sábado, março 05, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Maria Luís, miss swap

Maria Luís andou a estudar umas coisitas no ISEG sobre derivados e mal chegou à administração de uma empresa desatou a comprar swaps. Mas quando chegou ao governo esqueceu-se do seu triste passado swapiano e deu ordens às empresas públicas para não cumprirem os contratos que tinham feito com os bancos. Agora que uma financeira inglesa decidiu comprar o lixo tóxico do governo de Passos Coelho eis que Maria Luís enfrenta mais um fantasma do seu passado. A senhora está rodeada de fantasmas, os do passado e os do futuro.

«Um tribunal londrino deu razão ao Santander Totta, contra o Estado português, noticia o Diário de Noticias. O Metropolitano de Lisboa, a Carris, o Metro do Porto e a STCP foram condenados pelo Commercial Court de Londres a reconhecer a validade de contratos swap no valor de 1,8 mil milhões de euros celebrados com o Santander Totta.

A ex-ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tinha dado ordem às empresas para contestarem os contratos swap (gestão de risco financeiro) celebrados com o Santander Totta por considerar que as condições impostas eram lesivas para as empresas públicas, obrigando-as a pagar juros elevados. O tema foi objeto de uma comissão parlamentar de inquérito.


Em comunicado, o Santander Totta refere que a sentença do Tribunal de Londres dá razão ao banco, sem no entanto, avançar com valores relativos ao que esta decisão poderá custar ao Estado. Em causa estão, numa primeira linha, todos os juros cujo pagamento foi suspenso em setembro de 2013 por estas empresas. Até meados do ano passado, o valor em dívida ascendia a 233 milhões de euros. As perdas potenciais para as empresas públicas, ao valor de mercado registado no primeiro semestre do ano passado ascendiam 1,2 mil milhões de euros.» [Observador]

 Que emprego para Maria Luís

Não faz sentido a preocupação que por aí vai com as possíveis saídas profissionais de Maria Luís, a senhora é funcionária pública, até se orgulhava de o dizer nos lanches de Natal quando tentava justificar as sacanices que fazia aos colegas. Haverá algum mal em que alguém que desempenhe funções governamentais regressar ao seu local de origem? Que se saiba a senhora não adquiriu novas habilitações nem tem necessidades financeiras que dantes não tinha e o que há mais por esse mundo fora, principalmente nos países ditos mais civilizados, é governantes voltarem aos seus locais de trabalho. Ou será que um cargo governamental em vez de um serviço público é uma espécie de estágio?

      
 A ética não existe   

«Pedro Passos Coelho vai defender Maria Luís Albuquerque - o líder do PSD deverá aproveitar uma saída que tem prevista esta sexta-feira à tarde para comentar o assunto - mas um dos seus vice-presidentes veio sinalizar o apoio à ex-ministra com base num argumento central: a nova opção profissional de Maria Luís “é legal”.

“Esta contratação nada belisca a legislação portuguesa. Não há nenhuma incompatibilidade que pudesse obstar à aceitação do convite e ao exercício destas funções”, afirmou José Matos Correia numa comunicação aos jornalistas. O vice de Passos explicou que “se trata de uma contratação para o exercício de funções não executivas, de aconselhamento do ponto de vista do quadro macroeconómico e regulatório”.» [Expresso]
   
Parecer:

Para o PSD a ética não existe, apenas conta o Código Penal.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»