quinta-feira, março 31, 2016

Reformas low cost

 photo auto_zps8f0pvwvj.jpg

A propósito de mais um mega plano de reformas que prevê gastar mais uns milhares de milhões, interrogo-me se estas serão as reformas mais necessárias para promover o desenvolvimento do país ou se serão suficientes. Tenho cada vez mais dúvidas sobre se será este o caminho, dúvidas que resultam de várias décadas a assistir ao mesmo modelo.

Construíram-se muitas auto-estradas mas não vi grande atracção de investimento e de novas empresas tendo por critério a proximidade em relação a essas vias de comunicação, nalguns casos, como sucedeu com Sines, ignoraram-se alguns polos de desenvolvimento com grande potencial para transportar gente de forma rápida e confortável para nenhures. Poderíamos dar muitos exemplos de investimentos que não se traduziram em criação de empresas, de emprego ou da realização de investimentos.

É um facto que com os muitos milhões, primeiro de ecus e depois de euros, o país evoluiu muito, assistiu a um grande desenvolvimento social e humano, mas taém é verdade que daí não resultou um grande desenvolvimento económico. Promoveram-se actividades de serviços, como é o caso da banca, que se especializaram em tirar partido dessa inundação de dinheiro e quando este faltou foi o que se viu.

Há reformas “baratas” que são essenciais, reformas que não passam pela reintrodução da escravatura como parece ser a solução de Passos Coelho, ou pela inundação do país com dinheiro como todos apoiam. São reformas que todos conhecem ser indispensáveis mas que ao longo de décadas se vai iludindo a realidade e tudo fica na mesma.

As causas do nosso desenvolvimento não se ficam por aquilo que é mensurável pelos indicadores económicos, sociais ou académicos. Há problemas profundos na sociedade portuguesa que têm de ser combatidos, problemas que se prendem com privilégios de grupos corporativos que dominam sectores fundamentais como a justiça, ou como questões de ordem cultural, como o compadrio, a corrupção e o tráfico de influências que condicionam muitos negócios, não só no plano das relações com o Estado, mas também as relações entre empresas.
  
De nada nos servem as auto-estradas, as universidades, os centros de formação ou os laboratórios de excelência, se o Estado sofre com a evasão fiscal, se os mais capazes são excluídos tanto no Estado como nas empresas privadas por uma cultura de compadrio, se os atrasos na justiça protegem os incumpridores ou ajudam os burocratas do Estado a tornar o Estado ainda pior, se os negócios dependem mais das comissões e das luvas do que dos preços ou se as decisões politicas estão condicionadas à criação de mercados para as empresas oportunistas de gente que domina as estruturas ocultas dos partidos.

Estas são as reformas mais baratas, mas parece serem as reformas mais difíceis de promover.

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Assunção Cristas

Quando António Costa teceu críticas à actuação do governador do BdP a então candidata à liderança do CDS Assunção Cristas acusou o primeiro-ministro de ter cometido mais uma "imprudência" e acrescentou "Todos nós defendemos um supervisor mais proactivo, capaz de prever e de intervir, mas independente. O CDS sempre defendeu que [o governador do BdP] devesse ser nomeado pelo Presidente da República. Não pode servir de arma de arremesso político. Mais uma vez, um golpe na credibilidade nas instituições e no nosso país".[Jornal e Negócios]

Agora que é líder e Portas que ajudou a nomear Carlos Costa fez as mesmas críticas que António Costa tinha feito, a líder do CDS já não acha ser uma imprudência propor uma revisão constitucional só para demitir o governador com um golpe jurídico. Isto não é imprudência, é irresponsabilidade, incoerência e incompetência.

«No debate quinzenal, no parlamento, a líder do CDS-PP disse que irá propor "várias alterações" no que respeita à "supervisão bancária" e questionou se o PS está disponível para "uma revisão alargada da Constituição que inclua estes temas".» [Porto Canal]

      
 Como os EUA consomem petróleo do ISIS
   
«KIRKUK, Iraq — The recently refurbished tarmac at Maine’s busiest airport contains the usual mixture of gravel, water and chemical binder, but what gives this asphalt its jet-black color is crude oil supplied by the Islamic State group. The Portland International Jetport’s new pavement isn’t the only blacktop of its kind on American soil. Four hundred miles south, highways outside Philadelphia are lined with the same mixture, as are hundreds of potholes on the streets of New York City, a four-month-long International Business Times investigation found.

These are but a few of the many places where ISIS’ oil ends up as part of an illicit business that helps fund the group’s reign of terror, according to Kurdish officials and local police documents. Part of what makes the Islamic State group, known as ISIS, so difficult to defeat is its diverse revenue stream. The Sunni militant group draws income from taxes it levies on the people in conquered lands, kidnapping ransoms and other forms of extortion. But it also makes money to fuel attacks like the ones in Brussels last week by selling a steady stream of oil that flows from ISIS-controlled territories in Iraq to the U.S., parts of Europe and Israel. It’s a constant source of money — as much as $1 million per day at its height — that U.S. and Iraqi officials have failed to halt.

In the aftermath of the Belgium attacks, U.S. President Barack Obama said his priority is defeating ISIS. “There’s no more important item on my agenda than going after them and defeating them. The issue is, how do we do it in an intelligent way,” Obama said at a press conference following the attack last Wednesday. But the U.S. administration, though it has pursued a strategy of striking ISIS’ oil supply centers and mobile refineries, has not choked off the group’s oil reserves completely. It has not hit the pipeline that the terrorist group uses to export its oil or the major roads that serve as trading routes.» [IBT]
   
Parecer:

Se não fossem os russos o ISIS teria continuado a crescer e a vender crude através da Turquia de forma totalmente impune. Não admira que a Turquia tenha defendido uma fronteira aberta com o ISIS derrubando um caça russo, no que foi apoiado pela NATO.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
  
 A investigação eterna
   
«Amadeu Guerra deu mais cinco meses e meio a Rosário Teixeira para concluir a investigação do processo que envolve José Sócrates e outros 12 arguidos. O diretor do DCIAP estabeleceu como prazo limite o dia 15 de setembro deste ano para o procurador que dirige as investigações decidir se tem ou não indícios suficientes para acusar o ex-primeiro-ministro. São 169 dias. A notícia foi avançada pelo "Diário de Notícias" e confirmada minutos depois num comunicado da Procuradoria-Geral da República.

"Parece-me ridículo", critica João Araújo, advogado de Sócrates. "É mais um prazo sobre um prazo e estamos a falar da vida de pessoas", acrescenta. Há três meses, Amadeu Guerra tinha dado um prazo de 90 dias a Rosário Teixeira para dizer de quanto tempo precisava mais para dar um despacho final ao caso.

Segundo o comunicado da PGR, estão ainda por cumprir três cartas rogatórias enviadas para o estrangeiro: uma para o Reino Unido, em que é pedida a análise de uma série de movimentações financeiras envolvendo uma empresa off-shore; outra para Angola, para interrogar e constituir arguido Helder Bataglia, administrador luso-angolano da Escom suspeito de transferir 12 milhões de euros que terão beneficiado Sócrates. A última carta foi enviada para a Suíça.» [Expresso]
   
Parecer:

É cada vez mais evidente que ou os Procuradores tem um grande caso ou, como se costuma dizer, estão à rasca. Enfim, como diria Mota Amaral 169 dias é um bonito número...
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Ele anda aí
   
«Rui Rio diz que não quer perturbar a liderança de Pedro Passos Coelho no PSD. Em entrevista à TSF, o ex-autarca do Porto desvalorizou o congresso do partido, que decorre entre sexta e domingo, em Espinho, e disse que não vai participar.» [Expresso]
   
Parecer:

É pena que Rui Rio não tenha coragem para enfrentar Passos Coelho e prefere esperar que outros façam o trabalho por ele para depois se fazer elçeger por unanimidade e por acalamação, seguindo a moda norte-coreana que parece ter sido adoptada pelo PSD.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Rio que o países precisa de candidatos a primeiro-ministro com eles en su sitio e não de calculistas cobardolas.»

 Alergia
   
«Os atletas do Sporting estão proibidos de utilizar indumentária de cor vermelha. A ordem foi dada pelo presidente do clube e não se restringe apenas aos jogadores de futebol do clube. Segundo o Jornal de Notícias, nenhum jogador das modalidades oficiais pode envergar a cor associada ao rival da 2ª circular.

Esta medida foi aprovada pelo Conselho Diretivo presidido por Bruno de Carvalho e o impedimento diz respeito de toda a indumentária dos atletas, desde o equipamento ao calçado e acessórios. A medida diz respeito não apenas aos jogos oficiais, mas também aos treinos, estágios e deslocações do clube.» [Observador]
   
Parecer:

Enfim, a inteligência não abunda.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Bruno que proiba a utilização do vermelho em todas as cores, começando pela televisão e acabando no jornal do clube.»

 A Rússia tem um novo herói
   
«O militar das forças especiais russas andava há uma semana no terreno, a enviar coordenadas para a Força Aérea. Ao longo de vários dias, o especialista foi-se aproximando de Palmira, a cidade histórica que há mais de um ano estava sob o controlo do auto-proclamado Estado Islâmico. Cada conjunto de coordenadas que o militar enviava, pela sua precisão, era um dado precioso para a investida que o exército sírio e a Força Aérea russa estavam a preparar. Mas o militar aproximou-se demais e foi detetado pelas forças do Daesh. Vendo-se cercado, o militar decidiu chamar o fogo dos aviões russos para a sua localização. Com a sua morte começou a reconquista de Palmira.

O nome do militar russo, um especialista em reconhecimento de terreno que pertencia às forças especiais, não foi divulgado oficialmente. Mas nas últimas horas surgiu um nome em alguns fóruns militares. Um nome e um rosto: Aleksandr Prochorenko, de 25 anos.» [Observador]
   
Parecer:

Há gente com coragem.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Preste-se a merecida homenagem.»
  

quarta-feira, março 30, 2016

O Asa

 photo Asa_zpsv7nb4ikr.jpg

O Asa ainda com a trela de soldado raso

Num dos seus momentos de frenesim presidencial que têm sido estas primeiras semanas de Presidente da República, lembrando um pouco um  puto irrequieto que recebeu o brinquedo mais desejado, Marcelo disse que; à semelhança de Obama e dos seus antecessores gostaria de ter um cachorro presidencial. Em poucas ora o diligente secretário de Estado da Defesa encontrou uma cadela parideira na Força Aérea. A prenda foi entregue de forma tão célere que o mancebo da Força Aérea se apresentou ao Presidente em pelota, não houve tempo para a direcção do fardamento encontrar farda adequada a tão ilustre recruta.
  
Mas o Asinha não vai ser como o Bo ou o seu antecessor Barney, uma elite de cachorros presidenciais, com direito a pagina especial no site da Casa Branca. Seguindo as boas tradições lusas o Asinha vai ser educado como deve ser, num colégio interno e com professores militares. Na falta de uma instituição do tipo de Pupilos do Exército de quatro patas, o cachorro será educado por militares da GNR. É certo e sabido que vai saber comportar-se como deve ser, comer com faca e garfo, estar em sentido quando deve estar e, entretanto, cresce longe dos tapetes de Arraiolos de Belém, o que os poupará a muita mijadela.

O problema é que há por aí quem não compreenda que um cão presidência tuga não poderia ter ar de parvo como o Barney, ou parecer-se a um pirilampo mágico como o Bo. Os cães devem ser parecidos aos donos, neste caso o presidencial bicho deve ser de uma raça reconhecidamente inteligente, dedicado, disciplinado e saber morder com a mesma eficácia com que Marcelo o está fazendo ao traste de Massamá.

  photo ternura_zpsmo605lco.jpg

Ternura pesidencial
  
Mas como em Portugal ninguém fica contente já há quem se indigne porque em vez de uma raça tuga Marcelo ficou com uma raça que faz lembrara o ministro das Finanças da senhora Merkel. Podia ter escolhido um Rafeiro do Alentejo, um Podengo português, ou, se preferisse um cão sem linhagem, até poderia ter adoptado um qualquer rafeiro de Massamá. Mas não, Marcelo decidiu desiludir, e escolheu um Pastor Alemão e já o estamos vendo a analisar as contas do Estado com o Asa a seu lado, rosnando como se estivesse armado em Wolfgang Schäuble.
  
Depois dos criadores de raças manifestarem a sua indignação não se admirem que a seguir sejam os pedagogos a questionar se nos dias de hoje a educação militarista ainda deve ser considerada um exemplo de virtudes. Não me admiraria nada que aparecesse alguma funcionária da Segurança Social e “apreendesse” o Asa, adoptar um cão num dia e mandá-lo para um internato no dia seguinte não é coisa que se faça. Ainda por cima, aquilo por Belém começa a ficar confuso, alguns dirão mesmo que é uma família disfuncional, Marcelo vive fora de casa, tem mulher mas não conta para a Presidência e agora tem um cão que vai para um internato e que nos dias da visita à família será levado a Belém por um soldado da GNR, para se poder socializar com o dono.

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
José Matos Correia

É preciso ter uma imaginação muito fértil para ver a comunicação de Marcelo povoada de dúvidas e de recados ao governo e Marcelo parece ter essa qualidade. Deve ter sido muito difícil digerir a comunicação do Presidente da República ao ponto de terem de a elogiar. Até parece que ainda estamos no consulado cavaquistas, quando cada discurso obrigava a complexas interpretações.

Mas o mais curioso é o "vá lá, vá lá", sinal de que o pessoal de Passos Coelho está com muito medo de Marcelo, daquele que Passos designou de forma jocosa como cata-vento.

«Vá lá, vá lá!” Foi esta a expressão que correu nos bastidores da direção do PSD depois de terem ouvido Marcelo Rebelo de Sousa falar do Orçamento de Estado de António Costa. A comunicação do Presidente da República ao país não chegou onde o partido sonhava - Marcelo manteve o benefício da dúvida ao Executivo socialista - mas reconfortou os “laranjinhas” ao deixar uma série de dúvidas sobre os resultados do modelo socialista que o PR diz só ter a prova dos nove lá mais para 2017.

“Sem se comprometer, o Presidente defendeu-se. E ao defender-se reforçou a sua independência política face ao Governo”, ouviu o Expresso. A reação oficial do partido, pela voz de José Matos Correia, ainda que seca, traduziu isso mesmo. Considerando que a promulgação do OE era absolutamente “expectável”, o vice-presidente de Passos Coelho preferiu salientar os dois pontos da comunicação presidencial que mais colam com o discurso do PSD. A saber: a “exigência” de boa execução orçamental e de “rigor”; e a defesa da estabilidade política.» [Expresso]

 Ante-visão do binómio presidencial

 photo binomio_zpsezaobrej.jpg

Esta imagem é uma ante-visão do binómio presidencial recebendo aulas no colégio interno, onde é educado quando não está de visita ao Palácio de Belém.

A presidência de Marcelo começa a ter alguma graça, já se sabia que é mais ou menos casado mas a mulher fica de fora da presidência, agora ofereceram-lhe um cão mas o bichano em vez de ir paa Belém parece que vai para uma espécie de colégio interno e o próprio Marcelo umas vezes parece ser um comentador armado em presidente e outras faz de presidente armado em comentador. E como se tudo isto não bastasse quando a direita esperava que ele fosse dessa direita fala como se tivesse virado à esquerda.

Enfim, a Presidência da República não vai ter um cão, vai ter um binómio educado num colégio interno que de vez em quando será levado a Belém para ver o dono. Por este andar a GNR ainda vai criar os Pupilos Caninos da GNR e um dia destes veremos Marcelo embevecido enquanto vê o seu binómio marchando numa parada militar.

 O 112

O sistema político português passou a ter um 112, um serviço a que recorremos em caso de calamidade nacional, é esse o papel assumido pelo traste de Massamá, Passos Coelho sabe que não regressará a não ser que ocorra algum desastre financeiro e no pressuposto de que Marcelo convoca eleições e que será a direita a ganhá-las com maioria absoluta. Isto é, Passos assume-se como líder do PSD para o caso de suceder alguma calamidade, o que não é nada bom pois se o líder do PSD deseja ser poder é porque deseja mal ao país.

     
 Tadinho
   
«Depois de ter elogiado os cães das equipas cinotécnicas da Força Aérea na parada militar de Mafra, na passada segunda-feira, dia 21 março, o Presidente foi presenteado com um cachorro, depois de, segundo a Renascença, já ter manifestado o desejo de ter um cão. Asa apenas fez uma breve visita ao Palácio de Belém, mas tal como Marcelo Rebelo de Sousa, não vai viver na residência oficial do Presidente da República a tempo inteiro, confirmou ao Observador fonte da presidência.

O presente foi apreciado e agradecido mas o Palácio não tem condições nem espaço adequado para receber o animal de estimação, da forma a ser tratado e educado de forma correta, disse a mesma fonte. O animal está agora ao cuidado da GNR, apesar de continuar a ser o “cão do Presidente”, que o visitará sempre que possível.

Com a oferta, Marcelo entrou para a lista dos vários presidentes têm cães como animais de estimação, sendo os cães de água de Barack Obama, presidente dos EUA, os mais conhecidos. Mas Vladimir Putin também é apreciador da companhia canina e deixa mesmo um dos seus cães, Koni, assistir a reuniões com outros chefes de estado. » [Observador]
   
Parecer:

Tadinho, foi a tristeza que se viu porque não tinha um programa de televisão.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 Vida de cão
   
«Antonio José Seguro considerou esta terça-feira que “os partidos já não são os espaços privilegiados da promoção de candidaturas eleitorais”, referindo-se concretamente às últimas eleições legislativas e presidenciais. Segundo o ex-secretário-geral do PS, este fenómeno "não é só fruto da sociedade de informação e das sociedades que são mais abertas", mas é "culpa também dos próprios partidos e de muitos políticos desses partidos”, nomeadamente do seu comportamento, devido “às promessas feitas e nao cumpridas, à corrupção” que levou a um afastamento dos eleitores em relação aos partidos.

Nesta conferência, intitulada “As dinâmicas eleitorais em Portugal”, inserida no segundo dia do II Encontro Nacional de Estudantes de Ciência Política, Antonio José Seguro não resistiu em atirar a farpa a António Costa, ao abordar as ultimas eleições primárias do PS, para dizer que liderou o partido durante três anos e que o atual primeiro-ministro "o que fez foi estar na Quadratura do Circulo, na SIC, onde foi projetando e formando a sua imagem”. » [Expresso]
   
Parecer:

Pobre bicho, vai ser educado numa espécie de pupilos para caninos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  
 Vítor Gaspar goza com Portugal
   
«O antigo ministro das Finanças do executivo PSD/CDS-PP Vítor Gaspar não prevê vir a Portugal "nos próximos meses", reconheceu hoje o presidente da comissão de inquérito ao Banif, António Filipe.

Gaspar, a residir em Washington, nos Estados Unidos, entrou em contacto com a comissão de inquérito - onde deveria ser ouvido em abril - para "manifestar a sua disponibilidade" para colaborar com os trabalhos, mas lembrando a "limitação" de residir no estrangeiro e não prever vir a Portugal em breve.

"É uma situação que oportunamente consideraremos", vincou António Filipe no arranque dos trabalhos desta manhã, acrescentando o deputado comunista que o pedido de um depoimento por escrito é uma hipótese a considerar.» [DN]
   
Parecer:

É inaceitácel que um qualquer badameco do FMI goze com Portugal como o está fazendo Vítor Gaspar ao dizer que nos próximos meses não poderá vir a Portugal por estar em Nova Iorque. A isto chama-se cobardia pois num par de horas está em Lisboa e ninguém acredita que não disponha de dois ou três dias.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Gaspar que não seja cobarde e à directora do FMI que lhe um chuto no traseiro.»
  

terça-feira, março 29, 2016

A comunicação de Marcelo

 photo Marcelo_zpscs75mame.jpg

A promulgação dos Orçamentos de Estado só começou a ser notícia nos mandatos de Cavaco Silva e pelos piores motivos, o ex-presidente de má memória aproveitava-se destas ocasiões para fazer prova de vida e porque durante uma legislatura promulgou orçamentos com normas descaradamente inconstitucionais.

Não admira que um PSD habituado a comunicações militantes de Cavaco Silva a propósito dos OE, tenha pressionado Marcelo Rebelo de Sousa para usar a comunicação das razões de aprovação do OE para alimentar um partido que sem política alternativa, que não seja o empobrecimento forçado, não sabe como fazer oposição, ainda por cima com um líder que anda armado em primeiro-ministro exilado, chorando baba e ranho pela reversão da sua grandiosa política.

A comunicação de Marcelo foi uma rotura com o passado e uma clara desilusão para a direita. Marcelo deixou de ter aquele ar de Cavaco Silva, teso como se tivesse engolido um taco de bilhar, discursando em pé, tendo como elemento decorativo um cortinado. Marcelo falou olhos nos olhos, não olhou os portugueses de cima para baixo e para trás  das suas costas, explicou-lhes a sua posição sem estar preocupado em deixar um testemunho para memória futura e não hesitou em apoiar um OE com fortes preocupações sociais. Quanto ao rigor fez uma afirmação de princípio, porque, por definição, todos os OE são para serem aplicados com rigor, o rigor que faltou ao governo Passos Coelho que nunca controlou a despesa, compensando-as com receitas.

É isto que se espera de um presidente, que acredite no seu país e na democracia, que crie expectativas positivas para o país, que não se demita da sua obrigação de cumprir e fazer cumprir a Constituição. Apoiar um OE não significa que se partilhe das opiniões políticas ou dos valores ideológicos da maioria parlamentar que o aprovou, a democracia não é uma guerra civil onde um Presidente tem a obrigação de estar do lado dos seus.

Marcelo confirmou as piores expectativas da direita, não é o presidente militante e muito menos o pau mandado a que se habituou na anterior legislatura. Se Marcelo tivesse lançado a dúvida sobre o OE estaria a condená-lo, teria dito aos investidores que duvidassem do país, estaria a pedir aos eleitores que desconfiassem do governo. Foi isso que Montenegro pediu a Marcelo aos microfones da TSF. Aliás, foi mais longe, o líder parlamentar disse a Marcelo o que deveria dizer ao país.

Mas Marcelo foi ainda mais longe, não avaliou as virtudes do OE e disse o óbvio, que a avaliação de uma política económico tem o seu tempo próprio e foi claro, o efeito das medidas deste OE sentir-se-á lá para 2017, isto é, os efeitos de um OE não são avaliados em discursos partidários. Como se isto não bastasse Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de realçar que o OE não contemplava normas inconstitucionais e que tinha uma forte preocupação social. Marcelo não se assumiu como um militante da política económica seguida por este governo, mas afirmou claramente uma rotura com o seu antecessor e com a política económica iniciada por Gaspar.

Para que este Marcelo fosse o Marcelo que o PSD desejava teria de mudar muito o discurso, isto é, teria de ser o cata-vento que um dia alguém sugeriu de forma cobarde que ele seria. Para que o discurso agradasse à direita teria de haver uma mudança de vento de norte para um quadrante oposto, o cata-vento teria de rodar 180º. Marcelo nem sempre vai ajudar este governo, mas já é evidente que nunca será o Cavaco como o próprio Passos sugeriu.

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Carlos Costa, governador do BdP

É preciso ter muita lata para pedir garantias do que quer que seja ao parlamento, Carlos Costa julga que por fazer parte do sistema gerido pelo BCE está acima da democracia portuguesa. A sua incompetência, os buracos que cresceram à sua visa, os portugueses que foram enganados por terem confiado nele não justificaram quaisquer garantias.


«A comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Banif arranca esta terça-feira com as audições a antigos administradores do banco e pode vir a contar com um documento crucial sobre a supervisão do sector. O Banco de Portugal está disponível para entregar aos deputados o relatório da supervisão do Banco Espírito Santo (BES), desde que a CPI garanta que ao fazê-lo o Banco de Portugal não estará a cometer nenhuma ilegalidade, nomeadamente a de violação do sigilo profissional.

O presidente da CPI, o deputado comunista António Filipe, revelou ao Expresso que esse tema será objeto de uma consulta aos grupos parlamentares já esta terça-feira, no sentido de avaliar, por um lado, a pertinência do relatório da supervisão do BES para o inquérito sobre o Banif e, por outro lado, assegurar que a consulta do documento não acarreta qualquer risco de violação do segredo profissional imposto ao Banco de Portugal.» [Expresso]

 Ciumeira

Começam a ver-se sinais de ciumeira na direita:

«O país mediático encontra-se fascinado pelo namoro entre Marcelo e Costa, que inclui a colisão do presidente com Passos Coelho na questão da “espanholização” da banca. Faz mal. A existência de coordenação entre órgãos de soberania nada tem de anormal e é desejável que primeiro-ministro e presidente se entendam. O interessante nesse namoro é ter, como raiz, dois erros. O primeiro, político e amplamente discutido, é que Marcelo e Costa não têm razão quanto ao dossier da banca nacional – sobre isso basta ler o José Manuel Fernandes ou o Paulo Ferreira. O segundo erro, institucional e pouco referido (que tenha lido, só Vital Moreira o apontou no seu blogue), é que Marcelo vive a pisar o risco institucional que fixa o limite das funções da Presidência, pondo vezes demais o pé em território da competência do governo. Ora, mesmo que popular e eleito com maioria absoluta, não lhe compete governar.

Três exemplos. Um: o presidente convidou o rei de Espanha e o Papa Francisco a visitar Portugal, quando esse convite compete institucionalmente ao governo, que determina as opções da política externa portuguesa. Dois: ao convidar Mario Draghi para o Conselho de Estado, Marcelo impôs-se no palco da negociação do Programa Nacional de Reformas, cuja versão final é da responsabilidade do governo e deverá ser enviada a Bruxelas. É que o presidente não tem qualquer papel a desempenhar na definição da direcção económica do país, muito menos se concebe que o Conselho de Estado possa substituir-se à Assembleia da República nesse papel. Três: através da ex-ministra Isabel Alçada, Marcelo forçou um regime transitório para a entrada em vigor das novas provas de aferição, que substituem exames nacionais – uma ingerência que nem tentou disfarçar.»  [Alexandre Homem Cristo]

Não deixa de ser divertido o facto de as primeiras críticas a Marcelo rebelo de Sousa virem da direita que supostamente apoiou a sua candidatura.

 Banqueiros portugueses

Hás dois tipos de banqueiros portugueses, os que compram banco ao Estado a bom preço para na primeira oportunidade os vender a estrangeiros, em regra espanhóis, e os que inventam bancos para explorarem negócios de ocasião e montarem mega fraudes. No caso dos Espírito Santo acumularam-se as duas modalidades.

Recordo-me do BPA que foi pago com dinheiro do próprio banco, uma privatização conduzida por Eduardo Catroga, que, no mínimo, devia ter sid investigada, ou do BES que foi devolvido à família a bom preço. Se os centros de decisão em Madrid podem prejudicar a economia portuguesa, o que dizer dos centros de decisão que ficam instalados nas casas de gente como Jardim Gonçalves, Dias Lourenço, Ricardo Salgado, Ricciardi ou Oliveira e Costa? Serão os critérios seguidos pelos cetros de decisão em Madrid muito piores do que os que seguiam estes banqueiros?

O único banco privatizado e que ficou em mãos portuguesas que não se afundo foi o Totta, comprado por Campalimaud. Curiosamente, foi vendido aos espanhóis na primeira oportunidade e a bom preço.

A manutenção dos tais centros de decisão em Portugal significa que anda por aí gente muito fina interessada em ser banqueiros, mas sem dinheiro, isto é querem ser os centros de decisão nacional, mas com dinheiro dos contribuintes. Depois já sabemos qual é a sina, ou vendem aos espanhóis quando der lucro, ou enganam os portugueses e daqui a dez anos estarão novamente a fazer procissão em defesa dos centros de decisão nacional.

Deixem-se de tretas, o último nobre a defender os interesses nacionais neste país foi o D. João IV e, tanto quanto se sabe, teve de ser empurrado pelos que tinham medo de perder os seus negócios colónias, desprotegidos pelos Filipes de Espanha. Se assim não tivesse sucedido não estaríamos agora a discutir esta questão.

A única forma de defender os centros de decisão em Portugal é através do Estado, mas é certo e sabido que logo que a direita portuguesa chegue ao poder a primeira coisa que faz é vender a anca a qualquer preço e, tal como sucedeu durante o governo de Passos, não se ouvirá uma única voz da direita preocupada com nacionalismos. Até se fica com a impressão de que tinham comissão no negócio.

 Afinal era possível

Portugal tem um OE sem normas inconstitucionais e um Presidente que vela pelo respeito pela legalidade constitucional. Aquilo que devia ser a norma quase parece mentira. Também parece estranho o facto de termos um Presidente com ideias, que não diz agora para mais tarde poder dizer que disse e que não é pau mandado do primeiro-ministro.

      
 Marcelo promulga OE.
   
«Marcelo deu cobertura ao Orçamento de Estado de António Costa mas deixou-lhe dois avisos - "não se pode viver sempre em campanha eleitoral" e "é preciso rigor" - e chutou a prova dos nove para o próximo ano: "Só em 2017 começaremos a ter uma resposta" para a questão de saber se "o modelo (de Costa) provou ou não provou".

Na comunicação que fez ao país (a primeira de várias que o novo Presidente tenciona levar à prática e em que fez lembrar, pelo estilo, as suas preleções dominicais com Judite de Sousa, na TVI), Marcelo Rebelo de Sousa explicou não ver razões, nem constitucionais nem políticas, para não promulgar este OE. Mas explicou quais as dúvidas que ficam no horizonte: falta ver se as previsões incluídas no documento colam com a realidade. E falta ver se o modelo deste Orçamento fará crescer a economia.



O PR deixou claro que decidiu promulgar o OE por ver nele "uma solução de compromisso", que traduz "a convergência de duas vontades, a maioria parlamentar e as instituições europeias". E a esta razão central juntou outras duas: "não encontrei nenhuma dúvida que implicasse pedir ao TC que fiscalizasse o documento" e "os portugueses precisam de saber com o que contam, quando vão receber e o que vão pagar".» [Expresso]
   
Parecer:

A comunicação de Marcelo foi uma grande desilusão para a direita..
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

 Direita sem humor
   
 photo Calcitrin_zpsw1hw7qtj.png

«O anúncio original “Eu tomo Calcitrim” que passa actualmente nas televisões é protagonizado por Simone de Oliveira, mas o deputado João Galamba, do PS, partilhou no seu Facebook uma versão satírica, com a cara do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho – provocando a indignação entre simpatizantes e deputados do PSD.

“Eu dou-me muito bem com Empobrecin e as minhas amigas tomam todas. Ligue agora e cumpra já as suas metas do défice“. É desta forma que João Galamba apresenta, num post publicado no seu Facebook, a sua versão adaptada do anúncio ao Calcitrim.

O post de Galamba já tem centenas de likes e comentários, entre os quais há quem tenha achado piada à brincadeira, mas também quem critique duramente a piada do porta voz do Partido Socialista.

“Sr. João Galamba, sugiro-lhe que aprenda a ter educação pessoal, social e política pois fica bem a quem quer ser pessoa e ser respeitada por outras pessoas”, comenta José Augusto Sá.

“Já as suas amigas, João Galamba, tomam tidas Enriquecin, e dão-se todas muito bem!”, diz Nuno Monteiro Dente num outro comentário.» [ZAP]
   
Parecer:

São umas virgens donzelas.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»

 Aos poucos regressa a normalidade
   
«O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-Ministro, António Costa, vão assistir ao encontro particular entre Portugal e a Bélgica.

Além de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, também vão estar em Leiria, na terça-feira, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o presidente do Tribunal Constitucional, Joaquim Sousa Ribeiro.» [DN]
   
Parecer:

Passos, o grande vencedor das eleições, tinha emdio de aparecer em jogos de futebol, Cavaco entrava uns minutos depois dos jogos terem começado. É bom ver um Presidente e um primeiro-ministro sem medo de irem à bola.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»

 O Abreu é mentiroso?
   
«A comissão de apoio à recandidatura de Pinto da Costa pediu hoje ao deputado Carlos Abreu Amorim que “se retrate e assuma que não disse a verdade” quando negou ter assinado qualquer lista de apoio ao presidente do FC Porto.

Em causa está uma declaração ao Expresso do deputado e adepto dos ‘dragões’ em que diz não ter “memória de ter assinado” o documento que junta centenas de personalidades portugueses no apoio à continuidade do presidente portista.

Em conferência de imprensa, realizada no auditório do Estádio do Dragão, a comissão, pela voz de Fernando Cerqueira e da deputada do PS Rosa Maria Albernaz, garantiu que recolheu a assinatura de Carlos Abreu Amorim, “numa tarde junho de 2015, mais concretamente no bar da Assembleia da República”.

“Fui surpreendida com as palavras de Carlos Abreu Amorim. Esta nem foi a primeira vez que ele subscreveu o documento. Talvez tenha tido um branqueamento. Não admito que diga que eu ou quem está na comissão falsifica assinaturas. Mais ninguém se queixou. Sempre o tive como uma pessoa que não se esquece do que faz. Sabe bem que o fez e quando o confrontei com isso ficou aflito. É extremamente importante que isto fique esclarecido porque falsificar uma assinatura é extremamente grave. Que se desculpe ou então me ponha em tribunal”, disse Rosa Maria Albernaz.» [Observador]
   
Parecer:
Bem, nunca foi grande coisa.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se.»
  

segunda-feira, março 28, 2016

Deve ter sido distracção minha

 photo Furgoneta_zpsie2naab8.jpg

Espanta-me que os cidadãos se sintam açoitados por várias políticas empenhadas na caça à multa ao condutor, são GNR de vários tipos, PSP nas mais diversas funções incluindo o exercício de actividades privadas, são radares por todo o lado, tudo para que os comandantes das forças policiais atinjam recordes de receitas extras para que as suas instituições possam ser geridas à margem da legalidade.

O cidadão comum que se esqueça da mais pequena obrigação prevista num qualquer código fiscal recebe ofícios ameaçadores, cheios de artigos e articulados, com ameaças de coimas e sabe Deus de que mais e ai de quem se esqueça de pagar, arrisca-se a ficar com tudo penhorado, até o cão, o gato e o canário, se forem de raças com valor comercial, serão alvo da penhora em nome do bem da nação e do progresso.

Vivemos no medo, temos medo do polícia que olha pelo canto do olho para ver se estacionamos em local proibido, o carro patrulha da GNR que vigia o limite de velocidade na estrada onde um sinal de limitação de velocidade é impossível de ver por ter o sol atrás, é o fiscal das Finanças que nos pergunta pela factura da aspirina que declaramos para benefício fiscal há quatro anos atrás. E como se não bastasse sermos açoitados a toda a hora ainda temos de aturar os terroristas do ISIS.
  
Num dia morrem trinta e um cidadãos em três atentados terroristas Na Bélgica, mas numa estrada francesa e sem que fosse necessário recorrer a qualquer bomba foram mortos doze portugueses. As televisões andam atarefadas, não sabem se devem mostrar as velas junto junto ao edifício da Bolsa ou se deverão mostrar o testemunhos dos primos, dos presidentes da junta ou dos vizinhos das vítimas do acidente. O critério é o do choque, quanto mais chroso, quanto mais sangue, mais importante é a notícia.
  
E no meio de todo este terror questiono-me se os senhores das finanças não sabem que andam dezenas de carros para trás e para a frente, transportando emigrantes em condições medievais, sem factura e com motoristas de 19 anos que muito provavelmente nem pagam um tostão de impostos ou de contribuições. Nem a PSP, nem a GNR reparam nas carrinhas carregadas de gente, levando os emigrantes e a bagagem porta a porta.
  
O que nos vale é a preocupação dos governos, juntaram-se em Bruxelas para adoptar medidas contra o terrorismo, só de cá foram duas ministras, da Justiça e da Administração interna. Calculo que para combater o terror nos transportes clandestinos de emigrantes, que acabaram de fazer tantos mortos como um atentado do ISIS também tenham havido reuniões ministeriais e investigações das muitas polícias que nos perseguem de manhã à noite. Mas eu devo ter estado distraído e não dei pela notícia que dava conta das preocupações dos nossos governantes, polícias e de mais grupos ocupados da nossa vida.  Foi azar.

Umas no cravo e outras na ferradura


      
 Fanfarronice terrorista
   
«Chefe de execuções do Estado Islâmico afirmou que os ataques protagonizados esta semana em Bruxelas são apenas “uma amostra” do que está para vir.

Hicham Chaib, que pertence ao grupo Sharia4Belgium, surge num novo vídeo onde critica os europeus e o Oeste por bombarderam a Síria.

“Vamos matar as vossas gentes”, ameaça, citado pelo Daily Mail, referindo que o que aconteceu na capital belga é o resultado do que a Europa está a criar.» [Notícias ao Minuto]
   
Parecer:

Ab fanfarronice do ISIS começa a irritar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esperemos que fiquem todos na Síria.»
  
 Uma boa notícia de Páscoa
   
«O exército sírio recuperou este domingo o controlo total de Palmira, cidade que esteve tomada pelos extremistas do Estado Islâmico (EI) durante mais de um ano, disse à AFP uma fonte militar.

"Após combates noturnos violentos, o exército controla totalmente a cidade de Palmira, incluindo a parte antiga e a parte residencial. Eles [os 'jihadistas'] retiraram-se", disse a mesma fonte militar, citada pela AFP.

As tropas sírias, apoiadas pela aviação russa, haviam entrado na quinta-feira na antiga cidade de Palmira, classificada como Património Mundial pela agência da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).» [DN]
   
Parecer:

Esperemos que os defensores da Primavera Árabe lembrar-se agora que em palmira há uma ditadura e uma terra para libertar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aplauso para os que libertaram Palmira.»

 As nossas empresas só querem apoios aos lucros
   
«Apenas 20 empresários se candidataram ao primeiro concurso dos fundos europeus do Portugal 2020, que financia em 50% a contratação de doutorados e pós-doutorados pelas micro, pequenas, médias (PME) e grandes empresas, pagando metade do salário e dos encargos com Segurança Social destes novos trabalhadores a fundo perdido.

“A esmagadora maioria veio de PME que, com algum pioneirismo, decidiram candidatar-se a este apoio e a esta aposta da região. Esperamos que estes promotores sejam o primeiro rosto desta iniciativa, inspirando outras empresas a apresentarem as suas candidaturas”, explicou ao Expresso o gestor do programa Norte 2020, Emídio Gomes.

Recorde-se que o concurso lançado no inverno de 2015 tinha €20 milhões só para financiar a contratação de 150 doutorados pelas empresas da região Norte. O Norte tem o tecido empresarial mais atento aos fundos europeus — cerca de metade das candidaturas aos incentivos do Portugal 2020 vem de empresas nortenhas — e o Norte 2020 é o programa regional que mais aposta na integração de recursos humanos altamente qualificados — a meta são 400 até 2020.

Os concursos entretanto lançados nas regiões Centro, Alentejo e Algarve oferecem metade do dinheiro e não ousam apostar nos doutorados, abrindo os apoios europeus à contratação de mestres e licenciados.» [Expresso]
   
Parecer:

Se fossem subsídios a trabalhadores com o ordenado mínimo mais benefícios fiscais fariam filha junto ao ministério da Economia.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao presidente da CIP o que entende por competitividade.»
  

domingo, março 27, 2016

 photo procissao_zpsd4tfbcjq.jpg

A Páscoa costuma ser um tempo de religião, missas, procissões e visitas pascais, na igreja há uma mobilização geral, os canais nacionais preenchem os tempos mortos com os velhos filmes que apresentam o martírio de Cristo nas mais diversas versões, os canais por cabo passam o tempo a exibir os mais diversos documentários relativos à época de Cristo.

Este ano, às tradições pascais juntaram-se diversos acontecimentos que levam a que esta Páscoa tenha sido uma das mais intensas de que tenho memória, para além de algum ressurgimento Católico conseguido à custa do marketing de promoção do Papa Francisco, tivemos os atentados de Bruxelas e o frenesim presidencial de Marcelo, onde a exibição das suas convicções religiosas marcaram estas duas semanas.

Foi uma semana de intenso proselitismo, com o muçulmanos maus a promover o castigo dos que pecam ou dos que não reconhecem em Alá o único Deus e com os católicos no momento mais alto da sua evangelização, com procissões públicas de exaltação religiosa. Talvez merecesse a pena reflectir sobre o problema religioso da nossa sociedade e questionar se o proselitismo de algumas religiões, herdado da época das sombras faz hoje sentido. Porque a história da humanidade está farta de mortes provocadas pela mania de algumas religiões de classificar os não crentes de sere inferiores, seres imbecis que não viram a luz ou seres que não merecem grande consideração humana.

No meio deste quadro Marcelo decidiu afirmar a independência entre o Estado e a igreja afirmando a sua própria religiosidade. Ainda que se pudesse reflectir como é que um católico praticante consegue conciliar os seus deveres de evangelização com os princípios constitucionais em matéria de igualdade e de laicidade do Estado. Ainda assim, não podemos acusar Marcelo de infringir qualquer princípio, longe vão os tempos em que um presidente atribuía um qualquer sucesso nacional às rezas e mezinas da esposa.
  
Mas se não passa pela cabeça de Marcelo transformar a companhia de comandos num corpo de escutas, ou abrir as comemorações do Dia de Portugal com uma missa de acção de graças no Parque Eduardo VII (lembram-se da missa do Dr. Macedo? da DGCI?), já a mesmo não podemos dizer do nosso estimado cardeal, um homem que para bem do país falhou nas suas rezas por um governo do PAF. Quando ouvi o cardeal falar sobre a religiosidade de Marcelo ia caindo de costa, dizia o prelado que Marcelo foi à Mesquita mas a cerimónia não ocorreu na sala de orações, mas sim numa sala anexa, ufa, o que seria de nós se um Presidente que reza em todas as igrejas e procissões se lembrasse de rezar numa sala de orações da concorrência!
  
Mas a alegria do cardeal não ficou por aqui, teve o cuidado de explicar que antes de ir à Mesquita (paga pelos wabistas da Arábia Saudita, com o mesmo dinheiro com que financiam o ISIS) Marcelo dirigiu-se à Igreja dos Jerónimos. Natural, dirão muitos, é lá que está o túmulo de Camões. Enganam-se, D. Manuel Clemente teve o cuidado de esclarecer que ainda antes de se dirigir ao túmulo do poeta para a cerimónia da praxe, Marcelo deu um sinal do que para ele era mais importante, dirigiu-se a um altar e rezou uma oração. Fiquei descansado com o cuidado com que D. Clemente nos explicou que para Marcelo as suas convicções religiosas estão à frente do Estado. 
  
Esperemos que este fervor religioso acabe com a semana santa, que D. Clemente volte para a sua sacristia, e que Marcelo cumpra as suas obrigações de devoto sem que eu tenha de saber a quantas missas vai, quais as procissões em que participa e se prefere rezar antes ou depois de homenagear os heróis nacionais.


Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do dia
    
Luís Montenegro, líder parlamentar da Passarola

Luís Montenegro inovou em política, em vez de esperar pela posição de Marcelo sobre o OE, como é habitual, optou por antecipar o que Marcelo devia dizer, adiantando que o presidente deveria fazer seu o discurso do traste de Massamá.

 O Asa

Talvez porque Obama tem cães de uma raça portuguesa o nosso Marcelo optou por um pastor alemão pelo aqui propomos que lhe chame Wolfgang. Mas nomes à parte, registe-se que Marcelo rejeitou raças portuguesas, podia ter escolhido um rafeiro do Alentejo, um Serra da Estrela, um podengo ou mesmo um rafeiro recolhido em Massamá, mas optou por um cão polícia.



 O único centro de decisão nacional é o Estado

Há apenas duas formas de impedir que a banca ou qualquer outro sector seja dominado por uma potência estrangeira, como já sucede no sector energético nacional, onde o partido Comunista da China manda mais do que Portugal,. Essas formas passam por uma grande atomização do capital por investidores privados, promovendo uma espécie de capitalismo popular, ou pelo Estado, o único e verdadeiro centro de decisão nacional e mesmo neste caso aparecem alguns governantes mais empenhados em obedecer a uma qualquer senhora Merkel do qu em respeitar os seus próprios eleitores.

Pensar que dividir o capital da banca por investidores provenientes de diversos países e, em particular, de Angola resolve o problema é uma ilusão. Então no caso do dinheiro vindo de regimes como o angolano não só são os bancos que ficam na mãos de uma empresária pouco escrupulosa, como o país ainda fica sob a chantagem de um país estrangeiro, bastando ler uma edição do Jornal de Angola para se perceber os riscos que se corre. Além, disso nada impede que quem hoje comprar participações na banca portuguesa não decida vendê-las amanhã a um qualquer banco espanhol.

 Terrorismo

Os objectivos dos terroristas é provocar dor e com isso promover o terror. Para matar recorreram a terroristas suicidas, para promover o terror conta com a comunicação social que usa as imagens mais chocantes para conseguir audiências. O DAESH conta com muitos terrorista inesperados.

      
 Em defesa de Pedro Arroja poder ofender
   
«Há cinco meses, Pedro Arroja, economista e especialista em dizer coisas, estando a falar num canal televisivo, disse umas coisas da boca para fora, uma grosseria. Na verdade, antes de bolçá-la, Arroja começou por dizer para microfone e câmara: "Aqui entre nós que ninguém nos ouve..."

Desde logo, um provável ofendido: o Porto Canal. Sendo uma estação regional, com maior suscetibilidade para se sentir ofendida. Há no "aqui entre nós que ninguém nos ouve" uma sugestão de fracas audiências e, até, uma denúncia de haver no estúdio material deficiente (no caso, o microfone). Mas, ao que parece, o Porto Canal não ligou nenhuma ao seu convidado.

E, no entanto - é essa a notícia - o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) abriu um inquérito ao que foi dito naquela noite. No fim do inquérito, Pedro Arroja poderá ser levado a tribunal. Entretanto, cinco deputadas e uma eurodeputada do Bloco de Esquerda, arroladas como testemunhas, foram autorizadas pelo Parlamento a depor. Não foram as deputadas que apresentaram queixa, mas a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. As deputadas, porém, aprovam o processo, já que pode servir de exemplo, como disse uma das deputadas, Mariana Mortágua, aos jornais.

E é sobre isso que também eu quero dizer umas coisas. Como, aliás, eu disse outras, quando a, agora célebre, noite em que ninguém ouvia se tornou célebre. Publiquei, então, uma crónica em que desanquei em Arroja, com palavras (como se deve quando se responde a palavras). Tendo ele dito, quando falava de dirigentes bloquistas: "As meninas do Bloco de Esquerda, as esganiçadas...", mostrei que ele errou.

Recorrendo às três bloquistas que conheço, de ouvido (que é a forma de captar o ganido), afirmei que nenhuma esganiça. A Catarina Martins, por sinal, a voz mais clara e harmónica da política portuguesa, ouve-se cada palavra que diz. Marisa Matias tem até voz de baixa frequência, nos antípodas do esganiçar, com aquela disfonia a que chamamos rouquidão, perigosamente (mas é lá com ela) perto do falar das tias de Cascais. E, sobre Mariana Mortágua, adverti que só a ouvira em televisão, o que é mau para quem a quer ouvir, pois ela é daquelas pessoas que roubam as câmaras e prendem-nos o olhar. Mas, fazendo esforço, já a ouvi, e tem um falar baixo, ciciado.

Esganiçadas as do BE? Pedro Arroja tinha o direito de as achar esganiçadas e dizê-lo. Embora, concluí, ele devesse ser prudente para não se enganar tanto em público. Mais grave foi a frase que ele disse logo a seguir à já referida introdução "aqui entre nós que ninguém nos ouve..." Arroja pigarreou, pôs o seu ar ainda mais de dizer coisas. E disse: "Eu não queria nenhuma daquelas mulheres, já tenho pensado, eu não queria nenhuma daquelas mulheres, nem dada. Nem dada!"

Foi isso que me levou a escrever que as frases eram de carroceiro, o ar com que as disse, de azeiteiro, e o conjunto daquilo tudo uma ordinarice. Porque respeitei e respeito como iguais as mulheres da minha vida, aquele "eu não queria nenhuma daquelas mulheres, nem dada" faria Pedro Arroja ouvir de mim, estivesse eu naquele estúdio e com a cabeça fria, as mesmas palavras que depois escrevi. E sem antes pigarrear, ajeitar os botões de punho e mostrar as unhas pintadas.

Dito isto, ele talvez vá agora a tribunal por ter dito o que disse. E é esta recente evolução que me faz voltar ao assunto. E, desta vez, em defesa inequívoca de Pedro Arroja. As palavras, mesmo as erradas, precisam duma liberdade que não podemos dar aos factos errados. As palavras são ambíguas e voláteis (vejam como eu, em linhas lá em cima, dei o Porto Canal como ofendido)... E é por essa condição que a democracia, desde os atenienses ao Bill of Rights inglês e à Declaração dos Direitos do Homem, deu especial atenção ao direito de falar. Este é a mãe da liberdade.

A liberdade de falar, claro, não é total. Há abusos sobre mais fracos, cuja prática, em factos, pode ser incentivada pela palavra. Mas essas são exceções, a serem consideradas sempre na defesa da liberdade de expressão. Pedro Arroja tem, tem mesmo, direito de ofender as deputadas. E estas têm o direito de se sentir ofendidas. E mesmo que elas considerem que as palavras dele precisam de ser castigadas para servir de exemplo, não devem recorrer aos tribunais para o calar.

Se Pedro Arroja tem a má importância que precisa de servir de exemplo, Mariana Mortágua devia propor-lhe um debate depois das tolices dele. A derrota do engomadinho por uma mulher seria a melhor das lições.» [DN]
   
Autor:

Ferreira Fernandes.

      
 Já há cão presidencial
   
 photo Wolfgang_zpsivuoqzwv.jpg

O Wolfgang

«Parece que tudo nasceu com os elogios do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao desfile das equipas cinotécnicas da Força Aérea na parada militar de Mafra, na segunda-feira. Alguém se lembrou de oferecer um cão militar ao Presidente: tem três meses e chama-se Asa.

Havia um cachorro pastor-alemão disponível em Ovar e anteontem os militares daquele ramo foram a Belém com o secretário de Estado da Defesa, Marcos Perestrello fazer a oferta.» [DN]
   
Parecer:

É de raça alemã, a senhora Merkel deverá ficar contente.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Marcelo que me vez de lhe chamar Asa chame-lhe Wolfgang em sinal de gratidão pelo dinheiro dos contribuintes alemães que gastámos e de que o Wolfgang tanto se queixa..»