sexta-feira, julho 26, 2013

Finalmente os esqueletos saíram do armário?

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Quando o governo de José Sócrates negociava com a troika Pedro Passos Coelho fazia uma exigência  a troco do seu apoio: uma exigência: «"suscitar ao Governo todos os dados sobre a situação de partida", que crê ser "pior" do que aquela que o Governo disse aquando do PEC4. Passos disse mesmo que "não podem haver esqueletos no armário" e que só uma análise completa do estado das contas públicas permitirá negociar tudo com Bruxelas e o FMI.» [DN].
 
Catroga até parecia saber de que esqueletos falava Passos Coelho como se percebe na segunda carta que escreveu a Pedro Silva Pereira:
    
«O ex-ministro das Finanças considera, por isso, fundamental que sejam determinadas as necessidades de financiamento de todas as entidades do sector público administrativo alargado (administração central, autarquias e regiões, segurança social, empresas públicas, empresas municipais e regionais e parcerias público-privadas e concessões). Eduardo Catroga lembra que foi essa a metodologia utilizada no programa do FMI em 1983.  » [Expresso]
 
Graças a um ex-juiz do Tribunal de Contas que se desdobrava em entrevistas as PPP tornaram-se numa moda e nunca mais se falou do assunto, as PPP serviram para alimentar o jogo sujo contra o anterior governo e nunca mais se falou dos famosos esqueletos, os dados que a futura ministra tinha recolhido sobre os swap que ela tão bem conhecia ficaram dentro do armário. As PP serviram para iludir o assunto.
 
Eis que passados quase dois anos alguém abriu a porta do armário e de lá saíram muitas dezenas de esqueletos, mais de cem negócios com swaps que estavam a correr mal. Porque razão o PSD que sabia da existência de esqueletos ficou em silêncio em dois anos para acabar a agora ministra das Finanças por reagir de forma desastrada, mentindo com todos os seus dentinhos em pleno parlamento?
 
Pelo número de negociantes de swaps nas empresas públicas que chegou a membro do governo, o que denuncia a existência de um grupo de grande intimidade com Passos Coelho, é óbvio que quando o PSD falava de esqueletos sabia muito bem do que falava. Quando as coisas correram mal correram com dois secretários de Estado pela calada da noite e sem grandes explicações.
 
Entretanto a secretária de Estado já tinha beneficiado de tempo suficiente para branquear os seus negócios com swaps. Convencidos de que só o grupo de amigos do PSD que se tinham envolvido em negócios duvidosos conhecia a extensão de toda a realidade a agora ministra não hesitou em mentir no parlamento, tentando endossar todas as responsabilidades para o PS. No fim de todo isto os responsáveis pelos negócios passaram a acusadores,
 

Estamos perante uma manobra suja de gente ambiciosa, gente que ganhou prémios de gestão graças à ilusão de lucros no curto prazo e que pensavam que indo para o governo podiam encerrar o circuito, eliminando o rasto dos seus negócios. Só que tudo correu mal e agora começa a perceber-se quais eram os esqueletos que estavam escondidos no armário, quem os escondeu, quem disse a Passos Coelho onde estavam escondidos e que agora tentaram dizer que pertenciam ao PS e desconheciam a sua existência.