terça-feira, abril 30, 2013

Jumento do Dia


  
Vítor Gaspar, ministro da troika encarregado de entroikar o país

O governo montou uma mega encenação em torno do acórdão do TC que incluiu um ataque frontal ao TC , à Constituição e à própria democracia como se acabou por perceber com o discurso de Cavaco, reuniu o conselho de ministro durante horas e Passos Coelho acabou por ir com o Gaspar fazer um choradinho a Belém.
 
Hoje soube-se que o governo pretende aumentar nos próximos anos em cerca de 4,7 mil milhões, numero que «certamente será corrigido em alta nos próximos dois anos, se o país não se livrar do ministro das Finanças e dos seus planos maquiavélicos.
 
Gaspar ignora as consequências fiscais da sua estratégia de forma a esconder as consequências da sua incompetência nas Finanças atrás do argumento de que o Estado deve ser aquele que os portugueses querem pagar. EM vez de se demitir insiste na sua estratégia e condena os portugueses a um mega despedimento colectivo e à destruição do Estado social.
 
Ou o país demite urgentemente o ministro das Finanças ou este inapto social conduzirá Portugal por caminhos bem mais perigosos e destrutivos que qualquer cenário de saída do euro ou de bancarrota.

«“No cenário actual, a trajectória do saldo orçamental exige a execução de medidas que ascendem a 2,8 mil milhões de euros em 2014, 700 milhões em 2015 e 1.200 milhões em 2016”, afirmou o governante, hoje na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

Estes valores correspondem a 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, a 0,4% do produto em 2015 e a 0,7% do PIB em 2016, de acordo com informação que o ministro das Finanças apresentou.

O governante disse ainda que, “dado que a possibilidade do aumento de impostos parece excluída, a restrição financeira determina o debate”, reiterando o que tem vindo a dizer: “O Estado ao serviço dos portugueses só poderá ter a dimensão que os cidadãos estejam dispostos a pagar por ele.”» [Notícias ao Minuto]

As culpas do Sócrates


Sócrates é o culpado de tudo, do que acontece e do que não acontece, do que fez e do que não fez, dos crimes financeiros dos secretários de Estado deste governo, dos desvios colossais do Gaspar, da trafulhices contabilísticas do Alberto João, da vigarice cavaquista no BPN e ainda alguém se vai lembrar de dizer que é a Sócrates que Cavaco Silva deve os seus lucros nos negócios com as acções tóxicas da SLN.


Apesar da fama de boys dos partidos no governo a verdade é que nas administrações e lugares de direcção das empresas públicas tem estado instalada uma seita de gestores muitos deles ligados ao PSD, como se viu com a participação activa do senhor da CARRIS nas iniciativas eleitorais do PSD. Mas de quem é a culpa dos negócios das swap graças aos quais os jovens tigres criaram resultados artificias que permitiram empolar os seus p´remios? Ora, de quem haveria de ser a culpa, do Sócrates.
 
NO BPN toda a gente do PSD e familiares se encheu, ganharam com negócios poucos transparentes em acções cujos preços de compra e de venda era fixado a olho por Oliveira e Costa, aproveitaram os familiares e amigos do pessoal que beneficiou de empréstimos com juros baixos e sem grandes garantias. De quem foi a culpa? Ora, claro que foi de Sócrates.
 
O ministro das Finanças decide dar uma pinochetada económica e aplica medidas de austeridade brutais fundamentadas em desvios colossais que só ele viu, o resultado foi a queda das receitas fiscais e um buraco de 4.000 milhões de euros, buraco que vai ser compensado com a destruição do Estado, já se falando em 10.000 milhões, isto é, os resultados da incompetência de Vítor Gaspar entre 2012 e 2014 e de quem é a culpa. A culpa é obviamente de Sócrates, de quem haveria de ser.
 
Cavaco Silva apelou aos jovens para se manifestarem, ficou muito incomodado com umas pequenas medidas de austeridade chorando lágrimas de crocodilo porque o povo não aguentava tanta austeridade, deu cobertura à sua equipa para conspirar contra um governo eleito em democracia pelos portugueses, e de quem foi a crise política. Pois, foi de Sócrates.
 
O país está à beira da bancarrota porque o governo decidiu evtar o corte das gorduras porque eram torresmos para os seus amigos comerem, optou por aumentos brutais dos impostos, conduz o Estado ao colapso financeiro, atira a economia para o poço sem fundão da recessão descontrolada e de quem é a culpa? Só podia ser do Sócrates.

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Chaminés na Ajuda, Lisboa   
 
 Mas que grande êxito

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 O governo presidencial do ministro das Finanças
   
«É público e notório que este governo já não é mais do que Vítor Gaspar, o desacreditado ministro das Finanças, que insiste em que só a miséria nos salvará de males maiores, e Cavaco Silva, o Presidente da República, seu avalista. O resto é uma imensa confusão ideológica, política e orgânica em que Passos Coelho, o presumível primeiro-ministro, desempenha o papel de escudeiro. Até os relatos que nos chegam das clivagens nas reuniões de Conselho de Ministros - uma espécie de casa assombrada onde se discute sempre o mesmo: cortar salários, pensões ou despedir funcionários públicos -, entre Paulo Portas e alguns ministros do PSD, por um lado, e o ministro das Finanças, por outro, ignoram a presença do alegado chefe do governo, como se não estivesse presente ou, simplesmente, não existisse.

É neste contexto político, em que o ministro das Finanças governa o país, com carta de recomendação das “instituições internacionais” e a simpatia do ministro das Finanças alemão, um dos arquitectos da destruição da União Europeia, fazendo do primeiro-ministro um cúmplice verbo-de-encher, como só aconteceu, em Portugal, entre 1928 e 1932, que o senhor presidente da República, no seu discurso nas comemorações da queda da ditadura, por ironia, nos vem dizer que “sejam quais forem os resultados das eleições” não há alternativa a este rumo suicida e que “não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos” já que “de nada valerá ganhar ou perder eleições, de nada valerá integrar o governo ou estar na oposição”. A democracia e a vontade dos portugueses nunca tinham sido tão claramente desprezadas por um chefe de Estado num parlamento eleito democraticamente. Este discurso do senhor Presidente da República foi a sequência política normal do comunicado escrito no dia a seguir à decisão do Tribunal Constitucional, quando numa audiência no palácio de Belém, deu posse informal a Vítor Gaspar como líder de um governo de iniciativa presidencial, prescindindo do papel de árbitro que lhe estava conferido. Estas mudanças políticas subtis, quase imperceptíveis e desprezadas, vão ter efeitos terríveis sobre a maioria dos portugueses. O discurso de Cavaco Silva, que no interior da coligação também retirou margem de argumentação a Paulo Portas, vai sustentar a visão de Vítor Gaspar e é de prever que as medidas a apresentar no “Documento de Estratégia Orçamental”, a aprovar no Conselho de Ministros de amanhã, sejam na linha do radicalismo suicidário do ministro das Finanças, agora com a cobertura explícita do senhor Presidente da República. Daí que, nesta altura, com tudo cozinhado e apadrinhado por Belém, as cartas do governo ao PS, para o envolver no velório ao governo, sejam completamente descabidas e fora de tempo.

O PS - enquanto maior partido da oposição - procura construir uma alternativa a esta degradação e desagregação política. Alcançou no congresso realizado este fim-de-semana uma unidade interna pouco comum em partidos na oposição, reunindo no mesmo abraço o secretário-geral, António José Seguro, António Costa, líder de uma oposição platónica, nunca consumada, Francisco Assis, o anterior adversário ao cargo de secretário-geral, e Carlos César, o mais brasonado socialista no activo. Mas, apesar de todas as propostas alternativas apresentadas no discurso de encerramento por António José Seguro, ainda não se percebeu claramente se o PS representa uma ruptura substancial, ou apenas formal, com o regime “do arco da governação”. Pouco foi dito sobre quem são os preferenciais aliados, nem as medidas a tomar sobre questões essenciais: as “rendas excessivas” da EDP, as PPP, os “swaps” - o conluio que amarra o Estado aos bancos e à economia de casino que nos conduziu à desgraça. Nesta altura, não chegam promessas de crescimento económico e de renegociação da dívida e de memorandos. Exigem-se rupturas concretas com o passado. Se pensam substituir protagonistas, deixando tudo na mesma, pode muito bem acontecer que algum humorista chegue à chefia do governo.» [i]
   
     
 Sinais de consenso
   
«A UGT vai enviar hoje um pedido de reunião à CGTP e espera que este seja o primeiro passo de reaproximação à sua congénere, no sentido da convergência, que beneficiará os trabalhadores portugueses, disse à Lusa Carlos Silva.

O novo secretário-geral da UGT afirmou, em entrevista à agência Lusa, que a UGT vai começar a solicitar audiências aos parceiros sociais, partidos políticos, Presidente da República e primeiro-ministro para apresentar as conclusões do seu XII congresso que se realizou a 20 e 21 em Lisboa.

"Vamos apresentar as conclusões do nosso congresso e as posições que a UGT entretanto for assumindo. Em relação à CGTP iremos também discutir de que formas é que poderemos estabelecer o diálogo entre as duas centrais sindicais", disse Carlos Silva.» [DN]
   
Parecer:
 
Diria que é o Silva Effect!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns ao senhor Silva da Coelha.»
      
 Gaspar já fala como primeiro-ministro
   
«Vítor Gaspar defende um "consenso político esclarecido e generalizado", defendendo a "política de verdade por contraste com uma política de mentira, insulto e dissimulação".

O ministro das Finanças falava à margem das tomadas de posse de tomada de posse do novo presidente da Comissão da Normalização Contabilística, António Gonçalves Monteiro, e do coordenador da Unidade Técnica de Acompanhamento das Parcerias Público-Privadas, Fernando Crespo Diu. 

Abordando a situação financeira do país, o ministro voltou a considerar a missão em mãos como "árdua" e a lembrar que "corrigir o excesso de divida pública exige o esforço de uma geração". "É incontornável alterar regras e procedimentos para assegurar a disciplina orçamental. Só assim garantiremos que o esforço de hoje perdura", disse o ministro.» [DE]
   
Parecer:
 
Dizer que se quer negociar, o quê e como é um discurso de um primeiro-ministro e não de um ministro.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Gaspar que deixe de falar grosso pois está demasiado perto da demissão para se armar em galo-da-Índia.»
   
 Acabou a impunidade, disse a senhora ministra
   
«O Tribunal de Contas (TC) está “chocado” com a decisão “demasiado apressada e desajustada” do magistrado do Ministério Público que devolveu o processo de auditoria, “barrando assim o caminho para julgamento” dos membros do governo regional da Madeira por omissão de dívidas.

“Só por distracção ou prefixação noutra solução, mais simples e divorciada da factualidade espelhada no processo de autoria, se justifica uma conclusão destas”, frisa o despacho do juiz conselheiro da Secção Regional do TC, publicado nesta segunda-feira no Diário da República. “A matéria de facto é realmente muita, assim como a documentação que a suporta”, acrescenta José Aveiro Pereira, referindo-se aos resultados desta acção fiscalizadora explicitados no Relatório n.º 8/2012- FS/SRMTC, aprovado a 31 de Dezembro de 2010.

A auditoria concluiu que o Instituto de Administração de Saúde e Assuntos Sociais (IASAUDE) e o Instituto do Desporto da Madeira haviam assumido, respectivamente, encargos omissos de 169,3 milhões de euros e 6,9 milhões de euros, “levando a um valor total que devia ser corrigido em alta para 353,2 milhões de euros”.

Apesar disso, “o Ministério Público coibiu-se de acusar os governantes regionais indiciados pelas infracções financeiras que lhe são imputadas, não porque não haja factos e provas em abundância, que tornam os indícios fortes, indeléveis e não escamoteáveis, mas porque optou por uma linha de raciocínio divergente da realidade plasmada na auditoria e no respectivo relatório, eivado de conjecturas e ficções desarmónicas com o dever de objectividade e de legalidade por que se deve pautar a conduta processual do agente do MP”, frisa o despacho.

“O Tribunal entende, e com sólida fundamentação, que foram cometidas as infracções”, acrescenta o despacho, concluindo que “o MP ignorou a responsabilidade financeira dos membros do Governo e mandou notificar apenas os restantes indiciados”.» [Público]
   
Parecer:
 
Pois....
      

   
   
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segunda-feira, abril 29, 2013

Jumento do Dia


  
Pedro Passos Coelho

Passos Coelho está muito longe de ser um dos melhores primeiro-ministros que passaram pelo governo português, bem antes pelo contrário, deverá ser mesmo o pior. Mas é certamente o que tem mais sentido de humor, só mesmo alguém muito bem humorado se lembraria de dizer que este governo trabalha com grande coesão.

«O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo está a trabalhar "com grande coesão" em medidas de curto e médio prazo para fechar o Orçamento Retificativo para este ano e o Documento de Estratégia Orçamental 2013-2017.

Em conferência de imprensa, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, Pedro Passos Coelho escusou-se a comentar "rumores" sobre divisões nas reuniões do Conselho de Ministros e, questionado se o ministro de Estado e das Finanças estava de pedra e cal no Governo, respondeu: "Não há nada para dizer sobre o ministro Vítor Gaspar, ou sobre qualquer outro ministro".

O primeiro-ministro, que falava no final de um encontro com o seu homólogo irlandês, reiterou a indicação dada hoje pelo ministro das Finanças de que as medidas do "programa de médio prazo" serão apresentadas "até ao final desta semana, conforme está acordado com a 'troika', e conforme tem sido informado ao senhor Presidente da República".» [DN]

O alienígena


Se aquilo a que assistimos no país fosse um filme o título poderia ser “A vespa alienígena”, retratava uma vespa vinda de outro mundo que tinha inoculado o seu ovo no corpo de um humano. O artista principal, o Vespa, seria o Vítor Gaspar e a figura secundária, o pobre humano em quem foi inoculado o ovo, seria Passos Coelho.
 
Durante meses tudo corria muito bem, o Gaspar era aquele rapaz com ar de sem abrigo que explicava tudo como se estivesse falando para crianças de 4 anos. Era rigoroso e quando algum ministro queria gastara mais do que podia era gozado em pleno conselho de ministros, era um ministro tão promissor que um director do jornal “i” escrevia editoriais exaltados defendendo um novo Estado Novo , era no gasparismo que estava a salvação do país. Em menos de nada o PSD rendia-se à criatura e até Cavaco Silva desistia dos prometidos serviços de economista ao país rendido à boa-nova do Gaspar, o mesmo Cavaco que reparou na espiral recessiva prometia no início de 2012 que em finais desse mesmo ano já haveria crescimento e criação de emprego.
 
Parece que a fase simpática do Vespa já passou e começa a ser evidente a transformação que ocorre dentro de Passos Coelho, o primeiro-ministro, que já se tinha percebido que não era muito dotado intelectualmente, deixou de ter vontade própria, está totalmente dominado pelo alienígena que cresce dentro dele. Os jornais já dão conta da luta travada por alguns ministros contra o Vespa e não se leu uma única linha sobre a posição de Passos Coelho. Dominado o primeiro-ministro deixou de ter pensamento próprio, há muito que a sua autoridade foi transferida para o Vespa.
 
Começa a ser evidente que o monstro está a perder o controlo e já não se alimenta das gorduras, o parasita cá colocado por seres de outro mundo prefere devora o país ao ritmo de 4 mil milhões ao ano, começou por pedir um corte de 4 mil milhões no Estado social e já vai nos dez milhões, mais ou menos o equivalente ao que falta até ao fim da legislatura, momento da sua oclusão e em que poderemos tentar destruí-lo, isso se nessa ocasião não dominar a vontade de um Cavaco que facilmente concluirá que se temos o Gaspar não precisamos de eleições.

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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Palácio da Bemposta, sede da Academia Militar de Lisboa
 
 Com senso?

Se há coisa que não se pode dizer do discurso de Cavaco Silva é que foi um discurso com senso. Até parece que Cavaco pediu a equivalência a Presidente da República da Lusófona e aproveitou o 25 de Abril para ir festejar o canudo para o parlamento!

 O Gasparoika tem de explicar

Durante quase dois anos o caso dos swap foi abafado pelo ministro das Finanças que preferiu que o buraco aumentasse a denunciar um caso que punha em causa gente do PSD e membros deste governo. Agora promoveram uma mini remodelação pela calada da noite e tentam sugrerir que a culpa foi de Sócrates, como se militantes do PSD que chegaram a membros deste governo fossem boys do governo do PS.

Perante a denuncia do buraco causado por esta gente o que fez o Gasparoika, protegeu os interesses do país ou ignorou-os para abafar o caso e proteger a imagem do governo e dos seus membros irresponsáveis, senão mesmo corruptos?
 
 Cavaco tem de impedir eleições legislativas

Se estas se realizarem e o PS as ganhar só restará a Cavaco Silva a admitir que o seu comportamento partidário enquanto "p"residente provocou graves prejuízos ao país e à democracia e, em consequência, resignar. Cavaco não luta pelo país, luta pela sua sobrevivência e já ninguém o poderá ajudar a terminar o mandato com dignidade., acabar talvez, com dignidade já não será possível, perdeu-a neste dia 25 de Abril.

É a ironia da história, aquele que nunca usou cravo nessa data acabou por ficar encravado nesse mesmo dia.

 Sinais de desorientação


Aquilo que Cavaco fez no 25 de Abril foi um sinal claro de desorientação política que se está a alastrar à direita. Cavaco sabe que vai acabar sendo acusado de tudo o que sucedeu, incluindo as eleições que levaram o seu partido ao poder. O seu discurso não passou de uma forma atabalhoada de tentar impor o governo do Gaspar como se fosse um governo de salvação nacional que o PS devia apoiar incondicionalmente.
 
A direita não resistiu à gula e durante um ano e meio o país assistiu a uma verdadeira orgia, cada um propunha uma reforma, um despedimento colectivo, um corte de vencimentos ou de pensões. O país assistiu a este soltar dos cães, a uma política governamental sem quaisquer regras, com um Gaspar a decidir vagas sucessivas de medidas de austeridade, com cada pacote a ser mais brutal do que o anterior.
 
Para calarem qualquer voz discordante ameaçava-se com a troika, dizia-se que o país tinha perdido a soberania ou fazia-se a propaganda dos sucessos, Portugal voltava a ser um oásis no meio dos países do sul, era um caso de sucesso todos os dias elogiado pelos alemães. Só que a realidade está a impor-se à propaganda, a recessão agrava-se, o desemprego continua a acrescer, a receita fiscal afunda-se e o ministro das Finanças insiste nas suas políticas com uma teimosia que lembra o baterista dos Marretas.
 
O PSD já percebeu o logro em que caiu, a política do Gaspar é incompetente, em substituição de tudo o que Passos destruiu por ser obra de Sócrates não apareceu nada, e mesmo perante o desastre insistem em destruir o que podem enquanto tiverem tempo. Já não está em causa fazer sair a economia da crise, o que Gaspar e Passos pretendem é apenas destruir o mais possível o modelo económico e social de que discordam enquanto estiverem no poder.
  
Gaspar e Passos consideram que a destruição do Estado Social será um grande legado e percebendo que estão politicamente perdidos tentam agora impor as suas concepções ao país da pior forma, destruindo o que existe. De política desastrosa em política desastrosa, de desvio colossal em desvio colossal Vítor Gaspar e esta direita extremista vai tentar fazer o país vergar às suas concepções extremistas e anti-democráticas. Já não é só o Estado Social que está em causa com gente desta, é também a democracia e a própria paz.



  
 Nem maioria, nem governo, nem presidente
   
«A tolerância com o Presidente da República Cavaco Silva já faz parte da história da democracia portuguesa. Encolhiam-se os ombros quando ele se recusava a explicar lucros extraordinários numa compra e venda de títulos, assobiava-se para o lado quando, duma forma arrogante, afirmava a sua superioridade moral perante o comum dos mortais, engolia-se em seco quando ele promovia e apoiava patéticas conspirações contra um governo. - o episódio das escutas levaria num país minimamente civilizado à sua imediata demissão.
   
A paciência esgotou-se quando Cavaco Silva insultou todos os portugueses afirmando que ia ter muitas dificuldades em não ir às suas poupanças ganhando apenas cerca de 10 000 euros mensais em pensões.
   
Apesar de tudo, alguns preferiram não dar muito relevo a mais esse inconcebível desvario em razão das circunstâncias do País. Com a crise económica a acentuar-se, a crise política seria inevitável e, por isso mesmo, era importante preservar a imagem institucional do Presidente da República. No fundo, era necessário que o Presidente da República mantivesse a sua capacidade política para que fosse respeitado e se constituísse num mediador com peso num momento de extrema importância e fragilidade. Seria, e continua a ser, necessário construir pontes, gerir sensibilidades, criar consensos e, no limite, encontrar soluções de governo ou marcar eleições. Era fundamental que se percepcionasse o Presidente como equidistante dos partidos e das suas visões programáticas para que as suas decisões fossem vistas nos momentos decisivos como imparciais.
  
A esmagadora maioria dos que tantas vezes votaram em Cavaco desistiram dele no episódio das pensões. Cavaco desistiu de ser Presidente da República, na quinta-feira, quando renunciou a representar todos os portugueses.
  
Desistiu porque, de facto, desistiu de buscar consensos e optou pela mais radical das opções. Desistiu porque, numa altura em que todos lhe pediam que arbitrasse, ele decidiu colocar-se num dos campos. Desistiu porque se tornou na maior fonte de crispação política quando hipocritamente apelou ao fim dela.
  
Cavaco Silva fez um discurso absolutamente irresponsável. Dividiu o País em dois, cavou com as suas próprias palavras uma trincheira e preparou-se para o combate dum dos lados. Que consensos pode agora promover? Que diálogos pode gerar ? Que confiança pode inspirar?
  
Não, não vale a pena lembrar "os portugueses atingiram o limite dos sacrifícios" ou o "sobressalto cívico" de há dois anos e casar as frases com a presente "não se deve explorar politicamente a ansiedade e a inquietação dos nossos concidadãos". É náusea garantida. Também não vale a pena recordar a "espiral recessiva" de há apenas três meses. A falta de memória auto-infligida já não é propositada, é apenas desprezo por quem nos falha em tão decisivo momento. E não, também não é raiva pela incapacidade do nosso mais importante representante de não perceber o sentimento popular. O verdadeiro consenso que vai da esquerda à direita, de grande parte do seu PSD, dos seus próprios apoiantes, de todos os parceiros sociais. O consenso que rejeita a solução que agora é benzida por Cavaco Silva. A que, de forma clara e cristalina, ele acha que, apesar dos problemas, tem um saldo positivo. Um saldo positivo de miséria, de desemprego, de recessão, de incompetência, dum futuro sem perspectivas. Curiosamente, Cavaco vocifera contra as políticas de austeridade europeias e faz o tal balanço positivo das nossas. A irresponsabilidade é parente próxima da inconsciência.
  
Mas que fique rigorosamente claro: ninguém lhe pedia que escolhesse um lado, que optasse por contestar ou mesmo demitisse o Governo. Bem pelo contrário. Apenas que actuasse como Presidente da República nas circunstâncias presentes. Que se pusesse acima dos partidos, que fosse um fazedor dos consensos, um conciliador de vontades.
  
Mas Cavaco Silva não desistiu só de ser verdadeiramente um Presidente da República. Parece também ter desistido da Democracia. No dia 25 de Abril, na casa da democracia portuguesa, Cavaco Silva teve a ousadia de dizer que resultados de eleições nada mudariam, que "de nada valerá integrar o Governo ou estar na Oposição". Como se a decisão dos cidadãos de nada valesse, como se as opções dos portugueses devam ser desprezadas se não forem as consideradas certas por Cavaco ou a troika ou a Europa ou por quem quer que seja. Como se o povo não fosse soberano e tivesse que ser guiado por um qualquer iluminado.
  
A maioria deixou de o ser, o Governo está em desintegração e desde quinta-feira nem Presidente temos. E ainda há quem diga que não estamos a viver uma crise política.» [DN]
   
Autor:
 
Pedro Marques Lopes.

(induzido em erro pelo DN a autoria deste artigo foi indevidamente atribuída a Alberto Gonçalves. Aqui ficam as desculpas aos dois e aos que estranharam a mudança de Alberto Gonçalves)

 Sorria, está a ser roubado
   
«Contratos swap são instrumentos de gestão financeira altamente especulativos. Um daqueles investimentos em que nenhum leitor de boa-fé gostaria de ver o seu dinheiro, sobretudo a partir da crise de 2008. Uma espécie de casino em que se perde sempre.

Não foi o que pensaram os administradores de nomeação governamental da maioria das empresas do sector empresarial do Estado. A partir de 2008, e com especial destaque para as empresas de transportes, qualquer novo empréstimo implicou a subscrição destes instrumentos especulativos em que os “azares” do Estado resultam numa mina de ouro para a banca.

Só a Metro de Lisboa, cuja dívida total é de 4117 milhões de euros, tem contratos swap assinados no valor de 5551 milhões de euros. Esta empresa, no primeiro semestre de 2012, perdeu em juros e perdas swap 297 milhões, o equivalente a dois anos de salários dos seus trabalhadores e, considerando a totalidade do que terá sido investido neste casino, pensa-se que poderá vir a perder o equivalente ao valor de 18 anos de bilhetes e passes dos utentes. Mas a Metro do Porto lidera este campeonato do descalabro financeiro. Os prejuízos já atingem os 832,4 milhões de euros, o equivalente a 142 anos de salários dos seus trabalhadores ou 23 anos de transporte gratuito.

Na Assembleia da República, PCP e BE denunciaram-no ao passo que PS, PSD e CDS iam fazendo saltitar os “empreendedores” administradores públicos entre empresas do Estado e o governo. Aliás, mesmo os representantes da banca envolvidos na negociata são hoje administradores dos interesses do Estado, como António Borges, que cuida das privatizações, ou Moreira Rato, que cuida das renegociações com os antigos patrões.

Como diria o Presidente da República é preciso criar os consensos necessários... para que o roubo continue, acrescento eu.» [i]
   
Autor:
 
Tiago Mota Saraiva.
   
  

   
 Cavaco desorientado
   
«O Presidente da República exortou hoje os partidos políticos a estudarem cuidadosamente a fase 'pós-troika' para evitar sacrifícios desnecessários aos portugueses e para que depois não lhe digam que não os avisou em devido tempo.

"Não me venham dizer depois que eu não avisei em devido tempo que é preciso desde já, no fim de abril de 2013, ter em consideração os desafios e as exigências que serão colocadas a Portugal depois de terminar o programa de ajustamento", afirmou.

Cavaco Silva falava aos jornalistas à margem do 34.º Congresso Nacional de Cardiologia, a cuja sessão de abertura presidiu, e que decorre até terça-feira num hotel de Vilamoura.

De acordo com o Presidente da República, é fundamental que todos os partidos, deputados e agentes políticos portugueses estudem muito cuidadosamente o que é que significa o 'pós-troika' e quais os desafios e exigências que advêm do final do programa de assistência financeira, para que não sejam exigidos sacrifícios desnecessários aos portugueses.

"Depois introduzam as condições que nos vão ser colocadas nos seus raciocínios políticos, nas suas atitudes", apelou, acrescentando que basta estudar os documentos divulgados pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional, tarefa que diz já ter cumprido.» [DN]
   
Parecer:

cavaco tenta responder aos que o criticaram passando-lhes um atestado de falta de aplicação, sugerindo que estudem o pós troika. O problema não está no pós troika e neste país todos os democratas dispensam as suas lições de economia, aquilo que Cavaco falou no 25 de Abril não foi da economia pós troika, foi da democracia pós troika e o que ele disse foi que a democracia era inútil.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

      
 O país vai livrar-se do Gasparoika
   
«A última remodelação do Executivo de Passos Coelho, feita por fases, parece não ter sossegado os espíritos quer dos centristas quer dos sociais-democratas. De acordo com o Jornal de Notícias a cabeça do ministro das Finanças continua a ser a mais pedida e fontes da maioria acreditam que a saída de Gaspar já terá sido mesmo acertada com o primeiro-ministro.» [Notícias o Minuto]
   
Parecer:
 
É uma questão de salvação nacional o país mandar o Gasparoika para que o aturem em Bona.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Passos se já pediu outro Gasparoika à senhora Merkel.»
   

   
   
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domingo, abril 28, 2013

Jumento do Dia


  
Álvaro Santos Pereira, ministro

Se alguém quiser definir resiliência, uma palavra na moda no nosso jargão político, aplicando-a ao governo será conduzido a Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia. Só uma personagem como ele, que oscila entre o imbecil e um cristo cheio de lanças espetadas mas que recusa a crucificação, poderia resistir no governo.

Já foi ridicularizado pelo Gasparoika, viu o seu ministério perder um secretário de Estado da Energia chegando a confidenciar que o Mexia festejou a saída com champanhe, viu a sua cabeça ser pedida por Paulo Portas e no fim de tudo isto assume que a sua pasta é apetitosa, apesar de se saber que há muito deixou a categoria de prato principal para ser considerado um aperitivo.

Mas o destino tem destas coisas e agora que o governo anda desorientado o incompetente passou a ser o brilhante Gasparoika e o tal que era gozado foi o único no governo a falar de crescimento e o único trunfo que resta a este governo e ao seu tutor de Belém é o simulacro de concertação social. Se Álvaro Santos Pereira fosse esperto perceberia que este é o melhor momento para salvar a sua reputação deixando um governo incompetente entregue aos bichos e aos loucos que ainda lutam pelo poder dentro de um navio que está a meio de um naufrágio.

«Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, afirma que sabia, desde o início do mandato, que o seu ministério iria "estar sob fogo". Mas sublinha que também sabia o que era necessário fazer para atacar os problemas de competitividade do País e por isso nunca se deixou afetar pelos comentários que exigem a sua saída do Governo.» [DN]

Semanada


Se com a birra de Passos Coelho causada pelo acórdão do Tribunal Constitucional Cavaco Silva recebeu o governo do seu partido assumindo-o como sendo um governo de iniciativa presidencial, com o discurso do 25 de Abril Cavaco Silva inverteu a situação e agora temos um presidente de iniciativa governamental. Se não fosse um pequeno inconveniente chamado Paulo Portas o país ter aquilo que a direita disfarçada de social-democracia sempre desejou, uma maioria, um governo e um presidente. O problema é que quando este velho projecto se concretiza o PPD tem um primeiro-ministro incapaz, um presidente fraquinho e quem manda mesmo é o controleiro luso do ministro das Finanças da senhora Merkel.
 
Antigamente quando se ia meter uma carta no correio fazia-se os possíveis para se antecipar à hora prevista para a recolha do correio. Agora parece que os correios perderam o monopólio da entrega da correspondência e as cartas são remetidas a tempo de serem publicadas no Expresso. Marques Mendes já fazia as vezes de telefonista do PSD, agora paece que é Pinto Balsemão a fazer de carteiro. Parece que Passos Coelho arranjou uma excelente foram de entreter os seus antecessores, só não conta com Manuela Ferreira Leite, a velha senhora prefere o estatuto de alcoviteira de Belém, um barrete que enfia com especial prazer.
 
Coincidência ou não desde que Sócrates reapareceu a política portuguesa deu uma volta de 180 graus, Seguro quer eleições, Passos Coelho quer consenso e Cavaco Silva passou-se. Já ninguém liga às novidades do Marques Mendes, o Marcelo passou ao estatuto de Quim Barreiros do comentário político, Manuela Ferreira Leite comenta barretes presidenciais e a actualidade politica é marcada pelos comentários de José Sócrates. Não admiraria nada se viesse a ser notícia de que o jantar da família Silva passou a ser flocos de aveia, assim não correm o risco de ficar com alguma espinha atravessada na garganta com os ataques de nervos provocados pelos comentários de Sócrates.
 
Caavco tem toda a razão para estar preocupado com a falta de consenso, o problema é que tenta forçar Seguro a alinhar no consenso que não consegue impor ao próprio governo. Há tanto consenso entre Passos Coelho e Seguro como o há entre Passos e Portas, entre este e o Álvaro, ou entre o Álvaro e o Passos Coelho. Razão tinha o Maduro, um académico que pela forma como manda as cartas parece que pediu a equivalência a ministro na Universidade Lusófono, fala tantas vezes em consenso. O problema e que se Cavaco quer consenso o melhor é chamar a si a presidência das reuniões do conselho de ministros e o Maduro poderia fazer de sacristão repetindo tantas vezes a palavra consenso como nas missas se repete “palavra do Senhor”.

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 
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DFlor de cerejeira, Lisboa
     

 O azar nos "swap"

Foi ter o António Borges em vez do  Oliveira e Costa no Goldman Sachs.

 Perguntar não ofende
 
Será que para ter um "p"residente destes vale a pena perder tempo e dinheiro com eleições presidenciais e gastar mais com ele do que os espanhóis gasta com o Rei de Espanha? Não faria mais sentido que o presidente da junta de freguesia de Belém desempenhasse as funções de Presidente da República por inerência? De nada serve fazer eleições para escolher alguém e depois não se saber o que ele faz porque é mais discreto do que o Fernando Lima quando toma café com os jornalistas do Público, de nada serve escolher um economista para ajudar o país se depois passa a vida a repetir as previsões do Gaspar e é o último a reparar que há recessão, de nada serve esperar que alguém sem estatura política é capaz de ser o Presidente de todos os portugueses, só de alguns e mesmo muito poucos.
 
 Rowan Corkill não quererá fazer uma exposição em Portugal?
 
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[CM]
 
 O problema do Gaspar
  
É ainda não ter percebido que ao destruir a economia portuguesa não cria condições para impor o seu modelo de país, o seu novo Estado Novo, levando Portugal à falência o que o Gaspar consegue é empurrar o país para uma guerra civil e o prejuízo para a Europa será tão grande que até os seus amigos conservadores alemães vão evitar falar com ele.

 A dúvida

De certeza que o Gaspar não queria que as suas medidas fossem consideradas inconstitucionais? A verdade é que as quer substituir pelas medidas que sempre desejou, o corte dos vencimentos e o despedimento dos funcionários públicos. De certeza que o OE 2013 não era manhoso e a intenção de Gaspar era conduzir o país para um beco sem saída.
 
Ou o país se livra do Gaspar e começa a negociar o seu futuro com a troika, ou corre um sério risco de ser empurrado para o abismo por um lunático que mesmo à beira da destruiçaõ da economia ainda continua convencido de que tem razão.
 
 O consenso
 
Não passa da bóia de salvação que o PSD encontrou para se salvar o partido as eleições autárquicas. Não é por acaso que os responsáveis do CDS quase ignoram esta questão, não têm muito a perder naquelas eleições.
 
 A carta do governo ao PS

É uma carta cheia de ricina política, não passa de mais uma tentativa de "eliminar" a oposição do líder do PS  amarrando-o aos cuidados intensivos da receita do Gasparoika, o talibã português do fundamentalismo alemão.
   

  
 O medo ao leme
   
«O Presidente da República leu no 39.º Aniversário do 25 de Abril o mais aporético e contraditório discurso da história da III República. Denunciou a incompetência da troika, mas saudou o doloroso cumprimento do seu insensato programa pelo esforçado povo português. Apelou a uma mudança do rumo da Europa, mas concordou com a tese do Governo que condena a nação a carregar a albarda dos credores até ao fim dos tempos. O discurso de Cavaco, com as suas oscilações de 180º, é um raro exemplo do medo como política pública. O País está à deriva, pois quem toma decisões está paralisado pelo pânico, em estado quimicamente puro. A única maneira de a História ser benevolente para com Cavaco Silva, o político que deu rosto a todos os pecados e omissões da III República, é a de ela nunca ser escrita. Seria a benevolência do esquecimento, resultante do desaparecimento de Portugal como sujeito histórico, como lugar onde a aventura da vida comum se cristaliza em memória. Será essa a secreta esperança do Presidente?» [DN]
   
Autor:
 
Viriato Soromenho-Marques.  
   
  
     
 O Gaspar foi longe demais
   
«O conselho de ministros só terminou perto das nove da noite e, ao que o Expresso apurou, decorreu num clima de confronto "duríssimo". "Foi muito duro", confirmou um dos presentes, sem adiantar certezas sobre o desfecho de uma confrontação de ideias que voltou a prolongar-se por 11 horas e que terá deixado no ar a ameaça de Portas romper.

"Isto está por um fio", desabafava outro dos presentes no rescaldo do conselho considerado como "dos mais difíceis".  Paulo Portas protagonizou, com Paula Teixeira da Cruz, Miguel Macedo, Aguiar Branco e Álvaro Santos Pereira a barragem a algumas das propostas mais radicais das Finanças, nomeadamente no que toca a cortes nas pensões e salários.

"É preciso preservar níveis de sensibilidade social e evitar que a economia fique ainda mais estrangulada", resumiu um ministro ao Expresso. Entre outras coisas, Portas opõe-se a cortes nas pensões da CGA inferiores a 600 euros, coisa que poderá não estar afastada.

Em causa, além do DEO (Documento de Estratégia Orçamental) que o Governo terá que fechar até ao fim do mês, estão as medidas para substituir os 1,3 mil milhões decorrentes do chumbo do Tribunal Constitucional ao Orçamento de Estado. Um trabalho "tecnicamente delicado e que exige ponderação".» [Expresso]
   
Parecer:
 
Já nem no governo o podem ver.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o incompetente.»
      
 Este Gaspar não tem uma única ideia ilegal
   
«A intenção do Governo pagar o subsídio de férias em duodécimos (que começara a pagar como sendo o de Natal) é ilegal, defendem os advogados especialistas em direito do trabalho contactados pelo Expresso.

Paulo Santos cita o nº 2 do artigo 208, da lei nº 59/2008 para o justificar: "o trabalhador tem direito a um subsídio de férias de valor igual a um mês de remuneração base mensal, que deve ser pago por inteiro no mês de Junho de cada ano".

É ilegal quer para os trabalhadores da função pública, quer para os do regime privado, acrescenta Paulo Santos, já que o Código de Trabalho estabelece inclusivamente que esse subsídio "salvo acordo escrito em contrário", seja pago "antes do início do período de férias e proporcionalmente em caso de gozo interpolado de férias" (nº 3 do artigo 264).» [Expresso]
   
Parecer:
 
Extremista.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se o "talibã", ou será antes um poliban, a verdade é que se farta de dar banhadas.»
   
 A anedota do dia
   
«"Parece-me óbvio que o Governo está num quadro de grande coesão da coligação, tentando encontrar a resposta para um problema ["chumbo" do Tribunal Constitucional a quatro normas do Orçamento do Estado para este ano], que é exigente", disse Jorge Moreira da Silva.

Questionados pelos jornalistas, durante uma vista à feira agro-pecuária Ovibeja, em Beja, Jorge Moreira da Silva disse que desconhece "totalmente" a existência de divisões no Conselho de Ministros de sexta-feira, das quais teve conhecimento através de um jornal, e, por isso, alegou não ter condições para fazer comentários.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:
 
Este Moreirita tem muita graça.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
   
 Na Irlanda a democracia não é um inconveniente
   
«Depois de terem sido apontados como os principais responsáveis pela crise em que a Islândia se afundou em 2008, os partidos do centro-direita preparam-se para regressar ao poder nas eleições legislativas deste sábado no país.

As secções de voto estão abertas entre as 9h e as 22h, mas as estimativas são tão esclarecedoras que já há poucas dúvidas de que a Islândia vai protagonizar uma das maiores reviravoltas da história da política europeia moderna.» [Público]
   
Parecer:
 
Os irlandeses têm sorte, o Cavaco é português.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
 Até o Jorge Miranda ataca Cavaco
   
«O constitucionalista Jorge Miranda considera que o Presidente da República é “largamente responsável” pela falta de consenso entre os partidos políticos portugueses, sobretudo entre o PSD e o PS.

“Custa-me dizer isto, mas o Presidente da República é largamente responsável por não haver consenso”, disse numa entrevista, este sábado, à rádio Antena 1 e ao jornal Diário Económico.

Jorge Miranda critica o comportamento de Cavaco Silva após as eleições legislativas de 2009, ganhas pelo PS com maioria relativa, e a forma como tem actuado na crise actual.» [Público]
   
Parecer:
 
É óbvio.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Cavaco que não prejudique mais o país e a democracia portuguesa retirando-se para o luxo barato da Quinta da Coelha.»
   

   
   
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