sábado, setembro 19, 2015

Umas no cravo e outras na ferradura



   Foto Jumento


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Grafitti, Lisboa
  
 Jumento do dia
    
Marcelo rebelo de Sousa

A direita tem a sua sondagem e conclui que mesmo perdendo tem mais deputados. O putativo deputado presidencial em vez de esperar pelos resultados eleitorais apressa-se a teorizar sobre uma mera hipótese, ignorando que nesta matéria é um Conselheiro de Estado. Enfim, o cata-vento parece ter mais olhos do que barriga.

O ridículo de tudo isto é que Cavaco só não reconduz a direita no poder se não o conseguir e quaisquer que sejam os resultados eleitorais.

«Se as sondagens se confirmarem, a democracia portuguesa pode assistir pela primeira vez a algo inédito: o partido que tem mais votos não ser aquele que tem mais mandatos.

Assim sendo, segundo a Constituição, a decisão caberá ao Presidente da República, se dar posse a quem tem foi mais votado ou a quem tem mais eleitos para a Assembleia da República.

“O Presidente da República deve olhar primeiro para o número de mandatos”, indica Marcelo Rebelo de Sousa, citado pelo Observador.» [Notícias ao Minuto]

 Sondagens

Se as sondagens são duvidosas porque na maior parte das vezes não só erram como sugerem que os erros traduzem uma clara manipulação dos sentimentos dos eleitores, as sondagens que vão ao pormenor de indicar os deputados eleitos por cada distrito não passam de pura vigarice.

É uma pena que realizadas as eleições as empresas de sondagens não sejam condenadas em função dos desvios entre os resultados reais e os que inventaram a coberto de supostas amostras e fichas técnicas. Desconfio que nalgumas sondagens as empresas nem fazem um único telefonema e num sector sem qualquer controlo a vigarice deve ser a norma.

      
 Agora escolha
   
«Os holofotes, melhor, os ouvidos estavam desta vez todos virados para Passos Coelho. A semana tinha sido pouco menos do que desastrosa para o primeiro-ministro: o debate televisivo que tinha corrido muito mal, a ideia peregrina de lançar peditórios para os lesados do BES, o diálogo com um cidadão em que se mostrou preocupado com a sua própria futura pensão e a já célebre discussão em que assegurava a uma senhora que ela não estava a ganhar menos do que há quatro anos. Passos parecia estar a deitar fora todo o esforço, profissionalismo e eficácia que a máquina eleitoral do PSD tem mostrado. Pelo lado de António Costa, a grande dúvida era se conseguia manter o nível de mobilização do eleitorado que adquiriu no debate televisivo e continuava a demonstrar que conseguia recuperar não só dos disparates de campanha do PS mas também se mantinha a mensagem clara e não voltava a cair no registo das dez ideias por dia.

Apesar da gafe sobre segurança social, Costa não desiludiu os seus apaniguados e continua a acalentar a esperança de conquistar os indecisos que não aprovam a governação e os suscetíveis ao discurso do voto útil à esquerda - como consta de todos os estudos de opinião, a maioria dos eleitores não aprova o desempenho do governo, o que não quer dizer que vote na oposição ou sequer que vote.

Todos os debates são diálogos com potenciais eleitores de um dado setor político e, sobretudo, com os já persuadidos. Nessa perspetiva, Passos recuperou parte do seu capital com os que ainda poderão votar na coligação e ressuscitou o entusiasmo dos já convencidos. No fundo, a novidade deste debate foi Passos ter mostrado que, querendo, não é um ativo tóxico como foi na última semana e pode até ser o centro da campanha da PAF. E isso, nestas circunstâncias, é uma vitória. Não há dúvida de que o seu desempenho no debate das rádios pelo menos reequilibrou a batalha entre os candidatos a primeiro-ministro. Isso pode fazer a diferença no resto da campanha.
A partir de agora, a grande incógnita é se Costa consegue convencer os descontentes com a governação a votar nele e se Passos consegue fazer que os que não vão votar nele também não votem em António Costa.

De uma coisa não há dúvida: a partir de agora a campanha vai estar concentrada nos dois candidatos e as máquinas vão passar para segundo plano. Como deve ser, diga-se.» [DN]
   
Autor:

Pedro Marques Lopes.

      
 S&P entra na campanha eleitoral?
   
«A dois dias do arranque oficial da campanha eleitoral, a agência de notação financeira internacional Standard & Poor’s anunciou esta sexta-feira a subida do rating português de BB para BB+, colocando-o a um passo de sair do nível “lixo” em que entrou no decorrer da crise das dívidas soberanas do euro. A incerteza do resultado eleitoral não assustou a agência, já que esta acredita que o novo governo irá sempre avançar para mais consolidação orçamental.

A agência, uma das três mais importantes à escala mundial, tinha colocado o rating português com uma tendência positiva no passado mês de Março, uma espécie de pré-aviso de que poderia vir a elevar a classificação nos meses seguintes. Esta sexta-feira, na data agendada para uma eventual mudança no rating português, confirmou essa intenção.» [Público]
   
Parecer:

Miguel relvas chegou a dizer que o rating seria alterado logo a seguir a uma vitória eleitoral da direita.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esta alteração há muito que devia ter ocorrido.»
  

   
   
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