terça-feira, junho 27, 2017

Umas no cravo e outras na ferradura



 Jumento do Dia

   
Passos Coelho, oportunista

Nunca o oportunismo político foi tão longe, forçado pela máquina partidária ou por um mau instinto Passos Coelho tenta salvar a sua carreira política à custa das vítimas dos incêndios e como acha que morreram poucas pessoas ou porque receia que não possa atribuir estas mortes ao governo, inventa suicídios causados por falta de apoio governamental.

Passos é um cobarde que ficou em Lisboa, que muitas horas depois fez uma visita de circunstância à sede da Proteção Civil e agora, que os incêndios estão apagados, mandou o aparelho do seu partido fazer uma montagem para dar o seu espetáculo. Ansiosos por ajudar o grande líder os militantes locais decidiram inventar uns mortos por suicídio, não só inventaram os suicidas como encontraram a causa para essa opção, o abandono por parte do governo.

Um político responsável teria o bom senso de confirmar antes de comentar, mas a fome de votos não é boa conselheira e Passos optou pelo oportunismo puro. Mas um político responsável nunca iria anunciar mortes por suicídio que ninguém tinha noticiado, Passos não só achou que devia ser ele a dar a informação em primeira mão, julgando que estava a ser escondida, como revela uma grande irresponsabilidade pois num quadro destes a forma como anunciou os suicídios é um estímulo a outras pessoas com vulnerabilidades no foro psiquiátricos. Passos parece que quer mais mortos, talvez assim os portugueses o voltem a escolher para primeiro-ministro.

O mentiroso foi o provedor da Santa Casa de Pedrógão, mas o oportunista irresponsável foi Passos Coelho. Se o provedor optou por dar a informação a Passos ignorando os serviços oficiais é um problema dele e do partido dele. Passos não deixou de ser o abutre oportunista que optou ser.

O aparecimento do provedor irresponsável não chega para limpar a imagem do seu chefe. É bom lembrar que este pobre senhor foi presidente da autarquia de Pedrogão Grande pelo PSD e é cabeça de lista pelo mesmo partido pelo PSD. Estar a usar o estatuto de provedor para fazer política suja não passa de um truque deste político sem escrúpulos, que usa o sofrimento dos seus concidadãos para conseguir votos de forma muito suja.

Note-se que mesmo depois de esclarecido de que não tinham ocorrido suicídios Passos insistiu na mentira de que haviam pessoas internadas na sequência de tentativas de suicídio. Passos é um mentiroso compulsivo.

«Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, visitou esta segunda-feira algumas das áreas afetadas pelo fogo de Pedrógão Grande, onde referiu, quando estava no quartel de bombeiros de Castanheira de Pêra, ter conhecimento de pessoas que se suicidaram por falta de apoio psicológico após a tragédia que vitimou 64 pessoas.

“Naquilo que é mais fundamental no Estado, que é garantir a segurança das pessoas, o Estado falhou e estão aqui as evidências. Depois, saber se foi inevitável ou se era evitável, se há culpa a atribuir pelo falhanço e responsabilidade, isso é outra conversa. Dez dias depois, ainda está a falhar”, começou por referir Pedro Passos Coelho. “Tenho conhecimento de vítimas indiretas deste processo, pessoas que puseram termo à vida, que em desespero se suicidaram e que não receberam o apoio psicológico que deviam. Devia haver um mecanismo para isso. Tem havido dificuldades. Ninguém me convence que não há responsabilidades. O Estado falhou e continua a falhar”, completou.

Ao que o Observador apurou, Passos Coelho terá abordado a existência de suicídios depois de, durante a manhã, ter ouvido relatos na zona de casos que chegaram a essa situação extrema, após o desespero provocado pelos incêndios e respetivas consequências. O presidente do PSD fez visitas a Avelar, a Vila Facaia e esteve em três instituições de Pedrógão Grande: a Câmara Municipal, a Santa Casa da Misericórdia e os Bombeiros Voluntários.» [Observador]

«Foi o provedor da Santa Casa da Misericórdia quem disse ao líder do PSD que teria havido suicídios em Pedrógão Grande. "Julguei que a informação era fidedigna e, afinal, não era", disse ao Expresso João Marques. "Felizmente não se confirma nenhum suicídio, ao contrário do que eu disse ao dr. Passos Coelho. Peço-lhe desculpas públicas por isso".

O que o provedor diz ao Expresso é que foi "induzido em erro". "E induzi em erro o dr. Passos Coelho. Houve efectivamente duas ou três tentativas de suicício e manifestações suicidárias de mais algumas pessoas, que dizem que têm essa intenção. Mas suicídios mesmo, isso é boato", acrescenta agora.

(...) Mas as certezas de Passos começaram a ser postas em causa mesmo enquanto ele falava com os jornalistas, na sede dos bombeiros do concelho. Quando os jornalistas pediram para que fosse mais específico quanto à informação dos suicídios, um deputado do PSD diz a Passos que a informação "não se confirma". E Passos vira-se para trás, perguntando: "Não se confirma?". A seguir, virado para os jornalistas, o líder social-democrata explicou que essa informação lhe tinha sido transmitida "por um familiar", pelo que não tinha duvidado dela.» [Público]

 Foi visto um abutre cor de laranja em Pedrogão Grande



 Luto em memória de Passos Coelho

Lamento informar, mas mal vi Pedro Passos Coelho anunciar que vários cidadãos de Pedrógão Grande se suicidaram ou tentaram suicidar-se devido ao abandono a que os votou o governo, não deixei de sentir solidariedade com o sofrimento e indignação do líder do PSD e decidi ir para o velório e funeral da mais recente vítima de Pedrógão.

O suicídio de Passos Coelho foi um verdadeiro ato de coragem, depois de ter proposto uma comissão técnica, para logo de seguida ceder à populaça do seu grupo parlamentar, exigindo um debate parlamentar para soltar nos abutres no hemiciclo, só restava o suicídio a Passos Coelho. Era certo que o homem ia suicidar-se, só não se sabia quando e onde.

Passos Coelho suicidou-se em direto, começou com uma tentativa falhada de suicídio no quartel dos bombeiros de Pedrógão, mas como falhou optou por completar o serviço em Odivelas. Chamou os jornalistas, para um direto à entrada para o local onde o desgraçado do Seara ia apresentar a sua candidatura a Odivelas, com a intenção de fazer um pedido de desculpas, pelo pecado do suicídio matinal na forma tentada. Mas fez a pior intervenção de toda a sua carreira política, chegando ao ridículo de dizer que se ocorrer um atentado bombista a culpa é sempre do governo.

O homem já desejou a vinda do diabo há precisamente um ano, agora achou que o diabo estava em Pedrógão para o ajudar, mas como ninguém se matou para o ajudar a sobreviver, chega ao ridículo de sugerir que o diabo ainda pode regressar sob a forma de bombista suicida.


      
 "Dijsselbloem Nights"
   
«Uma dezena de eurodeputados do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, que inclui o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, está a organizar dois dias de festa em Bruxelas intitulados "Dijsselbloem Nights - Combater os Estereótipos".

Uma referência ao presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem, que numa entrevista ao jornal alemão 'Frankfurter Allgemeine Zeitung' disse que os países do sul da Europa gastam o dinheiro "em copos e mulheres".» [DN]
   
Parecer:

Boa ideia!
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»


      
 Passos e o suicídio político
   
«Este texto é sobre o bom senso. O bom senso que faltou a Passos Coelho quando, esta manhã, depois de uma visita pelas áreas ardidas de Pedrógão Grande, decidiu falar em suicídios. Passos não se referiu a tentativas, mas sim a atos consumados. Deu certezas. Disse que tinha conhecimento de “pessoas que puseram termo à vida” porque “que não receberam o apoio psicológico que deviam.”

Confesso que não percebo o que passou pela cabeça do líder da oposição. Não faz qualquer sentido e revela irresponsabilidade. Primeiro, porque falou de algo que não existe: não houve nenhum suicídio. Mas, mais importante, mesmo que tivessem existido, Passos não podia, nem devia, de maneira nenhuma, usá-los para combate político.

Se há conclusão que já todos tirámos dos graves incêndios de Pedrógão é que o Estado falhou. Voltou a falhar. Os 64 mortos são a maior prova dessa perturbadora recorrência. Passos não precisava de procurar mais mortos nos suicídios para dar força à sua argumentação. O PSD que não quis, e bem, politizar esta tragédia acaba por fazê-lo da pior forma. Se os acontecimentos em Pedrógão e as respostas no terreno estavam a deixar António Costa desconfortável e com muitas explicações para dar, agora foi Passos a causar-nos esse desconforto.

Passos sabe bem o que é dor e tragédia. E mesmo tendo sido o Provedor local a induzi-lo em erro, o líder do PSD e ex-primeiro-ministro devia ser o primeiro a exigir contenção – já para não falar em confirmação. Um líder não se afirma assim. Um líder, por mais que a sua claque lhe exija sangue, deve ter cabeça fria e perceber quando o adversário não está em bons lençóis. Passos avaliou mal as consequências do filme de Pedrógão. Descentrou a discussão do que é essencial: os falhanços no terreno e as responsabilidades das autoridades.

Não se especula sobre suicídios. Muito menos depois daquela mortandade.

E sabem? Nós, jornalistas, também fomos alertados para a existência de suicídios. Mas, por regra, não os noticiamos. Muito menos quando não existem.» [Expresso]
   
Autor:

Bernardo Ferrão.