terça-feira, janeiro 14, 2014

Desaparecidos

Há muito que as sondagens de opinião apontam os políticos desaparecidos como os que têm melhores índices de popularidade, conclusão mais do que óbvia dada a péssima imagem que os políticos têm no país. Talvez por isso já ninguém se preocupe muito em saber se o primeiro-ministro tem mais ou menos tempo de televisão do que o líder da oposição, neste momento o grande problema das televisões é conseguirem apanhar um deles desprevenido, já que ou andam escondidos ou se aparecem é para servir aos jornalistas uma espécie de fast food televisivo.
  
Algum cidadão comum sabe que o porta-voz do PS é um tal Brilhante que espera que a nomeação de Arnaut para a Goldamn Sachs traga grandes vantagens para o país ou que é o pequeno Marco António que dá a cara pelo PSD? Não sabem nem querem saber.
  
Cavaco Silva, um catedrático nestas coisas da gestão da imagem, anda desaparecido, só aparece para fazer comunicações emotivas a propósito da morte de Eusébio ou para elogiar e condecorar o Cristiano. O primeiro-ministro desapareceu e só é visto em funerais ou em entrevistas manipuladas. O líder da oposição anda tão desaparecido que é muito provável que tenha ardido no madeiro de Penamacor e ninguém deu por isso.
  
O único que não resiste à tentação de dar nas vistas é Paulo Portas, a vaidade pessoal é mais forte e não resiste a tentação de andar armado em primeiro-ministro. Desde que chegou a primeiro-ministro virtual graças à fantochada da coordenação económica anda por aí, até parece um pároco a fazer visitas pascais com o Lambretas a fazer de sacristão e o ministro da Economia desempenhando o papel de Santinha da Horta Seca distribuindo milagres pela populaça, mal chegou ao cargo disse à economia paralítica que andasse e eis que a economia portuguesa desatou a correr para espanto de todos os seus devotos.
  
Se não fosse o CDS dir-se-ia que o país está em auto-gestão, sabendo que quem aparece me público fica mal visto a estratégia dos nossos políticos e governante é desaparecer deixando a praça aos sectores mais ultra da esquerda e da direita, ao BE, ao PCP e ao CDS. No pressuposto de que alguém ainda sabe o nome do ministro do Ambiente quando foi a última vez que se viu? 
  
Há muito que Paulo Macedo corre em pista própria, quase não se deixa ver e evita aparecer em público ao lado de colegas do governo. A ministra da Agricultura quase desapareceu, o da Administração Interna nem mesmo com o fitness dos polícias nas escadarias do parlamento quase desapareceu, o da Defesa fugiu quando o negócio dos estaleiros começou a dar para o torto, a da Justiça diz uns bitaites e volta a desaparecer, o Maduro nem se deixa ver. Até se fica com a impressão de que fugiram todos e deixaram o governo ao Crato.
   
Esta é uma foram muito estranha de os novos políticos se comportarem face à sua imagem, ao concordarem mandam uma mensagem de concordância e de cobardia. Um dia destes vamos ter uma campanha eleitoral em que perde quem se deixar apanhar por um jornalista.