quinta-feira, outubro 20, 2016

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   Marques Guedes, deputado do PSD

O deputado Marques Guedes é um rapazola novo nestas coisas, nunca reparou que havia advogados no parlamento ou nos governos, está convencido de que todos os membros do governo são umas virgens profissionais, nunca trabalharam para ninguém, não têm familiares com interesses económicos. Certamente nunca sou que Passos Coelho trabalhou para as empresas de Ângelo Correia, não sabe que a Maria Luís trabalha para a Arrow.

Se o deputado Marques Guedes, que até já foi ministro da presidência, não sabe qe há membros dos governos impedidos de tomar decisões sobre assuntos que envolvem interesses em que estiveram envolvidos, é por que nos seus governos esse princípio ético nunca foi respeitado. passos decidia sobre dossiers do interesse de Ângelo Correia, Moedas decidia em questões de interesse para a Goldman e por aí adiante.

Marques Guedes é um rapazola ingénuo e não percebeu o alcance das palavras do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e deverá estar convencido que António Costa trabalhou para o BES como o Durão Barroso ou para alguma empresa de Ângelo Correia como Passos Coelho.

Em vez de andar a fazer estas figuras tristes o deputado Marques Guedes deveria dedicar-se a coisas mais sérias, poderia, por exemplo, ocupar o seu tempo a encontrar uma solução para a liderança do PSD pois já tempo de o país ter uma oposição séria, credível e competente, o que por este tipo de declarações é óbvio que não existe.


«O PSD exige uma "clarificação" do Governo sobre as declarações do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, numa entrevista ao DN/JN/TSF, em que o governante afirmou que "todos os membros do governo carregam consigo uma lista grande de entidades em relação às quais não devem tomar decisões".

Para o PSD, o Governo deve esclarecer "de quem fala" o secretário de Estado. "Está a falar do primeiro-ministro?", questionou o deputado, exigindo saber se António Costa está inibido de tomar decisões sobre alguma matéria. Se assim fosse, acusou, "seria um governo quase em part-time".» [DN]

 Os socialistas segundo Fernando Lima

Um dos aspectos mais preocupantes do livro de Fernando Lima e que diz muito sobre a cabeça do então Presidente da República é a forma como ele se refere aos "socialistas". Fá-lo sistematicamente de forma pejorativo, com frases impregnadas de ódio, como se desde sempre os perigosos socialistas fossem o grande inimigo da nação. Cavaco nunca teve uma relação fácil com o PS desde os tempos de Mário Soares, se a sua relação com o CDS era de desprezo, no PS Cavaco vi a causa de todos os seus males, Soares era o líder que ele gostaria de ter sido e a inveja dos Silvas em relação aos Soares foi uma marca permanente das relações entre Cavaco e o PS.

Mas todo esta aversão, todo este ressentimento, todo este ódio está presente no livro de Fernando Lima, está entranhado desde a primeira à última páginas, sempre que Fernando Lima se refere "aos socialistas" é para lhes atribuir as piores maldades. Para melhor percebermos a obsessão anti socialista do cavaquista Fernando Lima podemos contar as palavras no seu livro: palavra "socialista" surge no livro 299 vezes, a palavra "comunista" tem 4 referências, a palavra "centrista" tem 3 resultados, a palavra "social-democrata" aparece escrita 33 vezes, Sócrates tem direito a 196 referências, Passos Coelho é quase ignorado com apenas 34 referências, "crise financeira" é referida 4 vezes, mas se for "internacional" é ignorada. Outra obsessão de Lima são as escutas, nõ sendo de admirar que a palavra "escuta" seja escrita "129" vezes,

      
 Um bom orçamento
   
«Quando o Orçamento de 2016 foi aprovado, a oposição disse que era impossível de executar, porque devolver rendimentos à generalidade dos portugueses era incompatível com o cumprimento das metas orçamentais. O ano de 2016 mostrou que não era assim: o rendimento aumentou, os impostos baixaram e o défice deverá ficar nos 2.4%, o que garante a saída do procedimento por défices excessivos. Perante o fracasso das suas previsões, a oposição não adoptou um plano b e, em 2017, não só repete o discurso falhado de 2016, como até o radicaliza.

Ouvindo a oposição, ficamos a pensar que é o segundo ano seguido com brutais aumentos de impostos. Quando olhamos para a realidade, vemos que, depois dos aumentos da carga fiscal dos últimos anos, 2016 e 2017 serão anos de desagravamento fiscal. Enorme aumento de impostos ocorreu em 2012 e 2013, anos em que as medidas fiscais totalizaram cerca de 3350 milhões e 3700 milhões, respectivamente. Em 2017, esse valor é negativo: - 140 milhões. Mais importante do que a carga fiscal baixar, é o facto de esta ser mais justa. A criação de um novo imposto sobre património imobiliário de elevado valor, que não é propriamente pago pela classe média ou por quem vive dos rendimentos do seu  trabalho, é exemplo disso mesmo. O “assalto” à Coca-Cola e às balas também não é o mesmo que aumentar o IRS ou o IVA. No cômputo geral, a carga fiscal desce e é mais justa, desagravando os impostos de quem trabalha.

Para além de baixar impostos, o Orçamento para 2017 garante a actualização de todas as pensões de acordo com a fórmula que PSD e CDS mantiveram congelada durante quatro anos e que previam manter congelada até 2019, garante um aumento extraordinário de 10 euros a pensões abaixo de 628. Estamos a falar de pensões baixas de 1.5 milhões de pensionistas que não tiveram qualquer aumento nos últimos anos e que correspondem a carreiras contributivas mais longas do que aquelas que PSD e CDS escolheram aumentar e que financiaram com cortes no CSI, a prestação que apoia os pensionistas comprovadamente pobres. Para além das pensões, há um alargamento até três anos do Abono que era pago nos primeiros 12 meses de vida. É o segundo ano seguido em que há aumentos no Abono de Família e reforço de rendimento (adicional) do rendimento das famílias com filhos. A isto acresce a actualização do Indexante de Apoios Sociais (IAS) e a prestação única para pessoas com deficiência.

Se olharmos para os impostos e para o reforço das prestações sociais, e se acrescentarmos medidas como a gratuitidade dos manuais escolares em todo o primeiro ciclo, constatamos que este é um Orçamento que faz o oposto do que nos garante a oposição: recuperação generalizada do rendimento e melhoria da justiça social. E não, não é um Orçamento que tira a muitos para dar a poucos, porque faz o oposto. É, portanto, um orçamento sem quaisquer dos radicalismos anunciados pela oposição e que cumpre o programa de Governo, os acordos à esquerda e os compromissos europeus. E é um problema sério para a oposição.» [Público]
   
Autor:

João Galamba.

      
 Passos Coelho não deve ter gostado de ouvir
   
«A encerrar a visita de Estado à Suíça, Marcelo Rebelo de Sousa criticou o anterior o governo de Passos Coelho por ter apresentado uma proposta para o sistema de ensino dual "discriminatório" que obrigava a escolhas "precoces". O Presidente considerou que o atual governo "não pode desperdiçar" a oferta do Presidente suíço, para a transmissão de know-how, sobre o sistema que permite combinar educação com saídas profissionais.

"Aquilo a que assistimos aqui hoje não é o que estava previsto em Portugal", na proposta apresentada pelo anterior executivo "a escolha [de uma profissão] era muito mais cedo, era precoce", criticou, salientando que na Suíça são "jovens mais velhos que, numa fase ulterior, fazem essa escolha".» [DN]
   
Parecer:

A passagem do Crato pela Educação foi como a filoxera da vinha.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se e dê-se conhecimento ao por enquanto lídr do PSD.»
  
 Que fale menos e cobre mais
   
«ab-sur-do. Como adjetivo, segundo o dicionário, qualifica o que é “contrário ou repugnante à razão”. Como substantivo, define o que é “contrário à razão, à sensatez e ao bom senso”, sendo por isso sinónimo de “despropósito, insensatez ou disparate”. Como conceito político foi a forma encontrada por Rocha Andrade para definir a nova polémica em que se viu envolvido. Novamente por sua própria ação.

“Quase absurdo” foi como o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais rotulou o facto de ter sido suscitada uma nova celeuma em seu torno, outra vez por causa de conflitos de interesse com empresas. Agora em forma de entrevista, publicada esta quarta-feira no “DN” e no “JN”.» [Expresso]
   
Parecer:

Começa a ser tempo do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais saber para o que foi nomeado. É difícil a um governo gerir a comunicação em momentos de grande complexidade se cada secretário de Estado desatar a dizer baboseiras para a comunicação social, chamando a si o protagonismo, se assim for há mais barulho na comunicação governamental do que dentro de um aviário.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»

 Vítima do seu próprio veneno
   
«O pior pesadelo do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) aconteceu hoje em Brasília. Sérgio Moro, o juiz responsável pela operação Lava Jato ordenou a prisão preventiva do antigo presidente do Parlamento e aliado político do presidente Michel Temer. A prisão de Cunha era esperada desde que o antigo líder parlamentar perdeu o chamado foro privilegiado ao ser destituído do cargo no início de setembro.

De nada valeram os expedientes que Cunha usou para adiar sucessivamente a sua destituição e evitar deixar de contar com a proteção do Supremo Tribunal Federal e passar para a alçada da justiça comum. Neste caso, para a Justiça do Estado de Paraná, sede das investigações dos desvios de fundos da Petrobras.» [Expresso]
   
Parecer:

Um dia destes muitos do que destituíram Delma vão estar presos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»