terça-feira, outubro 11, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura


  
 Jumento do dia
    
Marcelo Rebelo de Sousa

Quer como primeiro-ministro, quer como presidente a última coisa que Cavaco alguma vez teve foi sensibilidade social.

«O Presidente da República homenageou esta manhã o seu antecessor no cargo, sublinhando a "sensibilidade social" demonstrada por Cavaco Silva há dez anos, quando elegeu a inclusão como uma prioridade política.

"Quero agradecer-lhe ter sabido compreender o que se passava na sociedade portuguesa, ter sabido eleger a inclusão social como tema do primeiro roteiro presidencial e ter sabido dar o seu próprio exemplo no lançamento da Bolsa de Voluntariado", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia que assinalou os 10 anos do lançamento da Bolsa de Voluntariado, que decorreu na zona de Alcântara, em Lisboa, e contou também com a presença de Aníbal Cavaco Silva.» [Expresso]

 Fogareiros

Há muito que os fogareiros estão convencidos de que são uma força política influente, podendo influenciar o curso político dos acontecimentos com manifestações ameaçadoras ou transformando transportes públicos em salas de comícios da direita. No passado houve mesmo políticos que os cortejaram para assim obterem vantagens eleitorais.

A forma como os representantes ds taxistas se manifestaram no últimos dias roçou o apelo à violência, sendo mais do que evidente que procuram toda e qualquer situação para desencadearem violência, dando razão ao cada vez maior número de portugueses que preferem transportes públicos alternativos.

Os taxistas não perceberam que já perderam esta guerra e o problema não está nem no governo, nem das plataformas da concorrência, o problema está nas novas gerações que não aceitam ser tratadas como os taxistas estão habituados a tratar os clientes. Não é só um caso de mudança tecnológica, é também um problema de mudança cultural e basta ir a uma praça de táxis para se perceber isso, os taxistas não mudaram de cultura e os jovens preferiram mudar de transportes.

 Marcelo causa revolta nos táxis, mudou para a UBER!

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 Benefício fiscal sem sentido
   
«O Governo está a preparar a introdução de incentivos fiscais para os contribuintes que utilizem transportes colectivos, disseram ao PÚBLICO fontes governamentais. A medida faz parte de um conjunto mais vasto de incentivos ligados à fiscalidade verde, que estão incluídos na proposta de Orçamento do Estado para 2017 (OE2017), que será entregue na Assembleia da República na sexta-feira.

A ideia em estudo pelo executivo é permitir a dedução à colecta do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) das despesas com bilhetes ou passes de autocarro, comboio ou metro, tal como existe hoje, por exemplo, com as despesas de educação ou as deduções pela existência de factura.

O modelo de implementação da medida não está ainda fechado e em discussão contínua estão não só quais os montantes a deduzir — se a totalidade ou apenas parte — como a clarificação de quais os transportes colectivos que serão elegíveis para que o benefício fiscal possa ser utilizado.» [Público]
   
Parecer:

Ao ser criado um benefício fiscal a ser concedido a quem usa transportes públicos está sendo criada uma injustiça fiscal. Ter transportes públicos e usá-los não é um sacrifício, é um privilégio. Um sacrifício é viver a 50 ou 60 km de um hospital onde se tem de ir fazer uma consulta e não existirem transportes públicos,  tendo-se de recorrer a um táxi ou usar viatura privada.

Faz sentido que um cidadão que tem um metropolitano que o leva da porta de casa à porta do emprego tenha um benefício fiscal por usar um transporte fortemente subsidiado, enquanto um cidadão de Alcoutim quase não tenha acesso a transportes públicos?

Não faz sentido confundir despesas de saúde com despesas em transportes públicos, todos os portugueses têm despesas de educação, mas apenas alguns têm acesso a transportes públicos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Manifeste-se a oposição a este tipo de benefício fiscal.»
  
 A vingança serve-se azeda
   
«Numa entrevista ao Diário de Notícias, Carmona Rodrigues admite que vê Assunção Cristas como a líder ideal para Lisboa e que já lhe disse que apoiaria a sua candidatura.

O antigo autarca — que venceu Lisboa com a maior votação de sempre para o PSD (apesar de ser independente) — afirmou que apoia o CDS nas próximas eleições autárquicas. Carmona considera que Assunção Cristas é uma “pessoa jovem, corajosa, que fez um trabalho excelente como ministra e de forma muito eficaz”.» [Observador]
   
Parecer:

Pobre Carmona, ainda é alérgico ao Santana.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Divergência profunda com taxistas
   
«“A vontade dos taxistas em criar um contingente a uma atividade económica”, afirmou, explicando que esta reivindicação não pode ser respondida dado que “não é possível contingenciar uma atividade comum no mercado que não estão sujeita a regras, exigências e benefícios como as do serviço publico”.

Matos Fernandes fez saber que o que está a ser feito é uma tentativa “de regulamentar uma nova atividade de transporte de passageiros, sobretudo onde ela existe – Lisboa, Porto e também no Algarve. A regulamentação desta nova atividade incide na regulamentação das plataformas e na regulação dos operadores dos veículos e dos motoristas”, explicou, no final de uma reunião que considerou ter sido “produtiva”, embora tenha defendido que o protesto envolve uma dificuldade na tomada de decisões.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

A grande divergência  dos taxistas é com o século XI pois os taxistas de hoje sem mais incompetente e mal formados do que os da primeira metade do século XX.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os fogareiros bugiar.»

 A UBER agradece
   
«A aplicação da Uber é a mais popular da App Store da Apple e está em 13.ª na Play Store. Em dia de manifestação dos taxistas a mais conhecida das plataformas de transporte parece ter mesmo recebido um impulso na popularidade.

A Cabify, outra plataforma de transporte, está em 30.ª na Apple Store.

No fim de semana, a Uber avisou os clientes de que a manifestação dos taxistas poderia causar dificuldades de circulação e incentivou-os a partilhar boleias. Aconselhou ainda a contactar o condutor, caso a demora fosse superior ao esperado.» [DN]
   
Parecer:

Era de esperar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Taxista tipo Trump
   
«Durante o dia de hoje vários foram os taxistas que falaram à comunicação social, demonstrando o seu descontentamento e o motivo de estarem em protesto.

No calor dos protestos, um homem visivelmente indignado falava à CMTV e afirmou que "as leis são como as meninas virgens, são para ser violadas"

O taxista tentava assim explicar porque se sente "injustiçado", considerando que vivemos uma situação em que as leis "são para cumprir apenas para alguns". Mas a expressão utilizada indigna muitos internautas, em especial nas redes sociais. Numa página do Facebook, o vídeo contava em poucas horas com mais de 25 mil visualizações.» [DN]
   
Parecer:

Como é que esta gente consegue concorrer com a UBER?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»

 Assim não
   
«O primeiro-ministro afirmou hoje que a sobretaxa de IRS vai desaparecer totalmente em 2017 e que a carga fiscal será mais reduzida para a generalidade das famílias, dando-se prioridade a um desagravamento dos impostos sobre o trabalho.

António Costa falava a meio do seu terceiro dia de visita oficial à China, depois de interrogado pelos jornalistas sobre um eventual aumento da carga fiscal em Portugal no próximo ano - perspetiva que o líder do executivo rejeitou.

"Houve uma redução da carga fiscal em 2016, que vai prosseguir em 2017. A generalidade das famílias portuguesas já não pagou sobretaxa de IRS em 2016 e em 2017 a sobretaxa vai desaparecer totalmente para todas as famílias portuguesas", declarou o primeiro-ministro.» [DN]
   
Parecer:
O primeiro-ministro começou por dizer que falaria do OE quando este estivesse encerrado ou que não falaria dele enquanto estivesse na China. Parece que mudou de ideias e faz para dizer que a sobretaxa do IRS vai acabar em 2017, resta agora saber se acaba em 1 de Janeiro ou em 31 de Dezembro. A verdade é que para os que mais pagam de IRS não acabou em 2016, pelo que, no mínimo, teriam direito a respostas mais claras, em vez de jogos de palavras.

Será que para os quadros mais qualificados a solução é mesmo emigrar porque em Portugal alguém que ganhe o mesmo que um trouxa na Suiça é tratado em termos fiscais como se fosse rico? No caso dos funcionários públicos já estão sujeitos a austeridade desde 2008, pelo que estes jogos de palavras típicas de quem vê os problemas de um prisma meramente político começa a ser irritante.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dividam-se os sacrifícios por todos!»