quarta-feira, julho 12, 2017

Eles não querem que se trabalhe

Diz o povo que não há ninguém pior para quem está a trabalhar do que os que não fazem nada e é mais ou menos isso que está a acontecer. A expressão faz lembrar um "mafarrico" de Boliqueime mas deixa de fazer algum sentido, talvez mais sentido do que fazia quando foi utilizado.

A direita apostou que a Geringonça não funcionaria e durante um ano fez de cigarra esperando que gripasse. Quando percebeu que não gripava e ainda por cima estava a fazer um bom trabalho onde Gaspar e Maria Luís falharam continuaram sem se mexer e optaram pela desvalorização. Agora que a economia parece ter entrado nos eixos e se espera que a dívida soberana deixe de ser considerada lixo estamos a assistir a uma verdadeira histeria.

Um incêndio e um roubo serviram para um ataque desenfreado ao governo e ao Estado, com o Verão a aproximar-se, a que se seguem as eleições autárquicas há que dar tudo, antes que os temas se esgotem. A vontade de denegrir foi tanta que Passos Coelho até inventou mortos e internados devido a suicídios ou tentativas de suicídios. A direita das diversas corporações escolheram o momento para ajudar à desestabilização total do país, os juízes armam-se de proletários e anunciam greves, emergem processos judiciais, anunciam-se acusações para Setembro e os generais até andam armados em poetas pimba.

O objetivo é denegrir o governo, descredibilizar o país e impedir que o governo trabalhe e mostre resultados. Em vez de discutirmos como evitar novos dramas ou como reconstruir a vida em Pedrógão andamos a discutir antenas e previsões meteorológicas, na esperança de se arranjar algo que possa ser usado para sugerir culpas do governo ou de uma qualquer instituição do Estado.

A direita revela uma vocação golpista que há muito estava adormecida, foi preciso um tenente -coronel dos comandos na reserva para percebermos o que se estava a passar nas Forças Armadas, de repente recuámos a 1975, com discursos típicos não só em Portugal mas também em Espanha, os movimentos dos generais poetas faz lembrar o 23F de Espanha. 

É o tudo por tudo antes se registem mais sucessos na economia, uma tentativa desesperada de inverter o curso das sondagens. Mais boas notícias na Economia e uma derrota nas autárquicas será o fim de um ciclo da direita, a reforma antecipada da equipa de Passos Coelho. É preciso impedir o Governo de funcionar, impedir que o OE seja elaborado com tranquilidade, desestabilizar o ministério das Finanças, retirar a autoridade aos ministérios da Defesa e da Administração Interna.

Eles não querem que o país progrida porque para eles esse progresso só faz sentido se suceder com eles no poder, para poderem distribuir a riqueza de formas a aprofundar ainda mais as desigualdades. Eles não aceitam que crescimento económico e justiça social não só são compatíveis, como são uma combinação necessária para que esse crescimento seja desenvolvimento. Eles não querem que se trabalhe, não querem que o país tenha sucesso.