segunda-feira, março 14, 2016

A pantomina

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O termo pantomineiro era o adjectivo preferido pela minha mãe para designar alguém dado a fazer palhaçadas, o termo é pouco usado e durante muitos anos foi raro ouvi-lo, voltei a vê-lo usado com frequência pelo Câmara Corporativa para designar Pedro Passos Coelho. Se a alcunha já encaixava na perfeição no líder do PSD, desde que ele passou a representar um primeiro-ministro no exílio desde que foi rejeitado pelo parlamento aplica-se na perfeição.
  
Ainda neste fim de semana o país assistiu a mais um acto desta pantomina, com a personagem do primeiro-ministro do exílio a chegar ao congresso do PSD com uma comitiva digna de um monarca, onde não faltavam seguranças equipados com auriculares numa agitação própria de que estaria rodeado de terroristas do DAESH. Depois vimos o “primeiro-ministro” falar do CDS como se ainda se estivesse a referir ao partido dos tempos da irrevogável decisão.

Se no passado designar Passos Coelho por pantomineiro parecia ser um acto de posição política, neste momento considerar que se trata de uma representação teatral rasca é um gesto simpático com aquele que se comporta como se fosse um degredado em Massamá, a verdade é que o seu comportamento é pior do que uma mera palhaçada, é mais do foro da psiquiatria do que da ciência política, Passos Coelho parece estar louco e três meses depois de perder o poder comporta-se como se não aceitasse a realidade.

O primeiro acto desta pantomina rasca foi a carta com as medidas de facilitação, medidas que agora considera serem a desgraça do país, depois foi a posse como primeiro-ministro em que contracenou com um outro pantomineiro agora recolhido num convento à espera que a natureza o leve, seguiu-se a proposta de revisão constitucional para que se realizassem tantas eleições antecipadas quanto as necessárias ara ter maioria absoluta. Agora a pantomina foi ainda mais longe e passou-se para o parlamento.
  
O parlamento é agora o palco das pantominices de Pedro Passos Coelho, os deputados do PSD deixaram de ser eleitos para defenderem um programa e passaram a ser artistas dados a palhaçadas. Não votam naquilo que defenderam, no que prometeram aos seus eleitores fazer aprovar, o que elogiaram Passos no momento em que assumiu os compromissos internacionais e depois eleitorais. Agora votam de acordo com o guião da pantomina, como se em vez de representantes do povo fossem meros palhaços contracenando com o pantomineiro principal.
  
Pedro Passos Coelho nunca foi grande coisa da cabeça, mas uma coisa é não ter grandes recursos intelectuais, vulgo burro, outra é estar louco.