quarta-feira, julho 16, 2014

Umas no cravo e outras na ferradura


 
   Foto Jumento
 

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No apoio à selecção e a muito boa gente deste país
  
 Jumento do dia
    
Carlos Costa e Marcelo Rebelo de Sousa

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, tenta fazer passar a ideia de que só soube do buracão no GES/BES graças a uma auditoria que mandou fazer, isto é, não só teve o mérito de desconfiar como nada lhe tinha sido dito, nem mesmo por Queiroz Pereira que foi ao BdP denunciar a situação há um ano. Marcelo Rebelo de Sousa foi à TVI defender que o BES não carece de qualquer auditoria depois das auditorias da troika e do BES.

Mal se sentou no banco Víto Bendo decidiu fazer uma auditoria à contas do BES. O novo presidente do branco não confia no seu antecessor ou em personagens como Carlos Costa e o namorado da administradora?

«Uma das primeiras medidas da nova administração do Banco Espírito Santo (BES), desde ontem liderada por Vítor Bento, passa por pedir um exame completo às contas da instituição, o que poderá determinar a necessidade de novos reforços de capital e, depois, a dimensão e a natureza das operações: ou por via pública ou mista.

O BES tem desde ontem um novo presidente executivo, que resulta do afastamento de Ricardo Salgado, que sai por pressão do Banco de Portugal após ter estado 23 anos à frente da instituição financeira.» [Público]
 
 Podemos ficar descansados

Os segredos do BES estão em boas mãos e quem quiser conhecer a história de Portugal ou vai à Toore do Tombo ou, o que será mais cómodo, assiste às telenovelas da SIC ou da TVI

Nunca ficaremos a saber quantos ex-primeiro-ministros foram assalariado do BES, quantas vezes a direita ganhou eleições com dinheiro do BES, quantos familiares da classe política arranjou emprego no BES, quantos negócios do Estado foram entregues ao BES a troco de comissões, quantos milhões de políticos estão guardados nas off shores do BES.

O BES é a verdadeira Torre do Tombo da nossa classe política,o verdadeiro Cemitério dos Prazeres da nossa democracia. Um cemitério onde o Ricardo Salgado já está morto, mas ainda atemoriza uma boa parte da nossa classe política com o receio da denúncia e isso explica o silêncio respeitador com que muita gente ainda se comporta.

Ricardo Salgado já está morto e enterrado, mas agora é uma alma penada que povoa os pesadelos da nossa classe política, o antigo banqueiro bajulado é agora o terror de uma classe política de corruptos e de pequenos bandidos que viveram da corrupção tantas décadas quanto as de existência do BES enquanto banco privado.

Mas se a tempestade ainda não passou, para já foi afastado o risco de desmoronamento da nossa democracia de opereta, podemos ficar descansados, o Ricardo Salgado e o primo saíram tranquilos, o BES está em boas mãos e os seus segredos continuarão guardados a sete chaves para tranquilidade de muito bom cristão. Até agora tudo correu bem.
 
Vivemos numa democracia de recebedores de gorjetas e o Ricardo Salgado era um dos senhores mais generosos para com a nossa classe política.
 
 Audita-se ou não? 

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O Prof. Aldrabas perdeu uma oportunidade de ficar calado, deixa a impressão de que tem algum interesse em que nada se saiba sobre o BES, o que até se compreende.
 
 No tempo em que eles se curvavam

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 Inside trading
   
«Marcelo Rebelo de Sousa considera que não há razão para alarme relativamente ao BES, defendendo mesmo que não há razões para as pessoas "panicarem". Sustenta que o problema está resolvido com a nova equipa liderada por Vítor Bento, que com ela trouxe o fim da família Espírito Santo. O comentador televisivo considera que apesar de Passos Coelho e do governador do Banco de Portugal terem vindo várias vezes falar publicamente, não criaram confiança.

O professor Marcelo Rebelo de Sousa, no comentário da TVI, esta semana excepcionalmente à segunda-feira, analisou a crise no BES, considerando que não há razão para alarme. "Começa hoje uma nova fase" com Vítor Bento, pelo que, diz, "não há razão para as pessoas 'panicarem'". "Vejo razão para o governador do Banco de Portugal não esperar pela ida ao Parlamento e mais cedo aparecer a dizer - porque é um homem em quem se acredita - eu garanto que é seguro para quem aplicou as suas economias naquele banco".

O comentador começou por explicar "o que é que falhou no BES" e que culminou na "quinta-feira negra" da semana passada, em que a Bolsa tombou 4% no dia em que o BES abalou a Europa. Problemas de empresas ligadas ao BES justificaram aversão ao risco nos mercados mundiais. O medo entre os investidores disparou, castigando as acções da periferia. Lisboa teve a maior queda em mais de um ano. A ameaça de incumprimento da holding de topo do GES fez vítimas por cá: a negociação de acções da ESFG (detém 25% do BES) foi suspensa quando perdiam quase 9% e, mais tarde, a CMVM suspendeu as transacções do BES.

Desde logo, o professor chamou a atenção que para o público menos informado, "não é evidente a separação entre GES e BES" e que também "faltou uma palavra de confiança", apesar do primeiro-ministro e do Banco de Portugal terem vindo "várias vezes falarem em público", mas "não criaram confiança".» [DE]
   
Parecer:

Enterrado até ao pescoço no BES quer através de laços amorosos, quer de laços de amizade o Prof. Aldrabas tinha o dever de ficar calado.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Prof. Aldrabas '¿Por qué no te callas?'.»
  
 Costa mobiliza apoios
   
«"Habitualmente, os políticos concentram-se em prometer o que vão fazer no futuro, mas é muito importante para a confiança que podem merecer junto dos cidadãos poderem prometer fazer no futuro a garantia do que fizeram no passado. Este testemunho é no fundo a melhor garantia daquilo que posso ser e daquilo que quero ser", disse António Costa.

Assinaram diante dos jornalistas fichas de simpatizantes para as primárias do PS Simonetta Luz Afonso (presidente da Assembleia Municipal de Lisboa), José Soreto de Barros (conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça), Diogo Lacerda Machado (ex-secretário de Estado e advogado), Carlos Mourato Nunes (antigo comandante geral da GNR), Maria Manuel Leitão Marques (ex-secretária de Estado), Rosário Farmhouse (ex-alta comissária para a imigração e diálogo intercultural), Elisete Andrade (presidente da Associação de Moradores do Bairro Padre Cruz), José Caetano (presidente da Federação Portuguesa de Ciclistas e Utilizadores de Bicicletas), José Apleton (engenheiro, reabilitação urbana), Mariana Duarte Silva (gestora), Teresa Pais (professora e coordenadora da Escola nº1 do Ensino Básico de Lisboa) e o vereador e advogado José Sá Fernandes.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Esperemos que não ocorra a esperada chapelada.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
   
 Anedótico
   
«"Se algum capital adicional fosse necessário, por força de riscos que neste momento não estamos a ver, seguramente que há acionistas interessados em participar num aumento de capital do BES", disse hoje o Governador do Banco de Portugal, em declarações à TVI.

Carlos Costa voltou ainda a garantir o que a instituição que lidera tem dito em público nos últimos dias: "O BES está capitalizado, tem uma almofada de capital para fazer face aos riscos com que está confrontado, que tem a ver com a evolução da área não financeira da família".» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Este Carlos Costa é mais um que faz lembrar o antigo ministro da informação do Iraque, só lhe falta dizer que o problema do BES é de dinheiro a mais. Só não diz que os accionistas alinham porque a alternativa era a nacionalização.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
   
   
 Um quarto da riqueza nas mãos de 1%
   
«Afinal, o peso da fortuna dos mais ricos ainda é maior do que se julgava, conclui um estudo publicado esta semana no site do Banco Central Europeu. No caso português, um quarto da riqueza está nas mãos de 1% da população.

Philip Vermeulen, um economista da autoridade monetária europeia, decidiu verificar se os dados da distribuição da riqueza publicados nos Estados Unidos e em diversos países da zona euro com base na realização de inquéritos às famílias nos davam uma imagem próxima da realidade. Em particular, o autor quis tentar perceber se os resultados apresentados eram afectados pelo fenómeno, já verificado em outras ocasiões, de não resposta ou resposta subavaliada por parte dos inquiridos com maiores rendimentos. E concluiu que sim.

Na resposta a inquéritos sobre a fortuna e os activos acumulados, as famílias pertencentes aos escalões mais elevados de rendimento, tendem a omitir de forma mais significativa os dados reais. E, por isso, a conclusão é simples: o peso da fortuna dos 1% e dos 5% da população mais ricos é afinal mais elevada do que se suponha.» [Público]
   
Parecer:

É por causa desta assimetria que o Passos Coelho forçou os menos ricos a pagarem a crise.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao homem de Massamá.»
     

   
   
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