terça-feira, maio 12, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



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Cow Parade,Lisboa (2006)
  
 Jumento do dia
    
Eduardo Catroga, gestor "chinês"

Sabendo Eduardo Catroga que um dos cortes da despesa pública mais defendidos pela troika e que o governo não cumpriu foi precisamente o respeitante às rendas da energia mandaria o bom senso que o gestor dos interesses chineses na energia ficasse calado. Mas não fica, esconde as rendas da energia e defende o corte da despesa que não estava no memorando poupando assim os seus patrões.

Parece que Catroga se esqueceu do memorando que ajudou e do qual se gabou e agora critica o PSD por não ter cumprido um programa que ele sabe muito bem que não negociou. Mas Catroga já não representa nem o PSD, nem os interesses do país, ele é o representante de uma empresa estrangeira gerida pelo Partido Comunista da China, empresa que beneficiou do tal corte na despesa, mas da que Catroga negociou quando ainda não sabia de quem iria ser empregado.

«Eduardo Catroga recebeu o PÚBLICO no edifício da EDP na Avenida José Malhoa, em Lisboa. Chegou à sala com uma resma de documentos, todos eles anotados. Entre eles, o Programa de Estabilidade que o Governo enviou para Bruxelas, o documento Uma Década para Portugal que o grupo dos 12 preparou para o PS e as 8 Lições de História Económica, de Jean-Marc Daniel. Catroga é crítico em relação ao documento dos socialistas, mas também não poupa o PSD, que “devia pedir desculpa aos portugueses” por se ter atrasado no processo de redução da despesa pública.» [Público]

 O PCP e a explicação da 2.ª Guerra Mundial

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Vale  a pena ler a nota do CC do PCP sobre a 2.ªa Guerra Mundial e em particular a sua explicação para essa guerra:
  
«A 2.ª Guerra Mundial não foi um «acidente» histórico nem o resultado da «maldade» de um ou vários homens. Foi a «saída» encontrada pelo capital monopolista para a profunda depressão capitalista desencadeada em 1929 e visou travar o desenvolvimento da luta operária e popular e o avanço da construção do socialismo na União Soviética.

O fascismo é a ditadura terrorista dos círculos mais reaccionários e agressivos do capital financeiro. Hitler foi um instrumento dos monopólios alemães que alimentaram, apoiaram e lucraram com a criminosa política nazi, incluindo com a mão-de-obra escrava dos prisioneiros dos campos de concentração. Nada disto pode ser esquecido. As tentativas para apagar as responsabilidades do grande capital na hecatombe da 2.ª Guerra Mundial e esconder a natureza de classe do nazi-fascismo devem ser firmemente combatidas.»

O problema desta tese é que não explica muita coisa que se passou até à invasão da URSS pela Alemanha, designadamente o facto de na sua fase inicial a máquina de guerra alemã se ter alimentado de matérias-primas exportadas por Estaline ao abrigo do pacto germano-soviético. Sem o petróleo vindo da URSS a máquina de guerra nazi não teria podido abastecer os tanques com que invadiu a Europa e no mesmo dia em que a Alemanha invadia a URRS um comboio carregado de matérias-primas entrava na Alemanha.

O mais engraçado é que não só o pacto germano soviético não é referido como ainda se critica o ocidente acrescentando que «a verdade é que os esforços da URSS para isolar a Alemanha nazi e estabelecer acordos e alianças que impedissem o desencadeamento da guerra, foram sistematicamente ignorados e, posteriormente, a abertura de uma segunda frente sucessivamente adiada.» Enfim, a verdade segundo o PCP.

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Encontro entre oficiais nazis e do Exército Vermelho em Brest-Litovsk

O importante papel da ex-URSS na derrota nazi e o sofrimento imposto aos seus povos pelos nazis não fazem esquecer que a guerra começou muito antes da invasão da ex-URSS e o que entretanto se passou. Também é verdade que os comunistas alemães como, aliás, todos os opositores ao regime nazi foram as primeiras vítimas de Hitler, tal como o foram os ciganos, os republicanos espanhóis, os homossexuais e todos os grupos odiados pelos nazis. E o que fez a ex-URSS quando Hitler prendeu os comunistas alemães?

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Parada miliater dos exércitos vermelho e nazi comemorando a ocupação conjunta de Brest-Litovski
No centro o Major General Heinz Guderian daWehrmacht e o Brigadeiror Semyon Krivoshein do Exército Vermelho

      
 Contra-revolução enraivecida
   
«O documento do PS pode não ter sido concebido como a quintessência do reformismo progressista, mas o seu acolhimento tão surpreendente num contexto de descrença tornou-o uma peça política essencial.

A recuperação do desastroso estado de coisas que vai ser legado ao país em Outubro próximo implica medidas corajosas e contra a corrente económica dominante nos anos pós-crise.

O PS não deve enjeitar responsabilidades passadas. Por ela pagou o afastamento do poder, muitas acusações injustas e esquecimentos oportunistas. Foi forçado a assistir à omissão de que até 2008 se recuperou crescimento e reformou a administração, a universidade e a ciência, a Educação, a Saúde e a Segurança Social. Criaram-se fileiras produtivas ligadas à energia de que agora o país colhe frutos. Investiu-se pesadamente na refinação, na indústria papeleira e na aeronáutica, que hoje ufanam os que delas descriam. Prosseguiu uma silenciosa revolução da agricultura que mudou padrões, empresários, exportação e criou a base para a auto-sustentação financeira do respectivo produto. Tal como a formação profissional, a modernização do secundário contra ventos e marés do sindicalismo de sector, abençoado pela direita. E sobretudo a formação superior com doutoramentos, projectos e parcerias internacionais que nos emparelham com o que de melhor se faz. Também se cometeram erros, que os detratores se não cansam de ampliar. Talvez se tenha deixado prolongar a crença nos equilíbrios automáticos e na solidariedade europeia. Fiámos-nos na sorte e não corremos quando devíamos. Acreditou-se que o grande capital doméstico tinha o mesmo patriotismo que os peões da lide, que a ganância era estigma reservado aos milionários americanos e que o mundo se havia de recompor num patamar sempre superior. Admitiu-se, tempo de mais, a solidão governativa como sinónimo de eficácia na acção.

Mas quando comparamos com o que os seguintes depois fizeram e teimam em prosseguir, quase nos podíamos consolar, não fora a dimensão do desastre e as suas consequências na rotura do tecido social. Em quatro anos, entre 2011 e 2014, uma enraivecida contra-revolução social abateu-se sobre pobres e desmunidos. Menos 50 mil beneficiários de abono de família, menos 64 mil do complemento solidário para idosos, menos 112 mil inscritos no rendimento social de inserção. Mais 31 mil desempregados no sentido restrito do termo, mais 113 mil desencorajados de procurar emprego, mais 80 mil desempregados de longa duração. De todos os desempregados, apenas 30% têm qualquer forma de cobertura social. Mais 146 mil cidadãos em risco de pobreza, 60 mil dos quais são crianças.

Chegam-nos agora os números de 2014 relativos às estatísticas vitais. Quando, em 2011, haviam nascido quase 97 mil crianças, em 2014, nasceram pouco mais de 82 mil. A perda acumulada de nados-vivos em quatro anos atingiu 19 mil nascimentos. Como é possível convencer os casais jovens a ter filhos, se um terço deles está desempregado e outro terço emigrado? Medida em termos de saldo fisiológico, ou seja, a diferença entre nascimentos e óbitos, nesses quatro anos o saldo negativo acumulado atingiu quase 70 mil portugueses. Se lhes acrescentarmos os 350 mil emigrantes que, entre 2011 e 2013, nos deixaram, na maioria jovens, activos e com formação média e superior, ficamos em condições de avaliar a dimensão do desastre.

Eis por que é tão importante atribuir a primeira prioridade ao emprego. Promovendo emprego, recuperamos pessoas e ânimo, reduzimos subsídios sociais, melhoramos a sustentabilidade financeira do sistema, reduzimos a emigração. E, para além de tudo, relançamos a actividade económica, base do crescimento. Em vez de olharmos o desemprego apenas como uma variável dependente, um dano colateral de uma economia revertida, passaremos a considerar o emprego como uma variável sobre a qual se deve actuar, por conhecermos os seus efeitos potenciais no crescimento. Esse é o grande mérito do documento da Década. Em vez de remedeios para minorar sofrimento, como os 130 mil ocupados em novos estágios do IEFP entre 2011 e 2014, temos de recolocar o emprego a sério, e não o precário ou os estágios, no centro da nossa mudança económica.

Surgem agora as críticas da esquerda-esquerda ao documento da Década. Que não fala do salário mínimo, que relançar a economia pelo lado da procura é apenas um pouco menos do mesmo que relançá-la pelo lado da oferta (patriótico seria renegar a dívida), que, ao fim e ao cabo, o programa apresentado ao PS é "liberal-social", querendo com esse nome designá-lo como um programa certamente "burguês". Que não seria digno de Piketty, como se este fosse agora o árbitro das elegâncias ideológicas.» [Público]
   
Autor:

António Correia de Campos.

      
 Só melhorou o tempo, diz o Wolfgang
   
«Wolfgang Schäuble, o ministro alemão das Finanças, sugeriu nesta segunda-feira que a Grécia organize um referendo sobre o acordo com os parceiros europeus para o pagamento da sua dívida. Exasperado com a falta de progressos nas negociações, o ministro alemão disse mesmo que a única coisa que mudou nas últimas semanas foi o tempo, que está melhor.

“Se o Governo grego pensa que deve fazer um referendo, então deixem-no fazer o referendo”, disse Schäuble, horas antes de mais uma reunião do Eurogrupo. “Pode ser uma medida útil o povo grego decidir se está disposto a aceitar o necessário ou se quer algo diferente”, acrescentou o ministro alemão.

As declarações de Schäuble surgem numa altura em que o Governo grego está cada vez mais pressionado para chegar a um acordo com os parceiros europeus que lhe garanta liquidez para cumprir as suas obrigações. Nesta terça-feira, o país tem de pagar mais uma tranche ao FMI, desta vez de 770 milhões de euros.» [Público]
   
Parecer:

É evidente que a Grécia faz chantagem sobre o Euro e estica a corda até estar quase a romper pois o que se pretende é o perdão da dívida ou dos seus juros e o financiamento da economia grega segundo as mesmas regras.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver»
  
 Henrique Neto diz que grandes investimentos serão explicados
   
«O candidato a Presidente da República Henrique Neto prometeu hoje que, se for eleito, todos os grandes investimentos terão de ser explicados ao país, dizendo que não pode haver "assuntos estranhos" ao inquilino de Belém.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Nada mau da parte de um candidato que teve que dar muitas explicações à justiça no âmbito da Operação Furacão sobre a forma como fugiu ao fisco.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Manifeste-se dó pela personagem.»

 O Efeito BE na extrema-direita francesa
   
«Fundador da Frente Nacional, suspenso do partido pela filha e atual líder, Marine Le Pen, afirma querer lançar uma nova formação mas não pretender fazer concorrência.» [DN]
   
Parecer:

Parece que vão haver mais FNs em França do que BEs em Portugal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

   
   
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