quinta-feira, dezembro 21, 2017

A DIFAMAÇÃO DO ESTADO

Há décadas que os portugueses são matraqueados quase diariamente por uma imensidão de liberais de pacotilha, que a gestão do Estado é incompetente, que os privados fazem melhor, que as IPSS chegam onde o Estado não consegue, que os do Estado são despesa pública. Se o Estado é mau os políticos são ainda piores, são corruptos, mandriões, más pessoas, incompetentes, manhosos, cínicos oportunistas.

No privado são excelentes gestores, nas IPSS só há boas almas, o pessoal da imensidão de organizações da democracia representativa, desde os administradores dos condomínios às comissões disto e daquilo, são cidadãos exemplares. A coberto deste processo difamatório vão subtraindo funções ao Estado, privatiza-se tudo o que pode dar lucro, retira-se poder aos órgão eleitos para dar a organizações obscuras. 

A EDP, A REN, os CTT, a PT e muitas empresas que eram públicas a~so hoje geridas de forma exemplar, só não privatizaram as águas e as praias porque ainda não tiveram oportunidade, mas lá virá o dia. A economia social é hoje um setor poderoso e por aquilo que se tem visto até já planeia meter-se na banca.

Santana Lopes é um bom exemplo do virtuosismo do setor social, como empresário falhou e Cavaco arranjou-lhe emprego para pagar as despesas, nomeou-se secretário de Estado, mais tarde desvalorizou-o e promoveu-o a má moeda, mas a personagem sobreviveu, depois foi para o governo e o país riu á gargalhada, passou uns tempos na Santa Casa e é ele próprio que diz que já não é a desgraça do passado, foi um milagre.

Milagres como o de Santana Lopes são vários e nestes dias assistimos a mais um desses milagres nos CTT, há cada vez menos cartas e há carteiros a mais, mas parece que as cartas chegam mais tarde do que quando eram transportadas por carroças puxadas a cavalo. O Presidente dos CTT privados culpa a falta de cartas, mas não explica a razão de tanta incompetência nos CTT.

Os exemplos são muitos, aos poucos o país vai percebendo que criou um monstro, uma imensidão da economia entregue a gente de esquemas, a poderes ocultos, a organizações opacas, a seitas meio secretas, tudo em nome da incompetência do Estado. São negócios que escapam ao fisco e à lei, ai da ASAE se entra numa cantina e apreende produtos, penduram o seu presidente como o fizeram no passado. EM décadas tudo se tem passado no maior dos segredos.