terça-feira, fevereiro 14, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura




 Jumento do Dia

   
Marques Mendes

Alguém se recorda de Marques Mendes ter dito que se isto fosse a Alemanha a então ministra Albuquerque ou o Passos Coelho seriam demitidos por terem decidido a destruição do grupo GES em pleno mês de Agosto?

Começa a ser evidente que Marques Mendes usa o seu tempo de antena na SIC para, com base nas informações dadas pelas suas "antenas dentro do PSD e do Estado, ir construindo a sua posição de candidato a líder da oposição. A verdade é que é ele que marca a agenda da oposição, e faz mais notícias de impacto com os seus comentários do que as muitas iniciativas de Passos durante os fins de semana.

O problema de Marques Mendes está em não perceber que ninguém demite o melhor ministro das Finanças das últimas décadas, ele próprio dizia há pouco tempo que quem cairia primeiro seria o ministro da Economia. Enfim, desde que quer (voltar a) ser líder do PSD Marques Mendes atira-se a Centeno, dá-lhe mais protagonismo.

Marques Mendes só se esqueceu de um pequeno pormenor, é que, afinal, o parlamento veio a tomar posição.

«Marques Mendes explicou, no espaço de opinião aos domingos na estação televisiva SIC, que António Costa congelou o decreto-lei relativo à retirada da Caixa Geral de Depósitos (CGD) do estatuto de gestor público por mais de um mês. Esta era uma das condições colocadas por António Domingues para aceitar a liderança do banco público. O decreto foi aprovado a 8 de Junho de 2016 no Conselho de Ministros e foi promulgado a 21 de Julho por Marcelo Rebelo de Sousa. Segundo o Jornal de Negócios, a lei só foi publicada em Diário da República a 28 de Julho, altura em que o Parlamento começava o período de férias. O comentador referiu ainda que, por norma, a publicação decorre poucos dias depois da sua promulgação, até quatro dias.

Marques Mendes diz que “o Governo atrasou deliberadamente a publicação e fez o ‘veto da gaveta’ durante mais de um mês”, o que fez com que o decreto-lei fosse publicado “quando os deputados estavam a entrar de férias”. Assim, “não se aperceberiam do decreto-lei e não podiam pedir a sua análise no Parlamento”, disse o comentador.

Marques Mendes considerou ainda que Mário Centeno “já se devia ter demitido”, uma vez que não existem dúvidas de que “Domingues fez um pedido” e Mário Centeno não o recusou. Se não se demitir, “perde o respeito e tem menos autoridade”, afirmou Marques Mendes.» [Público]

 Gente fina é outra coisa



Não há memória no Caso Marquês de ver o Observador, ou qualquer outro órgão de comunicação social, dar o mais pequeno destaque aos argumentos dos acusados. Mas neste negócio dos vistos comprados os envolvidos são barões, condes e morgadas da direita, pelo que no dia do início do julgamento não do que se acusa que faz notícia, são os argumentos dos acusados, que mais parecem ser os ofendidos.

 São Pedro mentiu três vezes antes do galo cantar

Isso quer dizer que Centeno tem pelo menos dois créditos.

      
 Demita-se o Centeno! Já!
   
«A Comissão Europeia voltou esta segunda-feira a rever em baixa a sua estimativa para o défice público português do ano passado, assumindo já que ele poderá ficar em 2,3% com a ajuda do plano de regularização das dívidas fiscais lançado pelo Governo. Apesar de apontar para uma evolução do défice estrutural abaixo do previsto pelo Governo, Bruxelas antecipa para os próximos dois anos défices nominais claramente abaixo de 3%, um sinal de que estão criadas as condições para a saída do país do Procedimento por Défice Excessivo (PDE).

Nas previsões de Inverno agora divulgadas, os responsáveis da Comissão Europeia revêem de 2,6% para 2,3% a sua estimativa para o défice de 2016, algo que explica com o impacto positivo de cerca de 0,25 pontos percentuais do programa de regularização de dívidas fiscais, posto em prática no final do ano passado.» [Público]
   
Parecer:

Dava um grande jeito à direita demitir o ministro com melhores resultados em democracia para depois lá meter a rapariga da aritmética.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Maria Luís Albuquerque que volte a matricular-se no ensino básico para melhorar os seus conhecimentos de aritmética, ao que parece tem um conflito intelectual com a tabuada.»
  
 Era preferível estarem no desemprego
   
«O presidente do PSD disse hoje que o número de trabalhadores com baixos salários cresceu com as políticas do atual Governo, estimando que no final de 2016 "quase um milhão" de trabalhadores ganhava o salário mínimo.

Pedro Passos Coelho, que falava na Guarda, onde presidiu à sessão de encerramento do "Congresso da Coesão Territorial - O futuro dos territórios", organizado pela Juventude Social-Democrata (JSD) disse que o país precisava de ter "um modelo de desenvolvimento assente em mais altos salários e o que é que se está a passar? De 2014 até agora cada vez são mais os trabalhadores a tempo completo que recebem o Salário Mínimo Nacional (SMN)".

"Na primavera de 2014 eram cerca de 400 mil os trabalhadores que ganhavam o SMN. A nossa estimativa é que no fim de 2016 seja quase um milhão o número de trabalhadores que ganham o SMN", afirmou. » [Público]
   
Parecer:

Só um doido se queixa de serem criados empregos.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Passos quanto ganhavam os estagiários dele.»

 Há com cada sacana...
   
«Ao longo de vários meses de 2016, este inspector das Finanças em Lisboa terá explorado mais de uma dezena de mulheres. Pelo menos duas delas contabilizaram 13 trabalhadoras não pagas, todas imigrantes. O PÚBLICO falou com oito. Uma apresentou queixa à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). Nessa queixa, referem-se as 13 mulheres, acusa-se António de abuso de poder. Escreve-se que ele ameaçava que as denunciaria ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e que as acusaria de maltratarem a mãe, que terá 95 anos.

Ao longo de vários meses de 2016, este inspector das finanças em Lisboa terá explorado mais de uma dezena de mulheres. Pelo menos duas delas contabilizaram 13 trabalhadoras não pagas, todas imigrantes

O próprio António, em entrevista, admitiu que não pagou a seis das mulheres que o PÚBLICO referiu. Alegou primeiro que “nenhuma dessas pessoas” lhe tinha apresentado “identificação”, que “não sabia o apelido delas”. “Estamos a falar supostamente de pessoas que existem”, disse. Depois de afirmar “não me recusei a pagar a ninguém”, confessou: “Não paguei. Porque nenhuma delas me apresentou os documentos de identificação, ou passaportes. E todas se recusaram a celebrar contrato escrito que é obrigatório.” Além de “terem demonstrado que não tinham competência para assistência à minha mãe”.

“Isso é mentira dele”, afirma Filipa (nome fictício). “Quantas vezes falei para ele: e o contrato? Precisava do contrato para autorização do SEF. E ele falava: para a semana.” » [Público]
   
Parecer:

Como se sentirá o Inspector-geral de Finanças com tão exemplar inspector?
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se-lhe.»