poderemos tentar destruí-lo, isso se nessa ocasião não dominar a vontade de um Cavaco que facilmente concluirá que se temos o Gaspar não precisamos de eleições.