segunda-feira, junho 23, 2014

Portugal não pode esperar

Convencido de que os portugueses terão de votar nele nem que seja por cansaço, António José Seguro está levando a lógica do actual modelo de partidos ao extremo. A encenação de Ermesinde onde se montou um espectáculo em que se pretende enganar o país com um suposto apoio popular a um líder partidário mostra que a falta de respeito do líder do PS pela inteligência das pessoas.

O país está farto de líderes como Passos Coelho e Seguro ou dos Relvas, dos Álvaros Belezas, dos Moedas, dos Brilhantes e dos Marcos Antónios. Está farto desta má colheita fermentada nas associações de estudantes, onde os mais calinas chegaram a líderes e agora aplicam ao país os métodos sujos que treinaram nas escolas.
  
Portugal precisa de novos líderes, de uma boa colheita de gente capaz de servir o seu país com a sua disponibilidade e o seu saber e não de uma geração de totós iluminados. Portugal precisa de líderes competentes e não de pirralhos que chegaram a líderes das jotas porque não dedicando tempo aos estudos eram os mais disponíveis de organizações duvidosas.
  
O país não pode gastar as energias a discutir as manobras manhosas de António José Seguro, a ouvir as alarvidades do Brilhante ou a esperar pelos pareceres que a Maria de Belém encomenda ao seu conselho de jurisdição. O país nada tem que ver com os esquemas partidários, com as blindagens de estatutos, as manobras de bastidores.
  
Não é a primeira vez que o país deixou de acreditar nos partidos e o resultado foram as maiorias absolutas da direita. Desta vez parece que um líder fraco do PS pretende trocar a afirmação do seu partido por um cargo de vice de Passos Coelho. Perante as consequências dos truques manhosos de Seguro é óbvio que ou surgem novas soluções partidárias ou o país terá de sujeitar a mais uma legislatura de austeridade brutal, provavelmente apoiada por uma maioria constitucional como sempre desejou Cavaco.
  
Se o centro esquerda e o centro direita não querem ser surpreendidos por uma aventura partidária promovida por um qualquer Marinho Pinto com ambições de salvador, resta encontrar uma solução partidária fora do PSD e do PS. É preferível gastar energias a criar uma solução alternativa para o país do que andar de concelhia em concelhia a comprar militantes do PS.
  
É uma perda de tempo realizar debates televisivos com um Seguro que perdeu todos os debates quinzenais com Passos Coelho. É uma perda de tempo discutir projectos para o país com um líder partidário que nunca apresentou uma medida alternativa. O país está à frente do PS, principalmente deste PS de gente cinzenta ou de ressabiados do passado.
  
É preciso impedir uma maioria constitucional de dois políticos sem qualidade e com um governo liderado por Passos Coelho com Portas e Seguro como vices e isso só é possível com um partido que mobilize os que não aceitam esta lógica corrupta dos aparelhos partidários.